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Ferroviário de Maputo conquista Taça Maputo em basquetebol, ao vencer, na final, o Costa do Sol por 88-73, em masculinos, e 60-46, em femininos. A final foi marcada pela mudança forçada do Pavilhão do Desportivo para A Politécnica, devido ao mau estado do primeiro recinto.

Tarde e noite de sábado de muito basquetebol (pelo menos tinha de ser assim tendo em conta o nível das equipas que estariam na quadra), na Cidade de Maputo. Ferroviário e Costa do Sol cruzam-se em ambos os sexos em busca da Taça Maputo para enriquecer as suas prateleiras.

E tudo indicava que o arrebatamento aconteceria no Pavilhão do Desportivo Maputo. A história começaria a ser escrita a partir das 15h00, com as equipas femininas a defrontarem-se. Até aí, tudo bem.

O que não se sabia é que o despique levaria apenas seis minutos, porque o piso não estava em condições, colocando em risco a integridade física das atletas. Para evitar o pior, os jogos foram transferidos para o Pavilhão da A Politécnica.

O Ferroviário estava, nessa altura, em vantagem de seis pontos, que nunca largou. Aliás, foi um Ferroviário que abriu uma vantagem de mais de vinte pontos no jogo, fruto da sua boa prestação, sobretudo, no segundo quarto.

Entretanto, o Costa do Sol viria a buscar o resultado no terceiro quarto, tendo saído a perder por 41-40. Muito pouco para um Ferroviário que, no fim, venceu por 60-46. Noite considerada infeliz pelo treinador das “canarinhas” Marvin Cossa.

“Cometemos muitos erros, principalmente no último quarto, onde tivemos três perdas de bola, depois da recuperação da desvantagem larga no terceiro período, em que saímos a perder por um ponto de diferença”, disse Cossa.

Já Nazir Salé era um homem radiante. “Sabíamos que seria um jogo complicado, mas interessava-nos ganhar. Por isso, nunca deixamos de manter o foco, mesmo quando o Costa do Sol se recuperou da desvantagem”, disse.

Em masculinos também foi para baixa da cidade

Se em femininos estava tudo resolvido, em masculinos ainda estavam por definir. Havia contas por ajustar. João Mulungo “ajeitou” os seus rapazes, colocando, por exemplo, Baggio no banco e jogando com Nando como base, uma estratégia que até resultou.

Miguel Guambe e seus pupilos perderam o norte. Nilton Seifane tentou remar contra a maré, mas era muito alta para um só marinheiro inspirado. O jogo exterior do Ferroviário era muito forte. Hugo, Stélio e Chiquinho estavam com as mãos quentes.

As estatísticas provavam a superioridade do Ferroviário, que sempre esteve em vantagem. 18-13 no primeiro quarto e ao intervalo 44-35. Acertivo em quase todos os aspectos, o Ferroviário até se deu ao luxo de dar espaço para todos brilharem. Até porque há muito que se precisava de uma equipa equilibrada.

“Tinha dito noutra ocasião que precisamos de ter um bom banco. Neste jogo, rodámos a equipa e fomos felizes”, analisava o desempenho dos seus pupilos, o treinador do Ferroviário João Mulungo.

O resultado permitiu que os “Locomotivas que perderam a final do Nacional passado diante do mesmo Costa do Sol fizessem a desforra, vencendo por 88-73.

O facto foi destacado pelo treinador do Costa do Sol. “Temos de dar mérito ao Ferroviário. Esteve bem em quase todos os aspectos. Não nos encontrámos como equipa e cometemos muitos erros”, observou Miguel Guambe.

Quem também observou foi o presidente da Associação de Basquetebol na cidade de Maputo, Sérgio “Serginho” Hitié.

“Avaliamos a prova positivamente. Tivemos duas equipas competitivas e estamos satisfeitos com o que vimos durante a prova”, anotou Serginho, lançando já a próxima prova.

“Depois da Taça, teremos, nos próximos dias, o arranque do Campeonato da Cidade”, disse Sérgio Itié, presidente da Comissão de Gestão da Associação de Basquetebol da cidade de Maputo.

