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Dezenas de pessoas marcharam contra implantação de lixeiras a céu aberto

Com cânticos e dísticos cujas mensagens eram de apelo à gestão racional de resíduos sólidos, dezenas de pessoas marcharam este sábado pelas artérias da capital do país. A marcha contou com a participação de jovens, adultos e idosos, com destaque para os residentes nos bairros afectados pela poluição da lixeira de Hulene e dos moradores de Matlemele, bairro onde se prevê implantar um aterro.

A marcha acontece cerca de quatro meses depois de deslizamento do lixo na lixeira de Hulene, que resultou na morte de 17 pessoas. Assim, com a marcha, os organizadores esperam suscitar sensibilidade do Governo em relação à melhor gestão de resíduos. Igualmente, a organização ambiental, Livaningo, responsável pela marcha, espera pressionar as autoridades a acelerarem o encerramento da lixeira a céu aberto localizado em Hulene. “O caso da lixeira de Hulene veio mostrar o perigo que as lixeiras a céu aberto apresentam. A enchente nesta marcha mostra o quão os moradores estão preocupados com a situação das lixeiras a céu aberto”, disse Sheila Rafik, representante da Livaningo.

Na marcha, os participantes ostentavam dísticos cujas mensagens acusam o governo de negligência na gestão sustentável dos resíduos sólidos. Mas para outros participantes, é preciso colaboração dos utentes na gestão sustentável dos resíduos sólidos. Depois de ter partido da Praça da OMM, a marcha que percorreu avenida Vlademir Lenine, 24 de Julho, e Karl Marx foi desembocar na Praça da Independência, local onde decorreram várias actividades culturais e palestras sobre preservação ambiental.

Impasse entre moradores e autoridades trava aterro sanitário de Matlemele

A tragédia da lixeira de Hulene reacendeu a necessidade de aceleração da criação do aterro sanitário em Matlemele para o encerramento da lixeira trágica. Entretanto, o assunto está numa fase complicada tendo em conta que alguns moradores construíram casas dentro do local que era reservado ao aterro alegando que são nativos. Assim, o projecto do aterro está condicionado há mais de cinco anos, uma vez que os moradores não aceitam sair enquanto não forem indemnizados.

Várias vezes os moradores Matlemele realizam manifestações de protestos como forma de pressionar as autoridades a compensarem as famílias cujas casas estão dentro do espaço do projecto. Recorde-se que o Município da Matola disse que apenas serão compensadas as famílias cujas casas já existiram quando o projecto foi desenhado e não aquelas que foram contruir casas depois do estado ter sido reservado ao aterro.

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