O País – A verdade como notícia

Apenas 50 dos 141 árbitros que foram submetidos aos testes foram aprovados para apitar o Moçambola. A Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) diz que esses são os melhores juízes que o país tem.

Abre-se uma nova página na arbitragem moçambicana. A CNAF já tem novos horizontes para a classe dos juízes. Nesse sentido, seleccionou árbitros de elite, os quais vão apitar o Moçambola 2024. 50 árbitros foram aprovados para essa missão.

“Para Moçambola, no nosso quadro do campeonato nacional, queríamos contar com 56 árbitros e destes disponíveis só temos 50 lugares ocupados”, disse Francisco Machel, para depois lamentar o facto de algumas províncias não terem conseguido ocupar as vagas que tinham.

O facto é que, de acordo com o presidente da Comissão Nacional dos Árbitros de Futebol, “em cada província, nós atribuímos vagas, como por exemplo Cabo Delgado, que tinha quatro vagas e ninguém deve ocupar, e algumas províncias não conseguiram ocupar as suas vagas”, o que quer dizer que “enquanto não nos trazerem árbitros aptos, aqueles lugares estão lá à espera”.

São os casos das províncias de Cabo Delgado, que não conseguiu o segundo assistente, Zambézia, que falhou nos árbitros principais e só conseguiu dois assistentes, e Tete, que apenas viu um árbitro principal ser aprovado nos testes, restando as vagas para o segundo árbitro principal e outros dois assistentes.

A CNAF introduziu algumas inovações, com a integração da figura do assistente dos árbitros. De acordo com Francisco Machel, estes assessores “vão trabalhar directamente com o delegado da Liga Moçambicana de Futebol, alinhar as situações, dar o apoio necessário antes, durante e depois do jogo aos árbitros”.

Assim, todas as províncias que têm equipas no Moçambola 2024 vão ter dois assessores cada, à excepção de Cidade e Província de Maputo, que terão quatro cada.

O presidente da CNAF, Francisco Machel, entende que é preciso mudar o paradigma da arbitragem moçambicana. É que, para este, “se estamos a avaliar, temos de ver qual é o desempenho e quais são aqueles que são fracos e esses fracos, em casos de sanções, vamos aplicar medidas punitivas de acordo com o nosso regulamento.”

A Cidade de Maputo e Niassa são as províncias que têm maior número de árbitros testados e aprovados. Ao todo, foram testados 141 árbitros em todo o país, sendo que 90 foram aprovados nos testes de aptidão física e 51 reprovados. Mas há ainda que destacar que há árbitros que não se fizeram presentes aos testes e que esperam por nova vaga nos próximos meses.

O Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, considera que é uma pena que os atletas estejam há sete anos sem receber os seus prémios pela conquista das diversas provas internacionais em que estiveram envolvidos. 

O governante entende que é preciso perceber o que é que, de facto, terá acontecido, tendo em conta que, na sua opinião, esse facto não é normal tanto para quem está há sete anos sem  pagar assim como para quem deve receber. 

“É o direito que eles têm. Está escrito e há muitos recursos para fazer valer aquilo que é o seu direito. Toda gente sabe que há justiça e, por isso mesmo, não podemos ficar à espera”, anota Adriano Maleiane. 

“Estou convencido de que o secretário de Estado do Desporto está a ouvir a preocupação e vai, naturalmente, ter que encontrar uma solução”, disse o governante, reforçando que “nós como pessoas e como Estado não podemos ser conhecidos por faltar à palavra”.

Adriano Maleiane diz que o Estado quando promete, deve cumprir e a sociedade também quando pede emprestado tem de cumprir. Portanto, nós temos de ser pessoas com palavra”, explica. O governante sublinha que a palavra do Estado deve valer mais que contratos, pelo que  é preciso que se cultive a confiança.

O Estado deve aos atletas um total de 16 milhões de meticais. A Secretaria de Estado do Desporto (SED) comprometeu-se, em Fevereiro, a começar a pagar a dívida nos finais do mês passado, o que não aconteceu. Esse facto forçou os atletas a dirigirem-se, há duas semanas, à SED para exigirem explicações. 

