Começa esta semana o encerramento da última base da Renamo, em Gorongosa, província de Sofala, e prevê-se que, até meados do próximo mês, o processo de DDR esteja concluído. A informação foi avançada, hoje, pelo Presidente da República.
No segundo e último dia de trabalho em Genebra, Suíça, o Presidente da República manteve encontros com os comissários das Nações Unidas para os Refugiados e para os Direitos Humanos.
Depois dos encontros, Filipe Nyusi concedeu uma conferência de imprensa, no qual falou de novos desenvolvimentos do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração dos ex-guerrilheiros da Renamo.
“Informámos que estamos na fase quase conclusiva; esta semana tudo deverá começar a retomar para o fecho da última base que é a base em Gorongosa para ver se dentro do próximo mês ou mesmo na metade do mês consigamos fazer um encerramento definitivo”, revelou o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Encerrada a última base da Renamo, segundo o Presidente, poderá avançar-se, o mais rápido possível, com o pagamento de pensões.
“Já se sabe que, depois de desmobilizadas, todas as pessoas terão que ser registadas. É um processo que, já no último encontro que tive com o presidente da Renamo, ficou claro que já estão preparadas as pessoas para, imediatamente, fazer-se a formação dos processos e passar as suas pensões, logo que os eles (os processos) estiverem prontos e visados pelo Tribunal Administrativo”, detalhou Filipe Nyusi.
O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração já abrangeu mais de quatro mil ex-guerrilheiros da Renamo.
Ainda a partir da Suíça, o Presidente da República fez uma réplica para que os países desenvolvidos perdoem a dívida das nações mais pobres.
“Ninguém, ali, estaria a dizer que vai perdoar a dívida, mas tem que acontecer um seguimento de debates sectoriais que, muitas vezes, vão ser momentos restritos. Entretanto, dá para ficar claro que organizações grandes como os bancos multinacionais têm estado a fazer algum esforço para poder mitigar esta situação”, observou o Chefe do Estado.
Ao director-geral da Organização Mundial da Saúde, Filipe Nyusi vendeu a iniciativa presidencial, “um distrito, um hospital”, que entende estar a melhorar a vida das populações.
“Dissemos que é um projecto que a resolver problemas. A qualidade da vida que, gradualmente, se regista em Moçambique é graças a estas iniciativas. Nós, quando vivemos no mesmo sítio, não sentimos a mudança, mas está mais que claro de que o facto de a cólera se ter espalhado em Moçambique e não ter feito muitos óbitos como fez noutros países vizinhos, é porque a situação de assistência de saúde está presente, o raio de caminhada das populações está a reduzir e a mortalidade infantil segue à mesma tendência de redução”, apontou o Presidente.
Nyusi diz que tal não se deve apenas ao melhoramento do sistema de saúde, mas de outras iniciativas, com destaque para “água, energia, circulação em condições. Portanto, esta iniciativa (Um distrito, um hospital distrital) foi comprada como sendo uma ideia que nós vendemos não só para a OMS, eles apadrinharem-na, mas significa que é um exemplo e uma contribuição, em termos de visão, que estamos a dar ao mundo”.
O Presidente da República é cauteloso quando o assunto são prazos para a conclusão da iniciativa porque, segundo lembra, ainda há desafios noutros sectores e que também merecem a atenção do Governo.