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Detectados erros em provas finais na Cidade de Maputo e província da Zambézia

Alunos da 5ª, 6ª, 7ª e 9ª classes, na Cidade de Maputo e na Zambézia, foram submetidos a sete provas trimestrais com erros de conteúdo e de escrita. Os Serviços de Assuntos Sociais da capital do país reconhecem a falha, mas dizem que tal não afectou a avaliação.

É mais um escândalo a abalar o Sistema de Educação em Moçambique, desde esta terça-feira, com a circulação de provas finais com erros diversos.

Trata-se de provas finais das disciplinas de Português, Matemática, Educação Visual e Ofícios e Ciências Naturais, que apresentam erros ortográficos, de conteúdo e até de cálculo.

Vamos em partes!

A nossa equipa teve acesso a um enunciado da disciplina de Português, da 9ª classe, avaliado na última segunda-feira (1), a nível da Cidade de Maputo, que apresenta um texto de natureza narrativa, no entanto, mais abaixo a informação remete a um outro género textual: “O texto da sua prova apresenta-se em estrofes e versos e obedece a uma estrutura fixa”, ou seja, é um texto poético.

No segundo guião de respostas, da disciplina de Matemática da 6ª classe, de uma província não identificada, o redator diz que 64+36 é maior que 101. Contas feitas: 64 + 36 = 100, o que significa que o maior número é o da direita, 101.

Mais do que isso, um outro guião de respostas, da 4ª classe, assume: 4521 + 8289 = 1810.

Situação semelhante, já para a disciplina de Educação Visual, da 6ª classe, cuja origem não conseguimos identificar, enumerou e deixou ao critério dos alunos os tipos de desenhos conhecidos: “1. a) Os quatro (4) tipos de desenhos são: giz, lápis de carvão, lápis de cor, lápis de cera” – uma resposta que valia quatro valores.

Alguns enunciados são provenientes dos distritos de Gurué e Nicoadala, na província da Zambézia, onde um deles tem a cotação que vai até 40 valores.

Em reacção ao assunto, o Serviço de Assuntos Sociais da Cidade de Maputo diz que a falha se deveu à existência de variantes da mesma disciplina.

“Nós conseguimos perceber que a frase em questão não pertence a esta prova, mas sim à prova do turno da noite, que efectivamente tem o texto que se apresenta em versos e estrofes. Foi durante a formatação destas provas em que ocorreu este erro, que é a permanência de um parágrafo que pertencia a uma outra prova”, esclareceu Alberto Muthemba, chefe do Departamento de Educação, Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional.

Segundo Alberto Muthemba, os professores são orientados a corrigir este tipo de falhas, sempre que detectadas durante a avaliação e tal foi feito para garantir normalidade no processo.

“A presença desta frase na prova do ensino diurno não interferiu para o rendimento dos alunos, nem pedagogicamente para a realização desta prova, porque as perguntas correspondem ao texto acima”, defendeu a fonte, apesar de assumir a fragilidade que terá havido no processo de verificação desta prova.

A fonte disse ainda que existe uma equipa responsável pelo processo, o que tem trazido resultados positivos na qualidade das avaliações, nos últimos tempos, por isso este acontecimento não pode anular o trabalho que é feito pela sua instituição.

Sobre os erros detectados em vários enunciados e guiões de correcção, a Organização Nacional dos Professores prometeu pronunciar-se amanhã.

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