O Conselho Constitucional (CC) promulga, hoje, os resultados das eleições de 15 de Outubro passado.
Marcado para às 11h00, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, o evento vai ditar a validação do escrutínio em que a Frelimo e Filipe Nyusi venceram com 70 e 73% dos votos, respectivamente.
Na capital do país, os militantes e simpatizantes da Frelimo vão acompanhar a promulgação através de escutas, numa sala de conferências do partido. Enquanto na vizinha Matola, Filipe Nyusi, candidato vencedor das presidenciais, vai, igualmente, acompanhar através de escutas na escola do partido Frelimo.
RENAMO E MDM DISTANTES DA PROMULGAÇÃO
A Renamo, que sempre a primeira hora da contagem dos votos contestou os resultados das eleições de 15 de Outubro, por considerar de “forjados e fraudulentos”, tem um encontro marcado pelas 15H00. A comissão política do partido vai reunir na sede em Maputo, de onde poderá deliberar “novidades” acerca da promulgação.
Já o Movimento Democrático de Moçambique tem uma conferência de imprensa marcada para as 14H00, na qual poderá apresentar o seu posicionamento face à validação do CC.
Os dois partidos já tinham contestado os resultados e decido a “não-aceitação”. Entretanto, não se sabe ao certo, se o posicionamento implica a não tomada de posse dos seus deputados eleitos para a nona legislatura…
REACÇÃO MDM E FRELIMO
VERÓNICA MACAMO – MANDATARIA DO PARTIDO FRELIMO
Mandatária da Frelimo Verónica Macamo garante que o seu partido vai cumprir com as promessas feitas aos eleitores.
A mandatária do partido Frelimo Verónica Macamo diz que o passado que se segue é transformar o manifesto eleitoral em Plano Quinquenal do Governo e cumprir com as promessas feitas aos eleitores.
“Daqui para frente é arregaçar as mangas, trabalharmos para cumprir com aquilo que prometemos, o nosso manifesto vai ser transformado ou seja será a base para a elaboração do plano quinquenal do governo. Fundamentalmente, honrar, louvar cada voto dos nossos eleitores com o nosso trabalho”.
JOSÉ DE SOUSA – MANDATÁRIO DO MDM
Movimento Democrático de Moçambique descredibiliza a promulgação dos resultados das eleições gerais pelo Conselho Constitucional. O mandatário do MDM José De Sousa diz que o órgão não se referiu ao que realente aconteceu durante o processo.
“Tudo o que foi dito aqui pelo Conselho Constitucional teoricamente é tudo o que sempre dissemos, a nossa documentação eleitoral é uma das melhores na região mas o mais importante em tudo isto é ultrapassar as divergências durante o processo eleitoral. Portanto, aqui não foi dito aquilo que aconteceu no dia das eleições em que os delegados de candidatura, os membros das mesas de assembleia de voto da oposição foram escorraçados. Gostaria de sublinhar que o que aconteceu em Moçambique foi uma grande rasura do processo de desenvolvimento da democracia no país”.
Em relação a redução do número dos deputados na Assembleia da República, José De Sousa diz que essa foi mais uma indicação clara da intenção do partido no poder em cortar as pernas daqueles que realmente tem capacidade para governar o país.
“A diminuição dos mandatos do MDM significa que estas eleições foram de tal forma fraudulentas para impedir a inclusão, a ideia era mesmo para excluir aquele que pensa diferente, excluir aqueles que tem competências para dirigir este país e nós continuaremos a fazer o nosso trabalho”.
“O que aconteceu em Moçambique foi uma grande rasura do processo de desenvolvimento da democracia no país”
José de Sousa diz que a diminuição do número de mandatos na AR visava excluir aqueles que tem competência para dirigir o país