Na ocasião, ficaram a saber, através do director Nacional do Desporto para Alto Rendimento, Francisco da Conceição, que o processo estava em curso, ainda que não tivesse determinado as datas. 

Ainda em relação ao assunto, reagindo ao “O País” na semana passada, o secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes,  disse que o processo de pagamento estava dependente da disponibilização do valor por parte do Ministério da Economia e Finanças. 

Garantiu, o governante, que assim que o valor estiver disponível os atletas poderão receber em tranches, sendo que a prioridade será para o grupo de 2017. 

Por sua vez, os atletas prometem continuar a reivindicar os seus direitos até que tenham uma resposta à altura das suas preocupações. Nesse sentido, não descartam a possibilidade de boicotar as provas internacionais. 

A internacional basquetebolista moçambicana, Chanaya Pinto, tem presença confirmada no “draft” da WNBA a realizar-se a 15 de Abril no Brooklyn Academy of Music, em Nova York.

É o presente do futuro para o basquetebol. Aliás, a FIBA-África não podia ser mais precisa em 2020 na descrição das 12 atletas que representam a esperança na modalidade da bola ao cesto no continente: talentosas, com enorme potencial e futuras estrelas. E Chanaya Pinto coube neste restrito grupo de atletas com potencial por explorar.

E é bom que se diga: este talento abre-se-lhe, agora, as portas para poder ser testada para a WNBA, fabulosa liga profissional de basquetebol feminino dos EUA. A irmã de Carla Pinto (ex-capitã do Ferroviário de Maputo e jogadora da A Politécnica) consta de uma lista de atletas da NCAA, tal como Caitlin Clark, Angel Reese e Cameron Brinks, a serem “draftadas” na próxima segunda-feira, 15 de Abril.

É uma janela para a atleta, que esta temporada evoluiu no Pen State University, tentar o marco ou mesmo feito apenas conseguido por Clarisse Machanguana (Manucha) que evoluiu na WNBA durante dez anos, representando emblemas como San Jose Lasers e Los Angels Sparks.

Esta época, na NCAA e a representar o Pen State University, Chanaya Pinto apresenta um registo de 50% nos lançamentos de campo (64 em 128), 30.8% nos tiros exteriores (8 em 26), 78.1% na linha de lances livres (50 em 64) e 124 ressaltos (80 defensivos e 40 ofensivos) em 35 jogos.

A “roookie” no “Afrobasket” 2017 ainda contabliza 1274 minutos.

Na temporada de estreia nos EUA, em 2019-2020, Chanaya Pinto apresentou-se no Northwest Florida (Raiders) com uma média de 13,9 pontos e 8,3 ressaltos por jogo, marcando dois dígitos 25 vezes com cinco jogos. A extremo classificou-se em 8º lugar na FCSAA com 72 roubos de bola no total, registando vários “steals” em 22 de 31 jogos.

A internacional basquetebolista moçambicana, Chanaya Pinto, esteve, igualmente em bom plano na segunda época nesta instituíção (2021-2022).

Fez uma estrondosa época, liderando a equipa na conquista, pela primeira vez na sua história, da NJCAA (National Junior College Athletic Association).

Deixou, e as distinções são prova inequívoca, a sua marca com uma média de 14,6 pontos e 8,5 ressaltos por jogo, arrancando 19 duplo-duplos ao longo da temporada 2020-2021.

Influente, Pinto registou, ainda, uma média de 15,5 pontos nos quatro jogos do torneio nacional do Noroeste da Flórida, incluindo um duplo-duplo de 19 pontos e 10 ressaltos contra o Trinity Valley Community College, naquele que foi o jogo do título.

Transferiu-se, em Junho de 2012, para o Oregon Ducks, onde teve uma média de 11.4 minutos (342 totais), 2.9 pontos (86 totais em 30 partidas), 73 ressaltos (20 ofensivos e 53 defensivos), perfazendo um registo de 2.4 por jogo.

