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Danito Nhampossa: “um orgulho defrontar antigas lendas do Barcelona”

Os mais novos poderão dizer que não o conhecem, pois não viveram o momento bom e bonito do futebol de Moçambique independente, de que Daniel Nhampossa, ou simplesmente Danito II, foi das principais “estrelas”. Era dos motivos que levava multidões aos campos. Foi dos mais famosos jogadores de futebol, que brilhou do bairro à selecção nacional, com o Ferroviário de Maputo no sangue e no coração.

Aliás, Danito tem um registo de 14 anos  a vestir a camisola verde-e-branca da capital do país, para além de ter feito parte da selecção que se qualificou a dois CAN’s consecutivos, nomeadamente em 1996, na África do Sul, e em 1998, no Burkina Faso.

A partir de 1986 já era dos nomes mais sonantes do futebol moçambicano. Com o seu clube de coração foi campeão nacional em 1989, tendo vencido a Taça de Moçambique por várias vezes. Representou o país nas competições africanas, tendo atingido as meias-finais da Taça CAF, ou Taça Nelson Mandela, em 1992.

Nhampossa representou ainda as camadas de formação da selecção nacional, nomeadamente os sub-20 e os sub-23. Retirou-se do futebol há sensivelmente uma década e meia, dedicando-se a carreira de treinador nos escalões de formação no Ferroviário de Maputo.

Actualmente, Nhampossa é treinador do Incomati de Xinavane, equipa que ajudou a ascender ao Moçambola 2018, depois de conquistar o campeonato da segunda divisão, zona sul.

Agora, Danito regressa aos relvados para jogar, em partida de carácter particular entre as antigas lendas dos Mambas e do Barcelona, a ter lugar próximo dia 11 de Novembro, no Estádio Nacional do Zimpeto.

Danito doutros tempos não tinha o mesmo peso

Danito Nhampossa está ciente das fragilidades físicas em face da idade que ostentam, mas sente um grande privilégio e orgulho de poder fazer parte desta festa do futebol com antigas estrelas do futebol mundial. “A este nível, somos nós antigos praticantes de futebol, participar deste jogo é uma festa” afirma para depois acrescentar que “é como jogar pela primeira vez num CAN ou num mundial”. Para ele, “estar num convívio destes, com a nata de estrelas do futebol mundial, é sempre uma festa e motivo de grande orgulho”.

Ainda assim, não espera que tenha a mesma frescura física, pois “o Danito que brilhou nos campos de futebol em tempos, tanto pela selecção como pelo Ferroviário, não tinha este peso, para começar”. Então, para jogar ao nível do Danito daquele tempo, afirma “é complicado”. Mas socorre-se do ditado que diz ‘quem sabe e nunca desaprende’, para assegurar aos espectadores que “pelo menos uns 10 ou 20 minutos tenho um toque para aqueles que foram fãs de Danito verem que ainda tenho pés para jogar futebol”.

Abandonar o futebol foi momento triste

Com uma carreira de invejar, Danito diz estar feliz por ter sido um jogador muito profissional. Diz que levou a sério a sua profissão e por isso assume que “a minha carreira foi boa e digo que valeu a pena”. Teve bons e maus momentos durante a sua carreira, mas destaca dois: o grande momento que foi “estar num grande clube como o Ferroviário, onde joguei 14 anos, e ser jogador da selecção pelo tempo que joguei”. Mas o momento triste da sua carreira foi quando “tive que pendurar as chuteiras”, por que é o momento em que se sabe que haverá saudades de estar no campo e “fazer as delícias dos nossos fãs”, argumenta.

E por fim apela aos moçambicanos a se fazerem em massa no Estádio nacional do Zimpeto, não pelo resultado, porque “não somos praticantes da mesma modalidade”, mas pelo bom espectáculo que pretendem mostrar aos moçambicanos.

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