A selecção nacional de futebol de praia venceu as Seychelles por 7-3 e está a um passo de garantir a qualificação para o Campeonato Africano da modalidade. Os jogadores e equipa técnica dizem que a vitória é justa e o objectivo agora é garantir o apuramento em Maputo.

Primeira parte da eliminatória de acesso ao Campeonato Africano das Nações de Futebol de Praia ganha em terreno alheio. Porém, nada que tivesse sido fácil, até porque Saidate Moveia e seus pupilos sabiam que não encontrariam uma Seychelles de pêra doce, tal como no Cosafa.

Afinal, as Seychelles estão a preparar-se para organizar o Campeonato do Mundo do próximo ano e, por isso, precisam de estar a um nível de candidato a conquistar a prova.

E o início foi com um susto para Moçambique, quando as Seychelles marcaram primeiro, de bola parada. Nada que fizesse estremecer o combinado nacional.

Até porque não foi preciso muito tempo para os “guerreiros da praia” mostrarem a sua garra e determinação, tal como tinham prometido nas vésperas da viagem. Arroz empatou logo a seguir, num remate cruzado a descobrir as fragilidades do guarda-redes contrário.

Depois foi Mabomo a virar o resultado ainda no primeiro período, de bola parada, com um remate forte. O primeiro intervalo chegou com vantagem magra para Moçambique.

No segundo tempo, houve muito equilíbrio, com as duas selecções a procurarem errar menos e tentar o contra-ataque. Entretanto, o guarda-redes, nesse período, estava bem a defender as redes. Apenas houve registo de um golo, de Rachid, também de bola parada, a ampliar o marcador para Moçambique.

No último período, Moçambique esteve mais forte, apesar de alguma reacção dos donos da casa. Quer em bolas paradas como em jogadas corridas, o combinado nacional marcou golos de todos os efeitos e conseguiu ampliar o resultado, por Ramossete, Mabomo, Arroz e Moreira.

As Seychelles conseguiram apenas dois golos nesse período, pouco para evitar uma pesada derrota de 7-3 com que se vai para a segunda mão, sábado, na Arena do Costa do Sol, em Maputo.

Os “guerreiros da praia” partem com uma vantagem de quatro golos para esse jogo decisivo, a precisar de apenas um empate para chegar ao “africano” de Marrocos, ainda este ano.

Em reacção ao jogo, Arroz disse que as Seychelles tentaram criar algumas dificuldades, mas, tal como haviam prometido, o objectivo era mesmo vencer a partida.

“Foi um jogo bem corrido. Batalhámos por esta vitória e achávamos que o adversário fosse facilitar, conforme conhecíamos as Seychelles, mas não foi o que se mostrou hoje”, disse, acrescentando que “lutámos e mostrámos que temos garra e o que queríamos era mesmo vencer, e ganhámos o jogo”.

Por seu turno, o seleccionador nacional, Saidate Moveia, fez uma radiografia do jogo, afirmando que encontraram um adversário que quase criava dissabores, já que não era quem esperavam encontrar.

“Seychelles que encontramos aqui é uma selecção diferente e não contávamos com esta postura deles. Pressionou bastante e jogou com tudo, conforme prevíamos os diversos aspectos que foram aqui patentes”, disse Moveia.

Ainda assim, de acordo com o seleccionador, não foi preciso acelerar bastante para reverter o resultado negativo inicial. “Entraram a ganhar, mas já que a rapaziada já vinha a treinar e com processos já assimilados, dominaram os momentos de jogo que treinámos e, no momento certo, fomos ao empate”, disse, acrescentando que, “a partir daí, jogámos e conseguimos essa vitória”.

Para o jogo da segunda mão, em Maputo, Moveia é claro: “Em Moçambique, vamos jogar diferente e vamos tentar manter este resultado, acima de tudo”, disse.
Os “guerreiros da praia” deixaram, este domingo, Vitória, com destino a Maputo, onde esta terça-feira regressam aos trabalhos com vista ao jogo de sábado, na Arena do Costa do Sol.