Pinto contabilizou ainda 22 “turnovers”, 19 assistências e 18 roubos de bola. Outrossim, concretizou 21 em 38 lances livres (55.5%), 5 em 14 tiros exteriores (35.7%) e 30 em 64 lançamentos de campo (46.9%).

Chanaya Pinto foi a melhor unidade da selecção nacional de basquetebol no Campeonato do Mundo de Sub-19, na Tailândia, arrancando médias de 14.3 pontos, 9.3 ressaltos e 2.3 assistências.

Formada no Costa do Sol, Chanaya Pinto rumou depois para o Ferroviário de Maputo, onde começou a fazer estragos ainda muito nova.

Em Agosto de 2016, destacou-se no campo de treinos da NBA em África ao ser considerada melhor jogadora (MVP).

Qualidades que, em Fevereiro do mesmo ano,valeram a sua chamada para o campo de treinos da NBA, nos EUA. Um sonho, de resto, realizado até porque teve a oportunidade de estar ao lado de grande de grandes referências do basquetebol mundial.

O sorteio do Moçambola 2024 determinou que o Costa do Sol e a Black Bulls vão protagonizar o primeiro grande jogo da prova, na jornada inaugural, enquanto o campeão nacional, Ferroviário d Beira, começa a defesa do título em Nampula, para defrontar o seu homónimo. A cerimónia de abertura do Moçambola 2024 terá lugar na cidade de Pemba entre o Baía e a Associação Desportiva de Vilankulo.

O Moçambola 2024 arranca a 20 de Abril, ou seja, dentro de oito dias, e já se conhece o cruzamento das equipas. E para começar um clássico da cidade de Maputo entre o Costa do Sol e a Black Bulls.

Trata-se do embate entre o campeão nacional de 2019 e o campeão nacional de 2021 que vão se cruzar no Matchiki Tchiki, pela segunda vez este ano, depois do jogo das meias-finais do provincial da cidade de Maputo, ganho pelos “touros” nas grandes penalidades.

O Ferroviário da Beira, campeão nacional, vai iniciar a defesa do título com uma deslocação, a Nampula, onde vai ter pela frente o homónimo local. Ainda entre “locomotivas”, a primeira jornada reserva um Ferroviário de Lichinga e Ferroviário de Maputo a jogarem entre si.

No centro haverá outro derby, entre Textafrica do Chimoio e União Desportiva de Songo. Duas equipas que se defrontam pela terceira vez num espaço de um mês. Há duas semanas, em Songo, os “fabris” do Planalto vencerem à tangente, e na semana passada, na Soalpo, com os “hidroeléctricos” deram o troco na mesma moeda, ambos jogos de controlo.

Entretanto, o Moçambola vai arrancar, efectivamente, em Pemba, Cabo Delgado, onde vai decorrer a cerimónia de abertura e o jogo entre o Baía e Associação Desportiva de Vilankulo.

Para fechar os jogos da primeira jornada teremos o embate entre primodivionários: Brera Tchumene FC e Desportivo de Nacala, duas equipas que ascenderam ano passado ao Moçambola.

A prova terá uma boa nova a partir desta edição.

Estão, assim, lançados os dados para o Moçambola 2024 que terá 132 jogos ao longo das 22 jornadas, e um campeão nacional que vai receber cinco milhões de meticais de prémio.

Mais quatro jogadores naturalizados poderão juntar-se aos Mambas até Junho. O presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Feizal Sidat, diz que o processo está bem encaminhado.

O aumento de leque de escolhas dos jogadores para os Mambas continua a ser uma das apostas da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), atravé do processo das naturalizações. A FMF tem recebido vários pedidos de atletas que manifestam interesse em representar a seleção nacional. Feizal Sidat entende que é necessário abrir as portas para os que demonstram esse desejo, até porque uma questão da nação.

“Acreditamos que brevemente teremos uma boa nova do Bruno Wilson. Segundo informações do Secretário de Estado do Desporto o processo dele está bem encaminhado. Sabemos da importância do Bruno Wilson para a selecção nacional”, anotou Feizal Sidat, referindo ainda que mais quatro jogadores estão em via de se naturalizar.

