O Primeiro-ministro da Somália emitiu uma ordem de expulsão ao diplomata moçambicano Francisco Madeira, por alegado envolvimento em actos incompatíveis com o seu estatuto. O Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, diz que está a apurar as reais razões da decisão.
O diplomata moçambicano Francisco Madeira é, desde 2015, representante especial do chefe da Comissão da União Africana (UA) na Somália.
Esta quarta-feira recebeu uma ordem de expulsão do Primeiro-Ministro Somali, que, segundo um comunicado, considera o diplomata persona non grata e dá-lhe o prazo de 48 horas para abandonar o país, por alegadamente “se envolver em actos incompatíveis com o seu estatuto de representante da Comissão da União Africana”.
Ou seja, tem até está sexta-feira para sair da Somália. Ainda não foi especificado o que o diplomata terá efectivamente feito.
Por seu turno, o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmaajo, disse que não autorizava qualquer acção contra Madeira e destacou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros que trata dos assuntos diplomáticos não comunicou ao seu representante quaisquer actos contra a soberania do país.
De acordo com a “VOA”, Farmaajo acrescentou ainda que a decisão de expulsar Francisco Caetano José Madeira não é “inclusiva” e foi emitida por um gabinete que não tem a responsabilidade exclusiva de tomar uma decisão tão crucial.
O “O País” contactou a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, que confirmou ter tomado conhecimento do assunto, mas não por vias formais, ou seja, o Governo de Moçambique ainda não recebeu notificação oficial.
Contudo, a chefe da diplomacia moçambicana assegurou que Moçambique está a apurar o que terá acontecido e o Ministério vai-se pronunciar sobre o assunto nos próximos dias.