A selecção nacional de futebol, os Mambas, desceu um lugar no Ranking da FIFA, actualizado no fim da semana passada, estando, neste momento, na posição 104, com 1208,83 pontos.

Foi, de resto, uma descida mínima do país, que saiu da 103.ª posição para um lugar abaixo, graças a uma escalada da Nova Zelândia de 13 lugares, que passou para a posição 94, fazendo com que todas as selecções, desde a posição 95 até à posição 107, caíssem um lugar.

Esta subida da Nova Zelândia foi graças aos bons resultados alcançados na Copa das Nações da OFC, em Junho passado.

Ainda assim, e apesar da descida de um lugar, Moçambique somou mais 3,05 pontos, contrariamente à última actualização. Ao nível do continente africano, o nosso país ocupa a 23ª posição.

Esta foi uma actualização feita depois da realização do Euro 2024 e da Copa América, duas provas continentais que tiveram lugar em Junho e Julho na Alemanha e nos Estados Unidos da América, ganhas pela Espanha e Argentina, respectivamente.

Assim, a selecção da Argentina, vencedora da Copa América, lidera o ranking com 1901,48 pontos. Já a Espanha, que venceu o Euro, ocupa a terceira posição com 1835,67 pontos, abaixo da França, segundo colocado, com 1854,91 pontos.

A FIFA volta a actualizar o ranking a 19 de Setembro, logo depois dos primeiros jogos de qualificação para o CAN 2025, em que Moçambique vai defrontar sucessivamente o Mali (fora) e Guiné-Bissau (casa), na Data-FIFA de Setembro.

Jornalista do Grupo SOICO, Ibraimo Assamo, vence o prémio de melhor jornalista desportivo do ano 2023, na categoria de Televisão. Com uma reportagem que retrata a violência nos campos de futebol, Ibraimo foi distinguido, ontem, na Gala Nacional do Desporto, em Maputo. Na mesma gala, foram destacados Geny Catamo e Alcinda Panguana como atletas do ano.

A nata do desporto Nacional esteve reunida na tarde e noite desta quinta-feita, no Centro Cultural Moçambique-China, com objectivo de laurear os que se destacaram em 2023, em diversas modalidades. Dos escolhidos, destaca-se o jornalista do Grupo SOICO Ibraimo Assamo, que foi distinguido como o melhor jornalista desportivo de Televisão. Assamo conveceu o Júri, e levou para casa um diploma de mérito e vários brindes.

Na mesma gala, Geny Catamo e Alcinda Panguana levaram os prémios de atletas ano. Foi, na verdade, uma gala praticamente para o futebol. Arsénio Marrengule e Ema Novo foram eleitos melhores árbitros em masculinos e femininos, respectivamente.

Os Mambas foram escolhidos como a selecção do ano em masculinos, título que em femininos coube à dupla feminina de Vólei de Praia, Ana Paula Sinaportar e Vanessa Muianga.

Um momento marcante para os desportistas e testemunhado pelo Secretário de Estado do Desporto, que na ocasião deu os parabéns aos vencedores.

O Pavilhão do Desportivo será palco, sábado, das finalíssimas da Taça Maputo Jogabets, em masculinos e femininos, respectivamente. Os jogos vão envolver o Ferroviário de Maputo e o Costa do Sol em ambos os sexos. Os jogadores, equipas técnicas e organizadores prometem jogos aliciantes dentro e fora da quadra.

Ferroviário de Maputo e Costa do Sol são os crónicos candidatos ao título em todas as competições que disputam, quer ao nível da cidade, quer nos campeonatos nacionais.

São dois clubes que se cruzaram várias vezes nas provas da Cidade de Maputo e que têm proporcionado belas partidas de basquetebol, quer em masculinos quer em femininos.

Este sábado, voltam a defrontar-se em mais uma finalíssima, tal como acontece em todas as provas da capital do país, e, mais uma vez, prometem proporcionar verdadeira festa do basquetebol na quadra do Pavilhão do Desportivo Maputo.

