O Standart Bank mantém “boas” perpectivas de crescimento da economia de Moçambique a médio e longo prazo, mesmo tendo em conta os mais recentes factos ligados as chamadas dívidas ocultas.
O caso das dívidas ocultas, que colocou o país numa situação económica difícil, tem estado na ordem do dia, tendo já sido levado a prisão preventiva, o filho mais velho do antigo Presidente da República, sem contar com outros oito arguidos que já foram presentes ao juiz.
Questionado sobre que perspectivas que se pode fazer da economia moçambicana tendo em conta estes factores arrolados, o administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, respondeu que as projecções mantêm-se boas. “A longo e médio prazo, mantemos a nossa posição de que Moçambique tem potenciais muito fantásticos de crescimento económico”, disse, justificando que no entender da instituição financeira, “não há país que não tenha atravessado dificuldades”.O administrador delegado do Standard Bank reconheceu, porém, que “há de facto aspectos a melhorar, tendo em conta, também, a posição do país no ranking Doing Business do Banco Mundial”, explicou Nwokocha, para depois acrescentar que “isto é para tornar o país cada vez mais apetecível para os investidores, mas sem com isso contrair dívidas”.
O administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha falava no contexto do workshop realizado ontem em Maputo, que juntou empresários nacionais e chineses que pretendem investir em diversas áreas em Moçambique. Na ocasião, o economista do Standart Bank, Fáusio Mussa, recordou que há vários motivos que podem acelerar o crescimento do país, tais são os casos dos acordos que Moçambique tem para a reestruturação da dívida assim como o crescimento das actividades financeiras do sector privado.
Para além destes aspectos (reestruturação da dívida e crescimento das actividades do sector privado), o Standart Bank atribui papel crucial as duas grandes Decisões Finais de Investimento (DFI) que serão conhecidas em breve. Apesar dos bons indicadores, permanecem algumas ameaças ao bom desempenho do crescimento da economia do país, que derivam, principalmente, da situação de conflito que se vive no norte do país, concretamente na província de Cabo Delgado.
No mesmo evento, em declarações à imprensa, o representante do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), Sun Gang, revelou que “já foram investidos pouco mais de 100 milhões de dólares norte-americanos no sector do petróleo e gás”. O representante do ICBC disse também que para além do investimento feito no sector do petróleo e gás, os empresários chineses vê também oportunidades de investimento em sectores como o de energia assim como de infra-estruturas.