Pelo menos 43 pessoas morreram e 100 poderão ter sido contagiadas com Ébola no noroeste da República Democrática do Congo (RDC) desde que o novo surto foi declarado a 01 de Junho, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Com 100 casos de Ébola em menos de 100 dias, o surto na província do Equador está a evoluir de forma preocupante”, alertou ontem a directora da OMS para África, Matshidiso Moeti, em comunicado, no qual alerta que “o vírus está a propagar-se num terreno vasto e acidentado que requer intervenções onerosas e, com a covid-19 a ocupar os recursos e a atenção, é difícil aumentar as operações”, escreve a Angop.
A OMS alertou ainda que a resposta actual está subfinanciada, o que dificulta as operações no terreno para mapear e controlar este vírus que provoca febre hemorrágica e tem uma taxa de mortalidade média que ronda os 70%.
A décima primeira epidemia desta doença altamente contagiosa na RDC está a afectar Mbandaka, a capital da província do Equador.
A 25 de Junho, as autoridades congolesas declararam o fim da décima epidemia, que se tinha manifestado em três províncias do nordeste do país (Kivu Norte, Kivu Sul e Ituri) desde 01 de Agosto de 2018, com 3.463 casos, 2.280 mortes e 1.171 sobreviventes, de acordo com os últimos números divulgados pela OMS, explica a Angop.
Esta epidemia foi a pior da história da RDC e a segunda mais grave do mundo, depois daquela que devastou a África Ocidental de 2014 a 2016, na qual morreram 11.300 pessoas e houve mais de 28.500 casos, embora estes números – de acordo com a OMS – possam ser conservadores.
A doença, descoberta na RDC em 1976 – então chamada Zaire – é transmitida por contacto directo com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados.
Provoca hemorragias graves e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%.
Os primeiros sintomas são febre alta repentina, fraqueza e dores musculares, na cabeça e garganta, bem como vómitos, acrescenta o órgão a que nos referimos.