Em masculinos, os “canarinhos” regressam à final disputada no ano passado, em que venceram após derrotarem a A Politécnica. Pretendem repetir a proeza, mas, desta vez, diante do arquirival, e assumem que não será um jogo fácil.

“Já vencemos muitos jogos nesta competição, mas temos humildade para percebermos que não vamos vencer todos os jogos e, por isso, vamos entrar no jogo para disputar uma final, e as finais não são para se jogarem apenas, mas são para serem ganhas”, disse Miguel Guambe, treinador dos “canarinhos”.

Por seu turno, Danilo Cumbe enfatizou o desejo de vencer e acrescentou que “encaramos o jogo com muita humildade, acima de tudo, e esperamos dar um bom espectáculo no sábado”.

Já o Ferroviário de Maputo, que falhou a final do ano passado após cair aos pés da A Politécnica, quer voltar às conquistas das provas da capital do país e promete uma partida de alto nível, segundo disse o respectivo treinador, João Mulungo, no lançamento dos jogos.

“Será um bom espectáculo de basquetebol. Estamos a trabalhar da melhor forma possível a preparar o jogo de sábado e esperamos sair vencedores”, disse o timoneiro dos “locomotivas” da capital do país, João Mulungo.

“Vamos enfrentar o nosso adversário com o intuito de vencer. Não será um jogo fácil, mas queremos continuar a vencer nesta competição”, acrescentou.

Já em femininos, onde o Ferroviário de Maputo é detentor do troféu, quer revalidar o título conquistado no ano passado, diante do seu adversário deste sábado.

“Vamos apresentar um Ferroviário que não vai fugir muito daquilo que tem sido nesta competição e estamos a trabalhar para conseguir o melhor resultado possível nesta final, que é a vitória”, disse Carlos Dezanove, treinador da colectividade verde-e-branco, secundado pela sua jogadora Flávia Alcino, que referiu que “estamos a preparar o jogo de igual forma para superar o adversário e conseguirmos ganhar o jogo.”

Por seu turno, o Costa do Sol quer contrariar o favoritismo das “locomotivas” e vencer o troféu, até porque já conhece a formação adversária, com quem perdeu na primeira jornada desta competição.

Marvin Cossa, um dos treinadores do Costa do Sol, referiu que as finais são para vencer, por isso “temos de deixar o nosso suor ali dentro e, com muita concentração, podermos superar o adversário”.

Já Dionilde Cuamba apontou a derrota sofrida durante a fase regular, tendo dito que “fizemos o nosso TPC, para não dizer a monografia toda” e que, no jogo de sábado, “temos de ter trabalho, foco, determinação, garra e atitude, o que nos vai levar a esta vitória”.

Os organizadores prometem uma tarde e noite de basquetebol de qualidade e festa, com muita luz e fogos-de-artifício.

A finalíssima em femininos inicia-se às 15h, enquanto em masculinos será às 17h, no Pavilhão do Desportivo.

A Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) vai contar, a partir do próximo ano, com um novo sistema de registo de dados. A plataforma vai servir para licenciar associações, árbitros e atletas.

O basquetebol moçambicano abre uma nova página. A FMB pretende ter mais controlo sobre os actores ligados à modalidade, sobretudo os atletas, com a introdução desta plataforma. Segundo explica o presidente da FMB, Paulo Mazivila, a iniciativa irá contribuir para a melhoria de muita coisa no funcionamento da modalidade no país.

“Isso vai permitir que o jogador seja registado a partir da base. O clube passa a ter controlo do próprio jogador em caso de transferência e também não teremos mais a questão da falsificação de idades. É uma plataforma que, mesmo ao nível de comunicados, serão publicados nessa plataforma”, explica Paulo Mazivila.

Para o presidente do organismo que gere basquetebol moçambicano, trata-se de uma inovação inédita para a modalidade.

