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Directores franceses procuram parcerias de dança em Maputo

A Directora-Geral e o Director-Artístico do Paris Dance Project, Solenne Hays Mascré e Benjamin Millepied, deslocaram-se à Cidade de Maputo com a pretensão de procurar parcerias na área da dança contemporânea. Segundo disseram esta sexta-feira, esperam que os artistas africanos e europeus possam trocar diálogos que enriqueçam mutuamente as suas sociedades.

 

Na última terça-feira, Solenne Hays Mascré e Benjamin Millepied aterraram, pela primeira vez, no Aeroporto Internacional de Maputo. À capital moçambicana, os directores franceses do Paris Dance Project deslocaram-se com o objectivo de encontrar parcerias originais e inovadoras, quer com programadores da área da dança contemporânea, quer com bailarinos e coreógrafos moçambicanos e de outros países africanos.

De modo que as suas pretensões fossem alcançadas, Solenne Hays Mascré e Benjamin Millepied viajaram para Maputo numa altura em que a cidade acolhe duas bienais de dança contemporânea: Kinani e Dança em África.  “Este é um momento-chave de consciencialização em matérias de dança. Inclusivamente, nestes dias em que nos encontramos em Maputo, já identificamos artistas com propostas muito fortes, os quais queremos convidá-los a fazerem parte dos nossos projectos, de modo a valorizarmos as suas propostas”, disse a Directora-Geral de Paris Dance Project, Solenne  Hays Mascré.

Para francesa, a dança é uma manifestação maior da arte, pela possibilidade de expressão de ideias sem o recurso à palavra que muitas vezes pode dividir o entendimento sobre as coisas. A dança facilita o diálogo entre os indivíduos e as sociedades. Também por isso, Solenne Hays Mascré agendou momentos de intercâmbio com artistas que, à sua semelhança, encontram no corpo uma ponte rumo às culturas de outros espaços e/ou de outros continentes. E ainda acrescentou: “Eventos como as bienais Dança em África e Kinani permitem aos artistas moçambicanos ou africanos e franceses ou europeus entrarem em contacto com artistas de regiões diversas”.

Como que a complementar o raciocínio da sua compatriota, o Director-Artístico do Paris Dance Project, Benjamin Millepied, salientou que, quer a bienal Dança em África, quer o Kinani são fundamentais porque facilitam encontros que, de outra forma, talvez não aconteceriam. Assim, os países desses artistas saem a ganhar, porque, através da dança, se exprimem ideias fortes como aquelas que traduzem uma visão parcial ou abrangente da sociedade. Logo, considerou, “Esta nossa estadia em Maputo tem sido um momento de grande êxito, porque vimos coreografias modernas que queremos mostra-las em países como França ou Estados Unidos”.

Na percepção de Benjamin Millepied, o Kinani é um momento-chave para os programadores e coreógrafos apresentarem os seus trabalhos em público. “Aprendemos muito nestes dias”, reconheceu.

Solenne Hays Mascré e Benjamin Millepied conheceram-se numa altura em que a francesa trabalhava para uma grande sala de espectáculo em Paris. Depois de ter programado um espectáculo de Benjamin Millepied, ambos resolveram desenvolver um projecto artístico com um valor social, o Paris Dance Project.

O Paris Dance Project concentra-se na juventude, com uma forte dimensão educativa. Inclusive, regularmente, a iniciativa tem convidado artistas para conversar com os alunos nas escolas, levando, igualmente, a arte a espaços que não são comuns. “O nosso propósito também é trabalhar em lugares simbólicos e contar as histórias invisíveis desses mesmos territórios”, reforçou Benjamin Millepied, que nasceu em França e cresceu no Senegal, país que tem uma grande influência na sua maneira de pensar a dança contemporânea. “Por causa dessa influência, eu e a dança somos a mesma coisa”.

 

 

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