O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane disse nesta segunda-feira, em Maputo, que o país é um “bom pagador”, referindo-se ao stock da dívida pública de mais de 11 biliões de dólares.
As negociações com os credores externos da dívida comercial de Moçambique, estimada em 17%, deverá estar concluída até finais de Dezembro próximo, a garantia foi dada por Maleiane.
“Só para esclarecer. Moçambique é um bom pagador”, referiu o governante, para quem o grande problema está no incumprimento financeiro relativo ao pagamento dos cupões da dívida comercial.
“Moçambique se não paga é porque tem uma razão forte para não o fazer. Portanto o risco para o país é zero”, sublinhou, acreditando que até finais do ano toda situação com os credores desta dívida comercial está fechada.
Sobre o Orçamento do Estado de 2019, Maleiane disse que foi uma proposta realista, uma vez que pelo terceiro ano consecutivo o Executivo não terá financiamento directo dos doadores externos, que congelaram os fundos desde Abril de 2016, na sequência do escândalo da dívida pública do país.
“Infelizmente o próximo orçamento não terá apoio dos doadores. Até Julho de 2018 (prazo da entrada dos financiamentos dos doadores externos) nada tínhamos em carteira, pelo que o próximo orçamento estará prenhe desta componente”, apontou o ministro da Economia e Finanças.
Acrescentando, que a solução passa pela emissão de Obrigações de Tesouro para o Estado se financiar, bem como donativos e empréstimos concessionais.
Adriano Maleiane, falava esta segunda-feira, em Maputo, aquando do lançamento do Fórum de Investimento de África, agendado para Novembro próximo em Joanesburgo, na vizinha África do Sul. O evento é organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Para o fórum, o sector privado moçambicano colocou a mesa 25 propostas para investimentos, avaliados em 1,4 bilião de dólares. As mesmas (propostas) estão a ser escrutinadas pelo BAD, que irá reforçá-las, para que os investidores se sintam atraídos, e consequentemente, investir no país.
De referir, que a desaceleração económica do país nos últimos três anos, não reduziu a aposta do Banco Africano de Desenvolvimento no sector privado, que só neste período já investiu mais de 300 milhões de dólares para este ramo.
Para o representante do BAD em Moçambique, Pietro Toigo, o sector privado é peça-chave para uma economia, pelo que as 25 propostas, cujo escrutínio final será para breve, devem ser estruturantes para que sejam ilegíveis ao financiamento.