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No contexto das celebrações do Dia Internacional do Jazz, esta quinta-feira, às 20h, o Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano será palco de uma noite do concerto “MarraJazz – Quando a Marrabenta Encontra o Jazz”, do saxofonista moçambicano Timóteo Cuche.

De acordo com a nota de imprensa do Centro Cultural Franco-Moçambicano, o concerto explora a fusão entre a Marrabenta e o Jazz, com arranjos de temas icónicos e composições originais que prestam homenagem aos pioneiros da música moçambicana. Uma oportunidade para descobrir as conexões entre dois géneros que continuam a marcar a identidade musical do país.

Partindo do projecto MarraJazz, Timóteo Cuche vai partilhar os frutos de sua pesquisa académica e artística, actualmente desenvolvida no âmbito do doutoramento em Práticas Musicais, Sociedade e Interacções Criativas em Maputo. A investigação examina as intersecções entre a Marrabenta e outros géneros como o Jazz, o Pandza e o Hip-Hop, realçando o papel dos músicos moçambicanos na construção de novas linguagens musicais híbridas.

No palco do Centro Cultural Franco-Moçambicano, Timóteo Cuche far-se-á acompanhar por um grupo de instrumentistas moçambicanos, nomeadamente: Cremildo Chitará (bateria), Dudú Stalin (guitarra), Nicolau Cauaneque (piano) e Realdo Salato (baixo).

“O concerto é, portanto, mais do que uma apresentação musical é um tributo vivo à criatividade, à memória e ao legado cultural moçambicano”, sublinha o Centro Cultural Franco-Moçambicano.

SOBRE OS ARTISTAS

Timóteo Cuche é saxofonista, compositor e investigador moçambicano, actualmente doutorando em Música (Etnomusicologia) na Universidade de Aveiro, em Portugal. É Mestre em Música pela mesma instituição (2021) e licenciado em Música pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (2011), onde actua como docente de saxofone.

Ao longo da sua trajectória académica e artística, Cuche participou em programas de mobilidade na prestigiada Universidade de Artes de Helsínquia – Sibelius Academy, nos departamentos de Jazz, Música Global e Gestão das Artes, Sociedade e Empreendedorismo Criativo.

Estudou saxofone com reconhecidos professores nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se Orlando da Conceição (Moçambique), Will Ramsay (Alemanha), Kaisa Siirala, Petri Puolitaival e Jussi Kannasti (Finlândia), bem como João Martins (Portugal).

Os seus interesses de investigação incluem a música popular moçambicana, os processos colaborativos e as interacções criativas, além de temas como migração, indústria da música, marketing cultural, estudos pós-coloniais, educação musical e o reconhecimento da música enquanto património cultural imaterial.

A STV vai transmitir, a partir do dia 3 de Maio, um concerto de canto coral que junta vozes de Moçambique e da África do Sul. A iniciativa denominada MOSA Internacional Coral vai levar ao palco cerca de 80 pessoas

Trata-se de uma iniciativa que vai unir a cultura de Moçambique e da África do Sul, num só palco. O projecto cultural MOSA pretende ser um evento que vai juntar os dois povos num único objectivo: promover a cultura. Tudo isso vai acontecer na Arena 3D, na Katembe, e daqui para o mundo, através da Stv.

Do lado moçambicano, as vozes  já estão a ser afinadas e o eco não deixa dúvidas. Nos ensaios, os participantes primam pela qualidade para proporcionar ao público um espectáculo esplêndido. O MOSA Internacional Coral vai levar a palco vários ritmos, desde o gospel até à música contemporânea.

O cruzamento cultural entre Moçambique e África do Sul, através do canto coral, tem, do lado de Moçambique, nomes como Feliciano de Castro e Helena Rosa na qualidade de maestros. 

