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Declarante contradiz-se ao tentar explicar processo de venda de um imóvel a Ângela Leão

Foto: O País

Carlos Pedro Malate é sócio e funcionário da Hydrofarma Construções Moçambique SARL, empresa que vendeu uma casa à ré Ângela Leão no valor de 1. 6 milhão de dólares. Ao Tribunal, o declarante confirmou que recebeu parte do valor da venda da casa em numerário, e uma parte do valor global da casa terá sido paga por Eugénia Mapandzene, que enviou 250 mil dólares para a conta da sua empresa.

Entretanto, Carlos Pedro Malate não tem nenhum comprovativo que mostra que o valor transferido para a sua conta por Eugénia Mapandzene era correspondente ao valor em falta, pela venda do imóvel a Ângela Leão.

Ao Tribunal, Mapandzene disse esta quinta-feira que enviou o valor à Hydrofarma Construções Moçambique SARL somente para efeitos de troca de moedas e sequer procurou saber para que fim foi usado o valor que transferiu.

O declarante disse que não conhece Mapandzene e que apenas recebeu o valor e assumiu que se tratava de uma das parcelas do pagamento da casa.

Do levantamento feito pelo Ministério Público, também foi encontrada uma transferência feita por Fabião Salvador Mabunda, no valor de 28 mil dólares, para as contas de Malate. No entanto, as contas não batem com as prestadas hoje pelo declarante em sede do Tribunal.

Explicando-se, o declarante disse que essa discrepância se deve ao facto de os valores terem sido depositados por intermediários sobre os quais não tinha controlo. Uma explicação que não convenceu o Juiz da causa, Efigénio Baptista.

Ainda no Tribunal, o declarante disse que o contrato de compra e venda não foi assinado presencialmente, foi enviado por e-mail e devolvido já com a assinatura de Ângela Leão e, posto isso, foram pagos 100 mil dólares como sinal de promessa de compra do imóvel.

Os intermediários do processo foram um senhor identificado apenas como Pinto, Nelson Buque e Imran Issa, este último também declarante no processo.

Malate alegou ignorância para justificar o facto de os valores que aparecem nas quitações juntadas por si próprio e submetidas à Procuradoria serem superiores a 1. 6 milhão de dólares.

O processo de compra e venda do imóvel em causa deu-se entre 2015 e 2016.

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