Relatório do Centro de Integridade Pública (CIP) conclui que a falta de comunicação e má gestão são as principais razões que levam ao défice de medicamentos nos hospitais e farmácias públicas. Entretanto, o Ministério da Saúde questiona os métodos usados para o estudo.
Intitulado “A falta de medicamentos está também associada à precariedade no funcionamento da logística farmacêutica no sistema público de saúde”, o relatório do Centro de Integridade Pública revela que os medicamentos são conservados em locais impróprios nos armazéns distritais.
O mesmo documento, apresentado esta terça-feira em Maputo pelo pesquisador Jorge Matine, avança haver discrepâncias entre as quantidades de medicamentos solicitadas e as que são fornecidas.
Na hora do debate, participantes disseram não entender a ruptura frequente do stock de medicamentos nos hospitais e farmácias públicas, sendo que os mesmos fármacos estão sempre disponíveis nas farmácias privadas. As reclamações da sociedade civil estenderam-se até aos serviços prestados pelo Hospital Central de Maputo.
O director da Central de medicamentos admite algumas fragilidades na gestão de fármacos, entretanto questiona o facto de a pesquisa ter sido realizada em poucos dias. Aliás, diz que os responsáveis da saúde nos distritos onde foi realizado o estudo, não reconhecem as constatações do relatório.
A pesquisa sobre o fornecimento de medicamentos foi realizada de 20 de Setembro a 6 de Outubro de 2017, abrangendo distritos das províncias de Sofala, Zambézia e Nampula.