E o trabalho preparatório acontece dos dois lados. Há ensaios em Moçambique, local que vai acolher esta primeira edição do concerto MOSA, mas também na África do Sul, onde já está em curso a longa marcha dos participantes rumo ao concerto internacional do canto coral.  

Tudo está a ser feito ao mínimo detalhe para que o evento seja memorável. A céu aberto vê-se mais do que uma vegetação, há aqui pessoas posicionadas para cantar e fazem-no com minúcia.

“Durante meus treinamentos, às vezes eu coloco o coral dentro do salão, mas, por causa do eco, não é possível ouvir a música com clareza. Mas quando você está do lado de fora e consegue colocar os coristas em áreas diferentes, quando eles cantam, eles conseguem ouvir as suas vozes. Eles conseguem controlar as suas vozes. Na maioria das vezes, quando você leva o coral para fora, eu costumo espalhar o coral de forma que eles fiquem a pelo menos dois a três metros de distância”, explicou Peter Mageza, maestro sul-africano. 

Afinam-se as vozes para a primeira vez que a associação dos grupos corais vai promover os talentos dos dois países africanos. 

Henrique Cossa é fundador e presidente do projecto e garante que o objectivo é atravessar fronteiras.

Os preparativos para o arranque do concerto já são visíveis, tanto que começaram a chegar, no país, alguns participantes sul-africanos, para verem de perto o local onde vão desfilar a classe.  “Tive a oportunidade de vir e conhecer o estúdio e o local. Da minha parte, estou muito feliz e animado por poder contemplar este espaço maravilhoso e lindo. O salão, os estúdios, não tenho palavras para dizer, excepto que quem receber este convite deve vir e conhecer”, elogiou Peter Mageza.

Recebidos pelo Presidente do Conselho de Administração do Grupo Soico, Daniel David, na mesma mesa foram acertados alguns aspectos técnicos da imagem que se pretende. Tanto Moçambique como África do Sul empenham-se para materializar, a partir do dia 03 de Maio, o MOSA  International Coral.

O Centro Cultural Franco-Moçambicano apresenta, este sábado, a partir das 17h, a sétima edição do Festival Jazz no Franco.

O Dia Internacional do Jazz, celebrado a 30 de Abril, é uma ocasião especial para reconhecer a importância do género musical. Instituído pela Organização das Nações Unidas, em 2011, a data destaca o papel diplomático do jazz, ao unir pessoas de todas as partes do mundo através da sua paixão pela música.

A primeira edição do Jazz no Franco realizou-se em 2018 e, desde então, tem sido um ponto de encontro anual para os amantes do jazz em Moçambique. Inspirado pelos valores do Dia Internacional do Jazz, o festival procura sempre apresentar uma programação diversificada, reunindo artistas nacionais e internacionais.

Para esta sétima edição, o evento conta com a participação de:  Bokani Dyer Trio (África do Sul), 18h0, na Sala Grande; João Cabral (Moçambique), 19h30, Jardim; Hugo Corbin Quartet (França), 20h30, Sala Grande; Stélio Mondlane’s Project Evolution (Moçambique), 22h, Jardim.

O festival contará com The Vinyl Experience, um DJ set com Dub Rui, que fará uma selecção especial antes e depois dos concertos, às 17h e às 23h, no palco do Restaurante Palato.

SOBRE OS ARTISTAS

Bokani Dyer Trio é liderado pelo pianista e compositor Bokani Dyer, um dos principais nomes do jazz contemporâneo sul-africano. Natural de Botswana e criado em Joanesburgo, Dyer formou-se com distinção na University of Cape Town. O trio mistura influências do jazz tradicional com uma abordagem moderna, reflectindo a visão inovadora de Dyer. Com actuações em festivais internacionais, o trio lançou o aclamado álbum Neo Native (2019), que conquistou o prémio de Melhor Álbum de Jazz nos South African Music Awards (SAMA).

