A maioria dos funcionários públicos detidos são da Delegação do extinto INATTER, na cidade de Maputo. São acusados de vender cartas de condução a cidadãos, sem que os mesmos tenham passado por uma escola de condução.
Preparadores de exames teóricos e práticos, examinadores, técnicos informáticos e quadros afectos a secretaria são algumas das ocupações dos 16 funcionários do extinto Instituto Nacional de Transportes Terrestres, agora INATRO, detidos esta segunda-feira pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC).
Segundo soube o Jornal “O País” de fonte próxima ao processo, os funcionários em alusão foram chamados ao GCCC para uma sessão de acareação no âmbito de investigações em curso, sobre esquemas de venda de cartas de condução, no antigo INATTER, a pessoas que nunca sentaram numa escola de condução para o efeito. No local, após serem ouvidos, foram detidos e assim devem responder ao processo em reclusão.
A investigação em curso foi despoletada pela denúncia feita por uma publicação da organização da sociedade civil, Centro de Integridade Pública em 2019, sobre esquemas envolvendo funcionários da instituição e que permitem a compra de cartas de condução, por cerca de 50 mil meticais, sem que o cidadão tenha ido à formação.
Uma lista emitida pelo Departamento de Recursos Humanos do instituto, e que está em circulação nas redes sociais, comunicava aos 16 funcionários sobre a sua solicitação pelos investigadores. Constam da mesma: dois Funcionários do INATRO Central, designadamente um afecto a Secretaria e outro do Departamento de Certificação.
Já os restantes 14 são afectos a Delegação do INATRO na cidade de Maputo. Destes destacam-se cinco técnicos afectos ao Departamento de Tecnologias de Informação e Comunicação; seis examinadores afectos do Departamento de Certificação; dois técnicos afectos ao Departamento de Fiscalização e Segurança e uma funcionária afecta à secretaria.
Os detidos devem ser apresentados a um Juiz de Instrução Criminal para a legalização da detenção, entre esta terça e quarta-feira.