O País – A verdade como notícia

Analistas consideram que Frelimo é corrupta e que Chapo não pode mudar o facto

O grande problema do candidato presidencial da Frelimo é, segundo analistas, o seu próprio partido, visto que ele é que impede o desenvolvimento do país. Elísio Macamo e Edson Cortês acrescentam que não basta apenas enumerar os problemas óbvios do país, devem-se trazer soluções práticas.

Durante a submissão da sua candidatura, Daniel Chapo disse que era preciso que o país resgatasse os valores da honestidade e justiça de Moçambique. Alertou, ainda, que a independência do país corre perigo, devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado.

Para Elísio Macamo, o discurso do candidato da Frelimo à presidência é extremamente óbvio. Faz, na verdade, “parte do discurso de qualquer político sensato”. “O que eu realmente esperava ouvir dele é como ele vai abordar esses problemas. Uma coisa é dizer que nós temos falta de transparência, falta de justiça, falta de integridade, outra coisa é dizer como esses problemas serão resolvidos.”

No entanto, a fonte diz que não tem grandes expectativas  em relação ao facto de Chapo apresentar as possíveis soluções aos problemas que afectam o país. “Se ele for minimamente inteligente, e acho que ele é, ele terá consciência de que o grande entrave para qualquer coisa que se queira fazer no Estado moçambicano é o próprio partido que ele vai dirigir, é o partido em nome do qual ele vai governar Moçambique. Então, penso que seja este o principal desafio de Chapo”.

Edson Cortês, por sua vez, declara que a Frelimo é um partido extremamente corrupto, por isso não acredita que “Chapo seja suficientemente forte politicamente para mudar isso”.
Diz ainda que “não é um grande player do partido, fez todo o seu processo na província. Olhando para aqueles que controlam a máquina do partido Frelimo, estão todos envolvidos no sistema de corrupção, não há um que não esteja. Então, ele tem de conhecer os partidos dos corruptos e não se aliar a eles”.

Além disso, o analista reclamou do facto de os deputados da Assembleia da República não fazerem nada e a sua escolha ser à porta fechada.

“Há uma reflexão ainda mais profunda, sobre o porquê de continuarmos a votar em deputados de listas fechadas, em que nós não sabemos quem são, e, por via disso, quando vemos os debates parlamentares, não há nenhuma análise crítica. Sem falar de que os membros da oposição passam a vida a falar mal da vida dos outros.”

Portanto, concluiu Cortês, “há assuntos estruturais que queremos ver dos candidatos, mas, cada vez que vemos o partido Frelimo a fazer campanha, são só danças, ignorando que temos um eleitorado cada vez mais informado, que não quer mais ouvir sobre danças. Porém, num país em que a Frelimo está em conluio com a CNE, o STAE e com o Conselho Constitucional, podem continuar a dançar que no fim vão ganhar as eleições”.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos