O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, disse, em entrevista exclusiva ao jornal “O País”, que Moçambique deve apostar, neste ano, em garantir a paz, acabar com a COVID-19 e empoderar a juventude para o desenvolvimento da pátria
É a visão de quem governou Moçambique por 18 anos. Joaquim Chissano, em entrevista, disse que, embora haja muitos desafios, o país deve dar maior atenção a três deles, nomeadamente, paz, saúde e desenvolvimento.
“Continua a ser uma grande prioridade retornar à paz no Norte de Moçambique, nomeadamente, em Cabo Delgado, e agora fala-se de Niassa. Este é um trabalho que deve ser feito por todos”, defende Chissano, para quem isso não acaba com o fim do terrorismo em Cabo Delgado.
Chissano destaca a necessidade de se continuar com o processo de reconciliação que inclui “este DDR, que é parte desta reconciliação”.
Num contexto em que Moçambique abre o ano com novos recordes de infecções pela COVID-19 e a lutar contra a variante Ómicron, Joaquim Alberto Chissano aconselha a quem está na direcção a concentrar esforços para restaurar a saúde em Moçambique.
Tendo garantido a paz e a saúde, Chissano diz que os jovens devem encabeçar o desenvolvimento do país. Porém, ele diz que não se pode ter a ilusão de que se pode fazer uma coisa de cada vez. Para Chissano, enquanto decorre a luta pela paz, devem ser desencadeadas acções para saúde e desenvolvimento.
“É preciso que façamos tudo em simultâneo, porque sem uma coisa não temos a outra”, mas Chissano alerta que o país deve começar a “empoderar os jovens no desenvolvimento, capacitar o homem e fazer gestão correcta dos recursos. Isto não é uma prioridade só para este ano”, diz o antigo estadista moçambicano.