Desconhecidos vandalizaram, na tarde de segunda-feira, a portagem da Costa do Sol e destruíram algumas cabines. Testemunhas dizem que os protestatários chegaram em três camiões, munidos de pedras e catanas.
Parecia mais um desmando, na estrada, com camiões a andarem em contramão, mas também a fazerem manobras perigosas. Os ocupantes que iam na bagageira pareciam celebrar o momento, cujo destino era a portagem da Costa do Sol e o objectivo era bem definido: vandalizar e destruir a portagem da Costa do Sol.
“Vieram uns três carros, uns três camiões daqueles que carregam areia. Então, quando chegaram, começaram a buzinar de qualquer maneira e os funcionários tiveram de fugir. Desceram alguns e começaram a partir tudo de qualquer maneira e estragaram a rede. Eram muitas pessoas que estavam aqui”, contou uma testemunha.
Tudo isso aconteceu por volta das 17 horas de segunda-feira e quem acompanhou diz que o momento foi de terror.
“Eram muitas pessoas, volta de 40 a 50 pessoas. Outros estavam com catanas, pedras (…) Estavam polícias e seguranças, mas eles também [não tinham o que fazer]”, contou a mesma testemunha.
E o resultado são cabines destruídas e com vidros partidos, nada foi roubado. Agora, o trabalho é fazer avaliação dos estragos para reposição do que foi destruído. Em causa, presume-se que seja a contestação ao pagamento de portagens, e parece que deu certo, pois, por enquanto, não há ninguém a fazer as cobranças.
Todas as viaturas passam sem pagar e muitos estão surpresos com a situação. Silva Mandinho, automobilista, disse que até tinha o dinheiro para pagar, mas as cabines estão vazias e não estão a ser feitas cobranças.
Tal como Silva, muitos não tinham conhecimento, chegavam, abrandavam, preparavam o dinheiro, mas porque não se está a cobrar, avançam. A atitude é condenada, pois há quem defenda que esta não deve ser o meio usado para reivindicar qualquer que seja a coisa.
“Acho que não é boa coisa, isto é um bem público. Se alguém não quer pagar que não pague, mas quem quiser pagar pode pagar. É um direito de cidadania”, afirmou Augusto Monteiro, automobilista.
Entretanto, as opiniões são divergentes… “Epa! São as regras quem manda já ditou, só podemos seguir”, disse um outro automobilista.
Há ainda quem entende que esta é a forma encontrada para organizar o que não está bem.
O “O País” entrou em contacto com a REVIMO para se pronunciar sobre o assunto mas não teve sucesso.