“Já não vamos precisar de procurar a caderneta dos atletas e procurarmos saber onde é que o atleta começou a jogar. Os atletas vão introduzir os dados, tirar fotos e, a partir daí, o atleta é monitorado até atingir o escalão máximo”, anota.

Ainda no quadro das inovações, a Federação Moçambicana de Basquetebol já conta com uma revista, que vai servir para actualizar todas as informações ligadas à modalidade em todo o país. A revista, que será mensal, foi lançada esta quarta-feira, em Maputo.

“A revista vai nos dar todas actualizações ao nível das associações provinciais, concretamente todas as jornadas dos respectivos campeonatos. Todos os amantes do basquetebol moçambicano terão as informações daquilo que se passa na modalidade”, explica.

Paulo Mazivila acredita que a introdução da revista vai dar uma outra imagem ao basquetebol, tendo em conta que as pessoas terão noção de que, afinal de contas, o basquetebol não é só praticado na Cidade de Maputo.

Depois da confirmação da ausência de Iñaki Garcia da selecção nacional de basquetebol sénior feminina, desta vez é Leia Dongue que anuncia que não vai disputar o pré-qualificativo ao Mundial da modalidade, no México.

Tanucha Dongue comunicou à Federação Moçambicana de Basquetebol a sua indisponibilidade numa reunião tida recentemente com a direcção liderada por Paulo Mazivila, alegando razões pessoais, que não foram reveladas.

A ausência de Leia Dongue é uma grande baixa para o cinco nacional, tendo em conta que é das jogadoras mais influentes do basquetebol nacional dos últimos anos a evoluir no estrangeiro.

Esta é a primeira vez que a atleta não marca presença numa competição internacional pela selecção nacional, nos últimos anos.

Recorde-se que Iñaki Garcia foi o primeiro a anunciar a sua ausência da selecção nacional de basquetebol feminina devido a problemas familiares, tendo, inclusive, enviado uma carta à Federação Moçambicana de Basquetebol a manifestar sua indisponibilidade.

Na referida carta, Iñaki Garcia lamenta não poder juntar-se à selecção nesta empreitada, realçando que tem muita estima pelas selecções nacionais e pelo país.

Eis a carta de Iñaki Garcia à Federação Moçambicana de Futebol: “quero deixar claro que em nenhum momento se trata de negligência por parte da acção, nem de razões organizacionais ou económicas. Vocês sabem que, para mim, não é um problema na selecção nacional, até porque recusei ofertas de equipas para estes meses de selecção. (…) Trata-se dum problema de saúde grave para a minha família. Quero agradecer à Federação e ao Comité Olímpico, às pessoas do Sr. Paulo Salvador Mazivila e do Sr. Aníbal Manave, respectivamente, pela confiança e empatia para com a situação, confiando que a situação seria resolvida e confiando no meu trabalho e no do meu staff durante estas semanas”.

Recorde-se que a pré-qualificação para o Mundial 2026 vai ter lugar no México, de 19 a 25 de Agosto, e Moçambique vai defrontar, para além da selecção anfitriã, Montenegro e Nova Zelândia.

A selecção nacional de futebol de praia realizou, esta quarta-feira, o último treino em Maputo antes da partida para Vitória, onde vai defrontar, no sábado, as Seychelles para a primeira mão da eliminatória de acesso ao CAN da modalidade. A equipa técnica e os jogadores dizem-se preparados para o jogo e para passar a eliminatória.

Tudo pronto para a partida para Seychelles, onde se disputa, no sábado, a primeira metade da eliminatória de acesso ao CAN de Marrocos. No balneário moçambicano, não se pensa num outro resultado a não ser vencer e passar à fase final da competição continental.

O seleccionador nacional de futebol de praia, Saidate Moveia, garante que a preparação foi positiva em todas as 33 sessões e em todos os aspectos trabalhados. “Terminamos a nossa preparação aqui, em Moçambique. Tivemos uma preparação muito boa, com um tipo de treino integrado, em que abrangíamos aspectos físicos, técnicos e tácticos em simultâneo”, disse.

