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É importante formar pessoas que percebam o valor do software de gestão

Em entrevista ao “O País Económico”, o CEO da multinacional portuguesa PHC Software, Ricardo Parreira, considera que a aposta em tecnologia é indispensável para o futuro das empresas. Por isso, recomenda Moçambique a ter foco na formação de pessoas que saibam gerir empresas usando softwares.

 

 

A PHC celebra, em Junho deste ano, 30 anos das suas actividades. Quais foram os principais marcos da empresa neste percurso?

Todas as fases têm sido importantes e têm permitido um percurso de crescimento sustentável e de boas práticas de gestão, que levaram à afirmação da empresa como uma multinacional com mais de 152 mil utilizadores de software, mais de 33 mil clientes espalhados por 25 países, escritórios em cinco países e uma rede de mais de 400 parceiros certificados. Existem vários episódios marcantes na história da PHC, como o primeiro software em Microsoft Windows ou o marco de Moçambique ter sido o país que deu início à internacionalização da PHC, atual seja o mais relevante até à data: são anos de consecutivo crescimento e afirmação, consolidação internacional e várias distinções na área de produto, gestão e recursos humanos. E agora com uma solução de gestão na web e que começa a expandir-se para novos canais com a nossa primeira aplicação para telemóveis, a PHC Notify, que permite enviar notificações diretamente do software. Só as boas práticas de gestão permitem que continuemos a crescer que estejamos há quatro anos a bater os recordes de faturação.

 

Sendo uma empresa que desenvolve ferramentas inovadoras de gestão, que novidades poderá lançar ao mercado nesta celebração?

Lançámos este mês novidades para o nosso software, que vão melhorar muito a performance das empresas de Moçambique. São dezenas novidades. Temos a nossa primeira aplicação para smartphones que integra com o software e permite enviar notificações diretamente para o telefone, permitindo, por exemplo, enviar um pedido de aprovação ou uma informação importante. Esta aplicação vai aumentar a velocidade da tomada de decisão da gestão. Mas também temos outras novidades, como o software preparado para responder à faturação eletrónica, melhorias de experiência de utilização ou melhorias no aspeto gráfico do software. Mas estas não serão as únicas novidades, estamos sempre a inovar e teremos mais durante o ano.

 

Quais são os principais serviços que a PHC fornece ao mercado moçambicano e o que é que vos diferencia das outras empresas do ramo?

A PHC desenvolve soluções de gestão para as empresas, que as ajuda a ter níveis de performance superiores e a ganhar vantagens competitivas. Existem três factores principais que nos diferenciam. Primeiro, o produto. O software PHC tem uma qualidade distinta e adapta-se às necessidades das empresas, cresce quando a empresa cresce e é personalizado à medida de cada caso específico. Depois, o conhecimento de gestão que está vinculado à marca PHC. As nossas soluções são pensadas de raiz para resolver problemas reais de quem gere uma empresa, sendo que todo o software é pensado como uma ferramenta para o gestor. Por fim, a rede de parceiros que implementa, personaliza e acompanha o cliente, dando-lhe um serviço de proximidade e à sua medida. Estes três fatores tornam a PHC numa referência.

 

No período em que está a actuar em Moçambique, quais é que têm sido os principais desafios enfrentados pela empresa?

Moçambique foi a nossa primeira experiência de internacionalização, no início dos anos 2000, e tem sido uma aposta da PHC. É desafiante porque Moçambique é um mercado com caraterísticas muito próprias e que requer uma adaptação local muito grande. É preciso desenvolver o software de raiz para a realidade das empresas e para as questões fiscais. Felizmente tem-nos corrido bem, já que é um mercado onde estamos implementados e com o negócio em crescimento.

 

Quais são os planos de internacionalização da vossa actividade e como está a ser a experiência de actuar em Moçambique?

