Os custos com o serviço da dívida de Moçambique vão crescer 18% em 2024, para mais de 116,6 mil milhões de Meticais, segundo dados do Governo moçambicano a que a Lusa teve acesso na segunda-feira, 13 de Novembro.
De acordo com os documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, em discussão no Parlamento, estima-se que o custo do serviço da dívida moçambicana – pagamento de juros e reembolso de capital – seja equivalente, no próximo ano, a 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado.
Para este ano, a previsão do Governo com o custo do serviço da dívida é de 98,8 mil milhões de Meticais, equivalente a 7,5% do PIB esperado para 2023. No ano anterior, havia sido de 72,3 mil milhões de Meticais, com um peso de 6,1% do PIB.
“A aceleração na amortização do capital está relacionada com o quadro do Acordo de Reestruturação da dívida externa, com vencimentos a serem verificados em 2024. Adicionalmente, espera-se uma alteração da taxa de juro da dívida externa, para títulos com vencimento em 2024”, lê-se no documento.
Assim, mais de metade do custo com o serviço da dívida pública moçambicana no próximo ano será com a amortização de capital, no valor de 60,9 mil milhões de Meticais, e 55,7 mil milhões de Meticais com o pagamento de juros, dos quais 41,4 mil milhões de Meticais relativos à dívida emitida internamente, através de títulos e bilhetes do Tesouro.
Entretanto, este mês, o governador do Banco de Moçambique reconheceu “a forte pressão sobre a despesa pública” do país, “num contexto de fraca arrecadação de receitas e de limitadas fontes de financiamento externo”, o que “está a contribuir para o aumento do risco fiscal e do endividamento interno”.
“O aumento da despesa decorre sobretudo da implementação da reforma salarial e dos gastos relacionados ao ciclo eleitoral”, alertou, Rogério Zandamela, a 1 de Novembro.