Ainda assim, Moveia garante que o plantel está animado, motivado, “que é para chegarmos a Seychelles fazer um bom resultado para ver se conseguimos passar para o CAN”.

O conjunto moçambicano iniciou os trabalhos com 27 jogadores, tendo sido convocados para a fase final apenas 14, dos quais apenas 12 é que viajam para Vitória. O seleccionador garante que todos estão em condições de jogar e representar condignamente o país.

Relativamente às ausências, Moveia diz mesmo que só faz falta quem está na equipa. “Começamos a preparação com todos, mas tivemos algumas contrariedades, casos de Horácio, guarda-redes do Brera, que teve lesão à última hora, para além de Nelson Manuel, que também constava da convocatória, que também não deu para ir connosco devido à lesão”, mas nada que provocasse desconforto na equipa técnica, até porque “só dá falta quem está aqui presente”.

A única promessa do seleccionador nacional é de que “vamos trabalhar com todos eles, de modo a chegar lá e representar condignamente a nossa selecção e o nosso país”.

 

Adversário difícil, mas ao nosso nível

Apesar de ser um adversário já conhecido e que perdeu os dois jogos anteriores realizados com o combinado nacional, os “guerreiros de praia” reconhecem que não será jogo fácil, mas a preparação tida até ao momento e o ambiente que se vive no balneário dão garantias de um bom resultado.

“Seychelles está com um bom projecto de federação deles neste momento. Estiveram connosco há pouco tempo na Cosafa e bateram-se bem e estiveram bem lá. Agora tem uma equipa com algumas vantagens, pontos positivos e nós, nessa preparação trabalhamos também com os pontos fortes deles e os pontos negativos para expolorar”, disse Saidate Moveia.

Aliás, a equipa técnica diz ter conhecimento da selecção actual das Seychelles e, por isso, com estratégia bem traçada. “Eles têm uma equipa agressiva, uma equipa com uma boa compleição física, uma equipa que joga até aos oito minutos e depois começa a fraquejar, e é assim como trabalhamos”, disse Moveira.
O facto é que as Seychelles vão organizar o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia em 2025 e Moveia entende que “querem aproveitar o CAN como espelho para o que vão fazer na prova da sua casa”.

Por isso mesmo, “não vai ser um jogo fácil, mas nós nos preparamos em vários aspectos, principalmente nesses três aspectos principais: físico, técnico-tácticos e psicológicos para podermos sair de lá com o melhor resultado possível”, e o melhor resultado possível, para Saidate Moveia, é passar a eliminatória.

O seleccionador nacional não tem dúvidas de que Moçambique é um colosso na modalidade, e como colossos “temos de continuar no topo do futebol de praia”.

 

Jogadores motivados e preparados

Para além do seleccionador nacional, no último treino dos “guerreiros de praia” na Arena da Costa do Sol falou também o capitão da equipa, Ângelo Tomás, conhecido como Dino nas arreias.

Dino diz que se vive um bom ambiente no balneário. “O balneário está muito bom, tanto a nível anímico como psicológico. A equipa tem vindo a comportar-se muito bem e estamos preparados para encarrar o jogo da primeira mão em Seychelles”, começou por dizer Dino.

O capitão está ciente de que não será jogo fácil, até porque o adversário é aquele que já é conhecido, com o qual já se jogou por duas ocasiões, ambas vencidas por Moçambique, por números gordos. Ainda assim, segundo Dino, “cada jogo é um jogo e temos que encarrar este jogo com respeito, acima de tudo, humildade e encararmos o adversário de frente”.

Para este jogador, o trabalho realizado pela equipa técnica durante as sessões de treinos foi bom e dá boas garantias. “Se conseguirmos assimilar bem aquilo que foram as orientações dos nossos treinadores, acredito que podemos tranquilizar os moçambicanos e teremos a eliminatória nas mãos, mas sempre com humildade e respeito”, disse Ângelo Tomás.

