Milhares de pessoas contestam a mobilização de reservistas para reforçar a guerra na Ucrânia. Organizações independentes contabilizaram mais de 1300 detidos, incluindo 9 jornalistas. Situação tem forçado a saída massiva de cidadãos da Rússia.
Está a acontecer o que é raro na Rússia – manifestações massivas contra Vladimir Putin.
Milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades russas para protestar contra a mobilização parcial de reservistas para a guerra na Ucrânia.
As autoridades policiais foram destacadas para conter as manifestações e detiveram mais de 1300 pessoas, incluindo nove jornalistas.
A maior parte das detenções ocorreu em Moscovo e em São Petersburgo, mas o retrato da contestação e da repressão repete-se um pouco por todo o país.
Além disso, o receio da mobilização levou muitos a abandonarem o país de imediato. Os bilhetes de avião para destinos onde os cidadãos russos não precisam de visto esgotaram logo depois do anúncio da medida. O tráfego nas fronteiras também aumenta a cada dia. Um dos destinos é a capital da Arménia.
Países europeus estão a considerar limitar a concessão de vistos turísticos a cidadãos russos, face a uma possível saída em massa de cidadãos em idade de combate.
Na sua primeira reacção sobre a nova medida de Moscovo, o Presidente ucraniano referiu que a decisão da Rússia é uma constatação de que o seu exército regular não resistiu nem desmoronou.
Zelensky apelou aos russos para que protestem até à derrota de Putin, que fujam e aos que estão a ser mobilizados que se rendam no campo de batalha, na Ucrânia.
O Chefe de Estado ucraniano lamentou a facto de esta mobilização na Rússia estar a enterrar possibilidade de negociação pela paz.
Esta é a primeira mobilização de reservistas russos desde a Segunda Guerra Mundial. Há 25 milhões de cidadãos que podem ser chamados.