O presidente da FMF explica que para o sucesso deste processo é preciso que haja o envolvimento de todos.

“Para já, agradeço o esforço empreendido pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e do Ministério do Interior.

Todos eles tem-se mostrado abertos para o andamento do processo”, disse Sidat, que garante que até Junho os quatros jogadores estarão à disposição dos Mambas.

“Eles poderão estar disponíveis para o jogo contra a Somália. Esperamos que isso aconteça, pois é do nosso interesse aumentar o leque de escolhas para a selecção nacional”, conclui o dirigente.

 

ESTÁDIO NACIONAL DO ZIMPETO APROVADO

Os Mambas voltarão a entrar em acção em Junho depois da sua participação no Campeonato Africano de Futebol (CAN), em que o combinado nacional teve um saldo de dois empates e uma derrota. A selecção nacional vai defrontar a sua congénere da Somália no dia 7 de Junho, no Estádio Nacional do Zimpeto.

O presidente da Federação Moçambicana de Futebol Feizal Sidat, garante que estão criadas as condições para que essa partida tenha lugar no Zimpeto.

“A CAF já aprovou o campo, de tal sorte que a própria Somália quatro dias depois de jogar connosco vai receber o Botswana no Estádio Nacional do Zimpeto”, explica Feizal Sidat.

O secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, diz que o pagamento dos prémios aos atletas nacionais está dependente da disponibilidade do valor nas finanças.

Ainda não há solução em relação ao assunto, apesar de em Fevereiro a Secretaria de Estado do Desporto (SED) ter prometido liquidar a dívida de 16 milhões de meticais, que se arrasta há sete anos, nos finais do mês passado. 

Tal não aconteceu, facto que levou a que os atletas se dirigissem, na semana passada, à SED para exigirem explicações sobre o andamento do processo. 

Reagindo ao assunto, Gilberto Mendes diz que o processo está nas mãos das finanças. “Quando as finanças tiverem resolvida a questão das primeiras tranches dos pagamentos, iremos chamar os primeiros atletas. Em princípio, vamos começar com os atletas de 2017 e depois vamos subindo, à medida que as tranches forem libertadas”, garantiu o governante. 

Questionado sobre o horizonte temporal em que a dívida começará a ser liquidada, Gilberto Mendes foi cauteloso na resposta. “Não posso dizer quando é que será, até porque agora surgiram cheias. Provavelmente as finanças tivessem planos de fazer os pagamentos tendo em conta uma determinada conjuntura e de repente surge uma outra”, explica Mendes.

Anotou ainda que no último encontro que manteve com os atletas “o teor da conversa era de que o país tinha muitos muitos desafios”, disse.

“Infelizmente temos os desafios da guerra e de outras calamidades de que não estávamos à espera”, conclui

A Secretaria de Estado do Estado do Desporto fez saber aos atletas que o “dossier” das dívidas passará a ser tratado com as respectivas federações, contrariamente ao que vinha acontecendo. Sobre o assunto, Gilberto Mendes diz que os atletas pertencem às federações, pois “são elas que nos trazem a documentação”.

Referência obrigatória no basquetebol dentro e fora país, Clarisse Machanguana continua a ser valorizada nos corredores da modalidade da bola ao cesto continental, tal é a forma como foi prestigiada recentemente pela sua presença na primeira reunião do Conselho Central da FIBA-África.
Única, sublinhe-se, moçambicana com estatuto de vice-campeã da WNBA, Clarisse Machanguana (Manucha) contribui, agora, na qualidade de integrante da Comissão das selecções jovens da FIBA-Africa, para o desenvolvimento do basquetebol no continente.

Machanguana participou, recentemente (22 e 23 de Março), na primeira reunião do Conselho Central da FIBA-África para o ciclo 2023-2027, encontro que definiu as directrizes para o basquetebol nos próximos anos. Inovou, e já estava na hora, e estabeleceu uma nova ordem no quadro de calendarização e modelo de competições.