João Cabral é um músico moçambicano que combina a guitarra e a voz para criar uma sonoridade envolvente, misturando ritmos africanos e influências do jazz. Compositor, arranjista e produtor, já se apresentou em vários concertos e festivais nacionais e internacionais. Licenciado e Mestre em Jazz Performance pela University of Cape Town, celebra o Dia Internacional do Jazz interpretando tanto standards do género como temas dos seus álbuns River of Dreams (2009) e Walks of Life (2023), destacando o poder do jazz em unir culturas.

Hugo Corbin é um guitarrista e compositor Francês. Desde o seu primeiro álbum, Inner Roads (2019), a sua música é uma viagem sonora, inspirada no cinema e na literatura. No seu mais recente trabalho, Room To Dream, lançado em Março de 2025 pelo selo Quai Son Record, a sua guitarra ganha ainda mais vida ao lado do baixo de Marc Buronfosse e da bateria de Guillaume Dommartin. Desta vez, a voz também tem um papel de destaque, com Monika Kabasele a trazer a sua interpretação única, depois da parceria com Corbin no álbum Grécofuturisme. Com influências de cineastas como David Lynch e Kim Jee-Woon, Corbin cria músicas que nos fazem sonhar e aproveitar o momento.

Stélio Mondlane é um baterista, produtor e compositor moçambicano, com uma carreira sólida e diversas participações em festivais renomados, como o Festival Azgo, More Jazz Series, Bushfire, MASA Festival, entre outros, tanto em Moçambique como no exterior. Ao longo de sua trajectória, Stélio tem colaborado com artistas nacionais e internacionais, além de estar envolvido em projectos sociais relacionados ao autismo. Actualmente, lidera o Stélio Mondlane’s Project e participa de outros projectos musicais. Vencedor de dois prémios Ngoma Moçambique, já lançou um CD e um DVD e está a preparar o lançamento do seu segundo álbum, com o objectivo de continuar a enriquecer a cena musical moçambicana e além-fronteiras.

 

A X-Hub – Incubadora de Negócios Culturais e Criativos, acolhe nas suas instalações, na Cidade de Maputo, a segunda edição do projecto “Mulher Tem Power”, no próximo dia 19, a partir das 11h – a iniciativa é promovida pelo Movimento Supa Woman, liderado pela cantora Kátia Vanessa.

Com entrada gratuita e aberto ao público, a iniciativa celebra a força, criatividade e resiliência da mulher moçambicana, no contexto das comemorações do Dia Internacional da Mulher (8 de Março) e do Dia da Mulher Moçambicana (7 de Abril).

A segunda edição do “Mulher Tem Power” terá uma programação dinâmica e composta por momentos de debate, feira mista, exposição de arte e entretenimento diversificado com destaque para Música – que contará com actuações de Kátia Vanessa, Xixel Langa, Tawida Aly, Guitess Bambo, Ducha Lichucha e Mano Tsotsi, Dança – Grupo Infinity, Poesia e Teatro – Companhia de Teatro Mbeu (monólogo), Humor (stand-up comedy) – Rico Bioss e sessão de desfile de moda com o estilista Omar Adelino.

A Roda de Conversa subordinado ao tema “Direitos da Mulher vs. Violência Doméstica – um olhar sobre o nosso Amor Próprio”, juntará diversas mulheres empoderadas quem além de discutir sobre a temática proposta partilharão as suas trajectórias, desafios e conquistas, num painel composto por Eunice Andrade, Dora Chipande, Mirza Jamal, Murgue Jamú e Raquel Vedor.

De acordo com a X-Hub, o evento será composto por um espaço de bem-estar e atendimento reservado a consultas individuais e dinâmicas em grupo, com terapeutas holísticas e coaches, além das sessões de yoga e rodas de conversa de apoio emocional.

