Cerca de dois milhões de moçambicanos sofrem de diabetes, segundo o Ministério da Saúde (MISAU), que aponta os maus hábitos alimentares e a falta de exercício físicos como algumas causas da doença.
O número de doentes acima referido coloca Moçambique na lista dos países com maior taxa de diabéticos entre as nações em vias de desenvolvimento.
Para recordar aos moçambicanos que a diabete é uma doença silenciosa, crónica e mortífera, o Hospital Provincial de Maputo organizou uma campanha de rastreio e medição da glicemia e da hipertensão arterial.
“No nosso hospital temos muitos casos de diabetes. O pior é que muitas pessoas não sabem que têm a doença. Chegam aqui por outras preocupações e acabam descobrindo que sofrem da diabete e, muitas vezes, já a tarde”, explicou Benedita Xico, médica clínica geral do Hospital Provincial de Maputo.
De acordo com a fonte, um número considerável de pacientes chega à unidade sanitária com a enfermidade já num estado avançado, o que leva a complicações que obrigam a ter-se que amputar o pé diabético.
Foi o que aconteceu com Eugénio Macucule, de 53 anos de idade. Ele perdeu um dos membros inferiores, devido a doença, há dois meses.
“Começou com uma ferida no dedo do pé e não sarava. A médica decidiu que tinha que amputar o pé”, contou, o paciente, lamentando, porque a sua vida está limitada por depender de medicamentos e restrições na alimentação.
Níveis altos de açúcar no sangue foram encontradas na Alice Alfredo, de 45 anos. Foi ao hospital para tratar problemas de ouvido e descobriu estar com princípios da diabete.
“Disseram-me que o açúcar no sangue subiu e a tensão também”, narrou a mulher e prosseguiu: “Não sei se tenho diabetes ou nunca fiz controlo. Estou assustada. Assim recomendaram-me a baixar o peso e mudar a dieta alimentar e fazer ginástica”.
Em Moçambique, predomina a diabete do tipo II, que afecta mais as mulheres em idade adulta e está relacionada com excesso de peso, o sedentarismo, a maus elevada hipertensão e os maus hábitos alimentares.
A 14 de Novembro celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra a Diabetes. Para assinalar a data, o sector da saúde, promoveu hoje uma campanha de rastreio da doença e recomenda a realização de exames de rotina, através da medição de glicemia, de três em três meses.