Em traços gerais, foi definido que a Costa do Marfim e Angola acolhem, respectivamente, os “Afrobaskets” feminino e masculino, em 2025, e que em Dezembro próximo será disputada a edição de estreia da Liga dos Campeões Africanos de Basquetebol Feminino (ndr: em substituição da actual Africa Women Basketbal, AWBL).

Em Abidjan, Costa do Marfim, a mais bem-sucedida basquetebolista moçambicana partilhou as suas ideias num encontro do qual fizeram ainda participaram o presidente da FIBA-África, Aníbal Aurélio Manave; Director Executivo da FIBA-Africa, Alphonso Bilé; presidente da Fundação FIBA, Hamane Niang; membros do Conselho Central da FIBA, Pascale Mugwaneza e Jean Michel Ramaroson, entre outros quadros.

Como Clarisse Machanguana, nesta nova missão, há, pois, igual: Hamchetou Maiga, maliana que foi também seleccionada para Comissão das selecções jovens da FIBA-Africa.

Prova inequivoca do seu reconhecimento, no quinto mês do ano de 2023, Machanguana fez parte de uma restrita lista de figuras que integraram o painel da sessão da Basketball Africa League (BAL) que se debruçou sobre inspiração, capacitação e elevação da nova geração de mulheres líderes africanas. Privilegiada, Clarisse Machanguana juntou-se a a estratega e sénior de negócios e operações da NBA Egipto e a antiga estrela do Clube Gezira, Yasmin Helal.

Num evento que juntou 50 jovens profissionais e outros 12 especialistas da indústria desportiva com reconhecimento internacional, a patrona da Fundação Clarisse Machanguana deu dicas sobre a gestão da carreira, para além de apontar os caminhos que devem nortear os aspirantes a estrelas de basquetebol.

Completaram o painel de luxo a directora de inovação e experiência da Ignite, Deana Shabaan; directora de responsabilidade social e programas de jogadores da BAL, Marie-Laurence Archambault; jornalista e comentadora da BAL, Usher Komughisha, e a líder de marketing da BAL, Acha Diop.
Intramuros, através de sua fundação Clarisse Machanguana continua a inspirar a rapariga em programas de saúde e desporto.

E mais: a apoiar projectos de formação de novos talentos, tal é o caso da Escola Moçambicana de Basket da Matola, liderado por Leonel “Mabê” Manhique, bem como da acção desenvolvida pela New Vision de Cabo Delgado.

O treinador da Black Bulls, Helder Duarte diz que, apesar de ter um plantel curto, a sua equipa vai lutar para conquistar o titulo. O técnico diz ainda que nesta época vai apostar em jogadores jovens, tendo em vista potenciá-los para os futuros desafios.

A Black Bulls conquistou, no sábado, o Campeonato Provincial da Cidade de Maputo, vencendo na final o Maxaquene, na lotaria das grandes penalidades, numa final em que os “touros” denotaram muitas fragilidades.

Apesar dessa conquista, Helder Duarte está ciente de que ainda há muito trabalho por se fazer, tendo em vista atacar o Moçambola. O técnico ente que há aspetos que precisam ser melhorados na sua equipa, sobretudo na componente defensiva e ofensiva.

“O nosso plantel é curto, mas nós acreditados em todos. Lançamos o Orlando que é o nosso menino, por sinal um bom lateral. Apostamos também no fernandinho e o Kebson, que são os nossos juniores”, diz o técnico, que acredita no potencial dos seus jovens jogadores.

Hélder Duarte considera que é com essa perspectiva que a Black Bulls vai encarar o Moçambola, com uma equipa base mas com muita qualidade. A ideia, segundo o técnico português, é permitir o crescimento desses atletas para depois seguirem para Europa, tal como manda o projecto da Associação Black Bulls.