 

“Esperamos muito apoio dos moçambicanos”

Para o alcance dos objectivos da selecção nacional nesta eliminatória, a equipa técnica e os jogadores consideram que o apoio dos moçambicanos será determinante na obtenção dos objectivos traçados.

“Agradecer à Comissão de Futebol de Praia pelo apoio que nos tem dado e à estrutura da Federação Moçambicana de Futebol, também, pelo apoio, e esperamos que todos nos apoiem e sejamos um único em prol da selecção, que nós vamos fazer a nossa parte”, disse o seleccionador nacional, Saidate Moveia.

Já Dino garante que, com apoio dos moçambicanos, é possível continuar a alcançar bons resultados. “A mensagem aos moçambicanos é a mesma de sempre: que nos apoiem, porque prometemos ser aquela selecção briosa, que dá segurança aos moçambicanos. Queremos dar alegria ao povo moçambicano e esperamos sempre pelo apoio deles, que será importante para nós e juntos vamos celebrar esta qualificação que é o que nós almejamos”, concluiu o capitão.

Os guerreiros partiram para Vitória esta quarta-feira, para o embate de sábado, diante da selecção local, as Seychelles. O jogo está na primeira mão de acesso ao CAN de Marrocos, ainda este ano.

A Black Bulls termina a primeira volta como campeão de Inverno pela terceira vez desde que ascendeu ao Campeonato Nacional de Futebol, em 2021. Na única vez que não liderou ao fim da primeira metade foi em 2022, quando a União Desportiva de Songo foi campeã, tanto da primeira volta, bem como da prova, ao fim do campeonato.

Chegou ao fim a primeira metade do Moçambola 2024, ainda que com jogos por disputar, nomeadamente dois, adiados devido a questões logísticas de voos. E na fase de cruzamento há sempre uma equipa que se evidencia e que é denominada o campeão de Inverno.

Para esta edição, o campeão da primeira volta é a Black Bulls, tal como no seu primeiro ano na alta roda do futebol moçambicano, bem como na época passada. Ou seja, nas quatro edições em que os “touros” estão no Moçambola, apenas em 2022 é que não terminaram em primeiro, ao fim da primeira volta.

Mas há factos que merecem destaque, em termos de números, nesta conquista da primeira metade da prova. O primeiro dos destaques são os pontos obtidos. Se na época de estreia da Black Bulls no Moçambola a prova era disputada por 14 equipas, o facto é que a turma de Tchumene terminou com 33 pontos.

Se retirarmos os obtidos diante das equipas que foram despromovidas naquele ano, nomeadamente o Matchedje de Mocuba, o Textáfrica do Chimoio e o Desportivo Maputo, a Black Bulls teria terminado a primeira volta com 24 pontos, já que tinha vencido os “militares” de Mocuba por 1-2, os “alvinegros” por 3-0, e os “fabris” do Planalto por 4-0.

Ainda assim, não teria sido o pior registo da primeira volta nos últimos quatro anos, uma vez que, em 2023, ano passado, os “touros” foram campeões de Inverno com 23 pontos.

Este ano, a turma de Tchumene termina com 27 pontos, menos dois somados pela União Desportiva de Songo, em 2022, quando foi o vencedor da primeira volta.

 

CAMPEÃO DE INVERNO COM MAIS GOLOS MARCADOS

Retirando a época em que o Moçambola era disputado por 14 equipas e em que a Black Bulls apontou 30 golos, dos nove aos depois despromovidos, o que poderia totalizar 21 golos sem esses três jogos, esta temporada é a que mais golos apontou, numa prova com 12 equipas.

Os “touros” marcaram, ao fim das 11 jornadas do Moçambola 2024, 27 golos, contra os 17 apontados pela União Desportiva de Songo, em 2022, e os 16 golos que a turma de Tchumene marcou no ano passado, naquele que foi o prior registo da primeira volta.

Em termos de golos sofridos, apenas a União Desportiva de Songo terminou a primeira volta com um registo digno, ou seja, com apenas dois cedidos nas suas malhas, em 2022. No ano passado, a Black Bulls tinha sofrido cinco golos, este ano já sofreu 14 e em 2021 tinha “permitido” oito golos nas suas malhas.

