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Desespero toma conta de familiares das vítimas do ataque à vila de Palma

À medida que o tempo vai passando, muitas famílias estão a perder esperança de rever os seus parentes com quem não tem contacto e nem sabem o seu paradeiro desde do fatídico dia em que ocorreu o ataque terrorista.

Segundo apurou o “O País”, muitas pessoas, na sua maioria mulheres, não dormem tranquilamente e, desde o nascer do sol até a essa hora, aglomeram-se no aeroporto e no porto de Pemba, aguardando pela chegada de aviões e navios que estão a resgatar os sobreviventes.

“Eu estou aqui todos dias porque estou preocupado com meu filho que vivia e trabalhava em Palma. Estou aqui para ver se aparece num desses barcos que chegam”, explicou uma mãe que perdeu o contacto com seu filho no dia do ataque.

A maior parte das pessoas que encontram-se nos principais pontos de entrada de deslocados são mulheres que não param de chorar e estão preocupadas com o silêncio das autoridades, que uma semana depois do assalto à sede do distrito de Palma, não anunciam publicamente os reais danos causados pelos supostos terroristas.

“Ora ninguém morreu, ora morreram cinco pessoas, ora sete. Por que não falam a verdade, que muitas pessoas perderam a vida, porque estão a ocultar a verdade?” Questionou outra mulher que aguardava pela sua família na entrada do porto.

As primeiras vítimas resgatadas de Palma começaram a chegar a Pemba no sábado último, e grande parte são trabalhadores das empresas ligadas aos mega projectos de exploração de gás na bacia do Rovuma, que por razões de segurança suspenderam as actividades e decidiram evacuar quase toda mão-de-obra.

As informações sobre feridos e óbitos são escassas, e desde que ocorreu o ataque, o Hospital Provincial de Pemba, a maior unidade sanitária da província, recebeu apenas oito doentes.

“Não registamos entrada de óbitos, apenas tivemos dois feridos e recebemos um total de oito pacientes que apresentavam doenças gerais, diarreia e desidratação, não ligadas a ferimentos, mas sim pelas condições a que estiveram expostos até a evacuação”, confirmou António Carvalho, director do Hospital Provincial de Pemba.

Cerca de uma semana depois do ataque terrorista à vila de Palma, o sistema de telecomunicações continua inactivo, e o Governo local remeteu-se a um silêncio. As únicas informações são publicamente anunciadas a partir da capital do país Maputo.

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