Além do Moçambola, a Black Bulls vai reprersentar o país na Taça Nelson Mandela na qualidade de vencedor da Taça de Moçambique. Os “touros” pretendem fazer diferente nesta prova. Aliás, na apresentação equipa técnica liderada por Hélder Duarte, o presidente do clube, Junaid Lalgy, lançou esse desafio, uma vez entender que há condições para tal.

A Black Bulls quer ter uma equipa muito lutadora e vencedora em todas as competições em que estará envolvida este ano, internamente no Moçambola e Taça de Moçambique. No plano internacional, depois de uma presença apagada na sua primeira aparição nas competições africanas o clube garante maior entrega.

A equipa conta, na presente temporada, com novos jogadores, como é o caso do internacional moçambicano Ernani Siluane, que trocou a União Desportiva do Songo. A equipa manteve, igualmente, a base da estrutura do ano passado, havendo destacar saida do guarda-redes internacional moçambicano, Ivan Urrubal, para defender a baliza dos hidroelectricos.

Atletas de várias modalidades pedem a intervenção do Presidente da República para o pagamento dos seus prémios pela conquista de medalhas nas provas internacionais. Os mesmos estiveram, ontem, na Secretaria de Estado do Desporto para se inteirarem do andamento do processo.

É um caso que se arrasta há sete anos e que ainda não tem uma solução à vista. No último encontro, em Fevereiro, a Secretaria de Estado do Desporto comprometeu-se a começar o pagamento da dívida de 16 milhões de Meticais no fim do mês passado. A promessa, que não é a primeira, não foi cumprida.

Foi nessa perspectiva que os atletas procuraram, mais uma vez, entender junto da Secretaria de Estado do Desporto sobre os motivos por detrás do não cumprimento das deliberações saídas do encontro de Fevereiro.

Na ocasião, os atletas ficaram a saber que as regras do jogo tinham mudado. Ou seja, a SED vai passar a interagir com as federações nacionais sobre o assunto e não com os atletas como vinha a ser.

“Depois de várias tentativas, depois de vários fracassos naquilo que nós acordamos sobre a forma de comunicação que teríamos com a Secretaria de Estado do Desporto em relação ao andamento do processo, tentamos contactar a SED por via de duas pessoas, em que nos foi dada a liberdade de interagir com elas. Estranhamente houve alteração no processo, pois ficamos a saber que temos de passar a marcar audiência, ao que fizemos. Sucede que até hoje ainda não temos a resposta do nosso pedido submetido há uma semana”, explica Osvaldo Machava.

Essa atitude, segundo Osvaldo Machava, é uma prova de que, afinal de contas, a Secretaria de Estado do Desporto não está a mover uma palha sequer para resolver o problema dos atletas.

“Não é só a questão da comunicação por via das federações, é o processo em si. Todo esse tempo nós viemos atrás do assunto e até esperamos um pouco mais daquilo que tínhamos acordado para sabermos em que ponto o processo está. O director nacional do Desporto para Alto Rendimento não nos conseguiu dizer com exatidão qual é o ponto de situação do processo. Isso nos faz perceber que não há nenhuma accção a ser desencadeada nesse sentido”, anota Machava.

 

SED: O PROCESSO ESTÁ EM ANDAMENTO

Na sua explicação Francisco da Conceição disse que o processo está em andamento, tal como já o fez em outras ocasiões em que a SED manteve encontros com os atletas. A explicação do dirigente não convenceu os atletas.

“Não existe o apoio aos atletas, mas sim aos interesses das instituições que dirigem o desporto para ter ganhos com as nossas participações em eventos internacionais. É uma série de coisas que são mais políticas que desportivas”, entende Aldevino Nuvunga.

A interacção entre a SED e os atletas teve momentos tensos.

“Quando há cinco anos decidi abandonar a selecção nacional foi por sentir que somos desvalorizados neste país e tinha razão nisso”, desabafou Délcio Soares, um dos renomados atletas de voleibol moçambicano.
Diante da situação, os atletas prometem mudar de estratégias na sua forma de reivindicar os seus prémios. Avançam que nos próximos dia haverá muito pano para manga em torno do assunto.

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