 

SOBRE O MOVIMENTO 

Idealizado pela artista e activista Kátia Vanessa, o Supa Woman é um movimento dedicado ao empoderamento feminino. Através de acções de impacto social e cultural, a iniciativa promove o fortalecimento pessoal, social e profissional das mulheres, incentivando o autoconhecimento, a valorização pessoal e a criação de redes de apoio e empreendedorismo. O movimento visa inspirar e capacitar mulheres, raparigas e aliados para concretizar projectos transformadores, promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva.

 

O escritor moçambicano, Mia Couto, foi um dos galardoados com o prémio literário de dimensão internacional também conhecido como o “Oscar dos livros”, da PEN/AMERICA, na sua  edição de 2025. O galardão é atribuído ao conjunto da obra do escritor. 

Em comunicado oficial da PEN AMERICA, divulgado hoje, o júri do prémio justifica que a escolha se deveu ao facto da escrita de Mia Couto “sondar a história conturbada da sua terra natal,  bem como os  enigmas essenciais de identidade e existência humanas”. 

Segundo o mesmo júri, Mia Couto ocupou “um lugar singular na paisagem da literatura africana e mundial”. 

Couto é o primeiro escritor de língua portuguesa a receber este galardão. A cerimónia de entrega vai acontecer no dia 8 de Maio em Nova Iorque, numa das mais prestigiadas salas de teatro de Manhattan. 

Ao escritor juntam-se mais duas figuras, a dramaturga libanesa-americana Mona Mansour, que será homenageada com o Prémio PEN/Laura Pels da Fundação Internacional para o Teatro, e Charles H. Rowell, fundador da Callaloo, uma publicação que celebra escritores e artistas visuais de ascendência africana em todo o mundo.

“Vendida ao Diabo” é uma curta-metragem de Aléssio Nhadombe. O cineasta estreia-se com a história de uma mulher, cujo destino foi selado ainda na infância. Aos seis anos, ela foi entregue como moeda de troca pelos próprios pais, através de um ritual, desesperados pela busca por riqueza. 

Já adulta e casada, a mulher enfrenta um doloroso conflito em seu relacionamento: a impossibilidade de engravidar, uma consequência sombria do pacto que a condenou desde cedo. Enquanto luta contra os fantasmas do passado, ela precisa encontrar uma maneira de se libertar dessa maldição antes que seja tarde demais.

Alesio Nhadombe é um cineasta moçambicano, que está há 10 anos a trabalhar num dos maiores grupos de mídia em Moçambique, o grupo SOICO. Engrenou no mundo do cinema em 2017, começando por escrever guiões. Em 2023 grava a sua primeira curta metragem. Este sábado, estreia sua primeira obra no Cine Teatro Scala, às 18h.

Ivan Mazuze apresenta, nos dias 25 e 26 deste mês,  no Cape Town International Jazz Festival, na Cidade do Cabo, África do Sul, o seu mais recente álbum  “Penuka”, lançado nos finais do ano passado.

O saxofonista moçambicano, radicado na Noruega, volta mais uma vez a pisar um dos mais refinados e privilegiados palcos do Jazz mundial e a actuar no maior festival musical de África. 

Com mais de 30 artistas de classe mundial, o Cape Town International Jazz Festival continua sendo o ponto de encontro de um público vasto de todo o mundo e é conhecido pela programação repleta de estrelas de artistas locais e estrangeiros.

Segundo uma nota de imprensa, a 22ª edição do festival deste ano contará com três palcos e mais de 21 apresentações ao vivo, prometendo uma experiência inesquecível, tanto para fãs leais quanto para participantes de primeira viagem. O evento também celebra o jazz que se assinala a 30 de Abril de 2023.

Ivan Mazuze vai apresentar o seu mais recente trabalho discográfico, no qual faz uma exploração contemporânea do jazz, misturando tradições africanas com influências árabes e indianas. 

“O novo trabalho de Mazuze é um ambicioso projecto apoiado pela Global Oslo Music e é resultado de uma investigação profunda de diferentes influências culturais apresentadas através de uma lente de jazz contemporâneo”, adianta uma nota de imprensa, a qual acrescenta que o CD é testemunho das trocas culturais seculares facilitadas pelas rotas comerciais através do continente africano. 

