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Distribuição de Bancas cria discórdia em Xipamanine

Foto: O País

A distribuição de bancas aos vendedores informais voltou a gerar discórdia e agitação, hoje, no mercado Xipamanine, na Cidade de Maputo. A edilidade retirou cerca de uma centena de vendedores que ainda vendiam sobre os passeios da Rua Irmãos Ruby para um local sem banca, no novo terminal rodoviário.

A requalificação da venda informal na Cidade de Maputo decorre há mais de um ano, mas ao longo do seu decurso regista avanços e recuos e não reúne consensos entre vendedores.

Joana Armando, há 18 anos a vender roupa usada no passeio, diz que ainda não teve banca e exige que lhe seja atribuída e aponta os responsáveis do processo de alocação das bancas como desorganizadores do trabalho. “Os chefes do mercado são os que fazem mal, estão a dar bancas as pessoas que têm bancas ao invés de dar aos que não as têm. Estragaram tudo, estragaram muita coisa, estamos aqui a ‘zanzar’ queremos bancas nós”.

Esta terça-feira perto de uma centena de vendedores, na sua maioria mulheres, amotinou-se no mercado anexo de Xipamanine para exigir bancas, isto depois de terem sido retiradas dos passeios da Rua Irmãos Roby. Mas, os vendedores que foram retirados dos passeios ficam preocupados porque não são indicados bancas. Hélia Vilanculos e Judite Felícia são um exemplo, estão ao relento e sem espaço concreto para exercer a actividade comercial. “Estão a nos tirar lá na estrada para cá, não negamos vir vender aqui, é só matarem a paragem mercado e atribuírem-nos às bancas”.

O chefe da comissão de vendedores, Efraime Manhique, nega que estejam a ser atribuídas bancas a pessoas com bancas, mas, lança o ultimato para os que têm bancas e não estão a fazer o devido uso para que ocupem, sob o risco de perdê-las a favor dos que não possuem bancas. “Os de roupa usada já tinham bancas, por isso, exorto aos vendedores que venham ocupar as bancas. Pois se até amanhã não tiverem ocupado, atribuiremos aos que não as têm”.

Um paradoxo regista-se naquele mercado, o facto de existir mais de uma centena de bancas sem vendedores, por um lado e por outro centenas de vendedores estão ao relento. Este processo contribui para a não requalificação do mercado, atrasando, desta forma, o projecto do Conselho Municipal da Cidade de Maputo.

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