Dois militares zimbabweanos estão a contas com as autoridades no distrito de Manica, após terem sido surpreendidos a transportar mais de 150 quilogramas de explosivos e respectivos detonadores.
O produto era transportado numa viatura de marca Mercedes Benz, que foi neutralizada na fronteira de Machipanda.
Os militares, ora detidos em Manica, alegam que apenas estavam a transportar, sem saber de que se tratava, a mercadoria para entregar ao suposto proprietário.
“Nós saímos de Mutare, apenas nos foi pedido para transportar esse produto. Não sabíamos que estávamos a entrar em problemas”, disse um dos indiciados.
O suposto proprietário revelou que a mercadoria se destinava ao uso nas minas na região de Penhalonga.
“O carro foi interpelado na fronteira. Estávamos a levar o produto para usar nas minas de ouro. Usamos para partir pedras”, disse.
Para Ulisses Tembe, director das Alfândegas em Manica, a apreensão do produto deveu-se ao facto de não ter autorização para a sua circulação.
“Existe o crime em sede do processo fiscal, que são as imposições que devem ser pagas sobre uma cautela de autorização. Existem as entidades específicas que autorizam, a nível do Ministério do Interior e o da Defesa, a entrada no país de determinados explosivos”, disse Tembe, para quem “a situação se torna grave, principalmente porque estamos a viver a situação de terrorismo em Cabo Delgado”.
Para o caso, já foram abertos dois processos, sendo um criminal por causa da introdução ilegal de explosivos e um outro fiscal pelo facto de a mercadoria ser produto de contrabando.