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Dom Cláudio Dalla Zuana defende respeito pela democracia para desenvolvimento sustentável

O arcebispo da Beira e magno chanceler da Universidade Católica de Moçambique, Dom Cláudio Dalla Zuana, defende a necessidade de se respeitar a democracia e diz que o desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado quando o cidadão tem papel activo na tomada de decisões.

O arcebispo da Beira falava durante a abertura do VI Congresso Internacional da Universidade Católica de Moçambique (UCM), que decorre sob o lema “UCM promovendo a fraternidade em prol do desenvolvimento sustentável”.

No evento, Dalla Zuana inspirou-se no Papa Francisco para fazer a sua apresentação, tendo explicado que, para se chegar ao desenvolvimento sustentável, há quatro caminhos: a integridade ecológica, a justiça social e económica, a democracia e a paz.

“A democracia é essencial. Este pilar exige sistemas políticos transparentes, participativos e responsáveis, em que a liberdade de expressão é protegida e a participação dos cidadãos é incentivada. A ideia é que a sustentabilidade só pode ser alcançada quando os cidadãos têm papel activo na tomada de decisões”, disse.

Sobre a justiça social e económica, o magno chanceler da UCM explicou que urge a necessidade de um desenvolvimento que seja socialmente justo e um desenvolvimento economicamente inclusivo, sem deixar de lado o acesso equitativo aos recursos, serviços e oportunidades, independentemente da classe social, género e etnia.

Falou igualmente dos caminhos para o alcance da fraternidade, destacando a amizade social como um elemento central na construção de um mundo mais fraterno e solidário, que não se limita às relações interpessoais próximas e familiares.

“A amizade social implica uma abordagem ética na maneira como as sociedades são organizadas e governadas. É preciso promover políticas e práticas que promovam a inclusão, justiça e igualdade, e que combatam a exclusão e marginalização, o que desafia as estruturas políticas e económicas que perpetuam a desigualdade e indiferença”, disse para depois acrescentar que a amizade social também tem a ver com a disponibilidade de apoiar uns aos outros, especialmente os que se encontram em situações de vulnerabilidade.

Já o reitor da UCM, Filipe Sungo, diz que o tema escolhido não é só académico, mas um imperativo ético e moral urgente por se reflectir e olha a fraternidade como um alicerce que agrega enquanto colectivo académico, e estimula a transcender as fronteiras do convencional e do confortável.
“A intersecção entre fraternidade e desenvolvimento sustentável é crucial. O desenvolvimento sustentável não se restringe ao progresso tecnológico ou ao crescimento económico; engloba também a justiça social e a equidade. Aqui, a fraternidade é fundamental, pois nos faz reconhecer a interdependência que nos liga e a necessidade de um futuro compartilhado.”

A abertura do evento contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, que disse que, mais do que discutir ideias, as mesmas devem ter aplicação prática.

O sexto Congresso Internacional da UCM terá duração de três dias e decorre na Cidade de Maputo, com a presença de mais de 500 estudantes.

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