Está a ser ótima, com bom feedback e em crescimento. Moçambique é uma aposta e queremos continuar a contribuir para o sucesso das empresas moçambicanas e também para a produtividade do país. Este é um país com um potencial incrível e que pode ser aproveitado com as ferramentas de gestão que permitem que os gestores tomem melhores decisões e tenham os processos da empresa mais otimizados. Fora de Moçambique, estamos a apostar também no Peru (que também está no rumo certo e em crescimento). Após consolidarmos a base no Peru, pensamos expandir para outros países da América Latina.

 

Nos últimos anos, a economia moçambicana está a atravessar por várias transformações que até estão a afectar o seu crescimento. Na área em que a PHC actua, como é que avalia a evolução tecnológica no país?

Moçambique está a dar passos importantes para abraçar a sociedade digital, mas, à semelhança de muitos outros países, enfrenta desafios como a implementação de uma rede de Internet 5G será uma necessidade em breve para ter o país ligado com a maior velocidade possível. No que refere à actualidade das empresas, temos notado uma maior vontade de apostar em ferramentas tecnológicas de gestão, o que é importante para o seu futuro. Hoje sabe-se que não é possível gerir uma empresa sem tecnologia e que every business is a software business. A aposta em tecnologia é mandatória para o futuro das empresas e do país e, felizmente, as empresas de Moçambique dão sinais de perceber esta mudança da gestão.

 

De que forma as soluções tecnológicas oferecidas pela PHC podem alavancar o crescimento económico de Moçambique?

Os produtos PHC permitem que as empresas sejam mais competitivas. Ao tomarem melhores decisões, terem processos optimizados, equipas que produzem mais e uma experiência diferenciadora para o cliente, conseguem responder mais rapidamente e responder ao desafio de um cliente cada vez mais exigente. Isto torna as empresas mais eficientes e, consequentemente, permite que a economia moçambicana cresça. Se há algo que nos move é perceber que o produto que desenvolvemos permite construir um país melhor através da melhoria da gestão das empresas.

 

Que sugestões dá a Moçambique para que melhore o seu ambiente de negócios no geral e em particular na área em que a vossa empresa actua?

A gestão das empresas está sempre no centro da nossa preocupação e, nesse sentido, será importante que o país se foque em formar quadros de gestão que percebam a importância do software para a gestão das empresas e que continue uma aposta em infra-estruturas que permitam o desenvolvimento de todo o tecido empresarial, como uma rede de Internet rápida e a digitalização da relação tribuária entre o Estado e as empresas.

 

A PHC apoia o Prémio 100 Melhores PME de Moçambique. Por que razão, a empresa abraça esta iniciativa moçambicana?

Apoiar este tipo de iniciativas é algo que a PHC faz com frequência. Ainda no ano passado apoiámos um prémio importante em Portugal sobre os 40 líderes empresariais do futuro e, como empresa de gestão, acreditamos que as boas empresas merecem ser reconhecidas e é importante para o país que se criem referências nesta área. Primeiro para que as pessoas conheçam e tenham orgulho em casos de sucesso de Moçambique, depois para inspirar mais pessoas a seguirem-lhes os passos.

 

Na sua opinião e olhando para a experiência da PHC nos países onde actua, que mais-valia, as empresas podem ter ao aderir a uma iniciativa como 100 Melhores PME?

O reconhecimento público é sempre importante porque ajuda a credibilizar algo que se faz bem. Dou-lhe o exemplo directo da PHC, em que temos sido reconhecidos em várias áreas da gestão, da tecnologia e dos recursos humanos. Por exemplo, em Portugal fomos distinguidos em 2018 com o prémio “melhor software de gestão” e estamos no top10 dos quatro maiores prémios de recursos humanos; essas distinções são o resultado de muito trabalho, dizem-nos que estamos no bom caminho e são uma referência pública de boas práticas.

PERFIL

Ricardo Parreira

CEO da multinacional portuguesa PHC Software e apaixonado por liderança, estratégia de negócios e cultura empresarial. Ao longo de 30 anos está à frente da empresa. Na PHC ajudou a criar um ecossistema de cultura empresarial que possibilita que as pessoas que nela trabalham se sintam mais felizes, motivadas e consequentemente mais produtivas.

 

 

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