No CD, o saxofonista mostra como as tradições musicais africanas absorveram e reinterpretaram elementos do património musical de diferentes continentes ao longo do tempo e quer levar o público amante do jazz a um concerto verdadeiramente imersivo.

“O palco do Cape Town International Jazz Festival é onde despontei e posicionei-me como um músico respeitado. Por isso, para mim, é um privilégio poder mostrar para o mundo mais um trabalho que reflecte a diversidade cultural de diferentes povos através da música. Darei o melhor para representar Moçambique com dignidade, mas também a Noruega, País onde estou radicado porque me acolheu”, acrescentou o artista: “Este álbum é uma celebração das conexões culturais duradouras entre África, o mundo árabe e a Índia. 

Com “Penuka”, disse ainda o artista, “pretendo oferecer uma nova perspectiva sobre

como essas influências moldaram a música africana, misturando ritmos tradicionais com a improvisação moderna do jazz”. 

A secção rítmica de “Penuka” conta com músicos experientes, que têm relações musicais duradouras com Mazuze, incluindo artistas com raízes em Cuba, Noruega e Mali, todos, actualmente baseados na Noruega. A colaboração com os artistas adiciona camadas de complexidade rítmica e um toque global às composições de Mazuze, enriquecendo a fusão dinâmica do estilo do álbum.

Além disso, Mazuze colabora com uma diversa gama de artistas convidados, cada um partilhando as suas próprias origens culturais no projecto. 

As colaborações incluem músicos da Índia, Paquistão, Marrocos, Senegal, Gâmbia e Zimbabwe, cujas contribuições enriquecem a paleta sonora e introduzem novas expressões musicais, como o Gnawa e idiomas como Shona, Urdu, Wolof, Rajasthani e Sargam indiano.

O CD é um esforço colaborativo que une continentes e culturas, enfatizou Mazuze. 

O saxofonista lançou oficialmente “Penuka”  no renomado Cosmopolite Scene em Oslo, Noruega, a 11 de Outubro de 2024.

O Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), inaugura, esta quarta-feira, a exposição fotográfica “Pieces of Me” , da artista afro-americana Nafeesah Allen.

Esta é a primeira exposição individual da artista, que oferece uma experiência visual e auditiva imersiva, criada para nos conectar a um nível mais profundo, um nível que transcende o físico e nos aproxima do “eu” mais elevado da pessoa captada na fotografia.

Para aprofundar ainda mais a conexão entre os retratos e os espectadores, uma lista de reprodução acompanha a exposição, criando uma trilha sonora para que possamos nos conectar de forma mais intensa e significativa com cada imagem.

Nafeesah Allen tenta justamente capturar e visualizar a essência da alma humana. Ao fazer isso, convida-nos a questionar o valor da vida humana e a profunda e inata conexão com a divindade.

O título desta exposição, “Pieces of Me”, é inspirado na icónica canção de DC Go Go “Pieces of Me” de Rare Essence com Ms Kim, que simboliza essa ideia de fragmentos de nós mesmos, de nossas experiências, sentimentos e essências sendo apresentados ao mundo.

O trabalho de Nafeesah Allen  explora a intersecção da herança pessoal e da experiência global, através da fotografia de meios mistos, reinterpretando culturas visuais, para elevar o retrato na vida quotidiana do Sul Global. Allen inspira-se em artistas do passado e do presente, incluindo Ricardo Rangel, Gordon Parks, Carrie Mae Weems e Naita Ussene, cujo trabalho capta a complexidade da vida quotidiana nos seus próprios contextos nacionais.