Outro facto é a diferença de pontos entre o campeão de Inverno e a equipa que terminou em segundo lugar. Em 2021, a Black Bulls, que terminou em primeiro, tinha 33 pontos, contra 27 do Ferroviário da Beira, segundo classificado, ou seja, seis pontos a separarem as duas equipas.

Em 2022, a União Desportiva de Songo tinha 29 pontos, contra 24 da Black Bulls, uma diferença de cinco pontos, enquanto no ano passado os “touros” tinham mais quatro pontos que o segundo classificado, a União Desportiva de Songo, que terminara com 19 pontos.

Este ano, a turma de Tchumene lidera com 27 pontos, apenas mais um que o segundo classificado, Costa do Sol, que aproveitou o deslize dos “touros” nesta última jornada, em que empatou a dois golos com o Ferroviário de Lichinga para perder pontos.

O facto é que a Black Bulls termina a primeira volta deste ano sem nenhuma derrota, tal como aconteceu em 2021, quando disputou 13 jogos e não perdeu nenhum, tendo empatado três jogos, tal como este ano.

 

LANTERNAS VERMELHAS COM QUASE MESMOS PONTOS

No que ao último classificado diz respeito, há muitas similaridades nos últimos quatro anos. É que, em dois desses quatro anos, nomeadamente 2022 e 2023, o lanterna vermelha tinha somado apenas seis pontos. E tal feito foi registado pelo Matchedje de Mocuba e Matchedje de Maputo, respectivamente.

Já em 2021, o lanterna vermelha ao fim da primeira volta foi o Matchedje de Mocuba, que tinha sete pontos, os mesmos do Ferroviário de Maputo, este ano.

Outra curiosidade para os lanternas vermelhas é que todos acabaram na zona da despromoção, sendo que, em 2021, por causa da transição das equipas que disputariam o Moçambola 2022, o Matchedje de Mocuba acabou por ser resgatado, uma vez que terminou a prova na 12ª posição, relegando o Textáfrica do Chimoio e o Desportivo Maputo para a “segundona”, já que não se disputou o campeonato da segunda divisão devido à COVID-19.

Entretanto, em 2022, os “militares” de Mocuba terminaram em último na primeira volta e na 11ª posição no fim da prova, mas não escaparam à despromoção, tal como o Matchedje de Maputo, em 2023, que não saiu da cauda no fim do Moçambola.

Este ano, é o Ferroviário de Maputo que está na cauda, única equipa que ainda não sabe jogar a segunda divisão desde a Independência Nacional, somando sete pontos, menos um que o Textáfrica de Chimoio, numa edição em que desce para a segunda divisão apenas uma equipa.

Facto curioso é que em todas as quatro últimas edições do Moçambola os lanternas vermelhas tinham somado apenas uma vitória, sendo que o Ferroviário de Maputo, este ano, e o Matchedje de Mocuba, em 2022, chegaram a essa única vitória na última partida da primeira volta.

 

MAIS GOLOS NA PRIMEIRA VOLTA COM MOÇAMBOLA DE 12 EQUIPAS

O ano de 2024 é rico em termos de golos, se comparado com os dois anteriores anos em que a prova foi disputada por 12 equipas. É que, ao todo, já foram apontados, este ano, 147 golos, com destaque para a Black Bulls, que soma 27 e é o mais concretizador.

No ano passado, a primeira volta terminou com 123 golos apontados, enquanto em 2022 tinham sido apontados 125 golos. Na edição de 2021, com 14 equipas, na primeira metade tinham sido apontados 193 golos.

O Moçambola vai ter uma paragem de uma semana para dar lugar aos jogos da Taça de Moçambique, fase zonal, com destaque para o embate entre equipas do Moçambola, no Norte e no Sul. No Norte, defrontam o Desportivo de Nacala e o Ferroviário de Lichinga, enquanto no Sul o Ferroviário de Maputo terá pela frente o Brera Tchumene FC.

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