Através deste trabalho, Nafeesah Allen convida-nos a olhar para além da superfície e a reconhecer que, em cada ser humano, existe uma história, uma alma e uma conexão divina que é única e inesgotável. É uma jornada introspectiva e transcendental que, certamente, vai tocar a todos que tiverem a oportunidade de contemplá-la. A exposição estará patente na Galeria do CCMA até 08 de Maio de 2025.

 

QUEM É NAFEESAH ALLEN?

Nafeesah possui um doutoramento em Migração Forçada pela Universidade de Witwatersrand (Wits) em Joanesburgo, África do Sul. É pós-graduada em Folclore e Estudos Culturais pela Indira Gandhi National Open University (IGNOU) em Nova Deli, Índia. É também mestre em Assuntos Internacionais pela Universidade de Columbia e licenciada pelo Barnard College da Universidade de Columbia

Allen é fotógrafa investigadora-etnográfica, ao longo de sua carreira, percorreu diferentes terras e culturas, capturando momentos únicos entre 2005 e 2024. Suas lentes levaram-na a lugares como Angola, Etiópia, Cabo Verde, Moçambique, Porto Rico e Suriname, onde as histórias de cada um dos sujeitos foram eternizadas. Essas imagens, ricas em emoção e profundidade, não são meros retratos. Elas são representações da alma, daquilo que é invisível, mas que define o ser humano.

Inspirada pela experiência da “Grande Migração” dos seus antepassados, a artista honra a tradição afro-americana de contar histórias visuais, ao mesmo tempo que cria novas narrativas, que atravessam gerações e geografias. Sendo fotógrafa de terceira geração, Allen segue os passos do seu avô, Louis Allen Sr, um fotógrafo no exército e na marinha dos EUA. A paixão do avô pela captura de momentos efêmeros influencia profundamente esta exposição.

Na quarta-feira, a partir das 18 horas, a Fundação Fernando Leite Couto (FFLC), na Cidade de Maputo, vai inaugurar a exposição de pintura intitulada “Multiverso de sonhos e visões”, da artista plástica Manuela Madeira, com a curadoria de Yolanda Couto.

A individual de Manuela Madeira propõe a ideia de uma relação entre o “corpo” e os movimentos sócio-políticos para ultrapassar as barreiras que excluem os marginalizados das instituições de poder.

Para a Fundação Fernando Leite Couto, a artista Manuela Madeira também apresenta as mulheres como parte de um grupo unificado ou de indivíduos movidos por valores e interesses partilhados que são frequentemente afectados de forma desproporcionada durante as crises provocadas pelo homem.

Assim, na individual, momentos de fragilidade e determinação são retratados com apoio e empatia enquanto continuam os agentes que preservam, transmitem as suas tradições e conhecimentos ao longo de gerações.

“Com uma significativa propensão para o simbolismo e a metáfora, Manuela convida o espectador a embarcar numa odisseia visual onde a realidade e a metáfora convergem. Os sujeitos que habitam as telas não são meras figuras, são arquétipos, recipientes de emoções e portadores de histórias universais. Os rostos tornam-se espelhos que reflectem o espetro da experiência humana – a alegria, a tristeza, a saudade e a beleza inefável que emerge do jogo de luz e sombra”, pode-se ler na nota de imprensa da Fundação Fernando Leite Couto.

Numa mostra cuja cerimónia de abertura, nesta quarta-feira, 9 de Abril, na Galeria da Fundação Fernando Leite Couto, contará com a presença da artista, apresentam-se figuras representam maioritariamente mulheres, supostamente outras, se não negras, talvez árabes, fora do enclausuramento do espaço doméstico.

“Libertas, as figuras, expressam uma interioridade manifesta em toda a latitude da tela e ocupam completamente a visão do horizonte – tal qual o cume de uma montanha inteira, – vaga de mar capturado – ou cordão de árvore florestal -, imagem condensada é arremessada da distância aos nossos cílios, e neles colados transmovem a longínqua vastidão do mundo, das cidades de gentes e ruas invisíveis em universos paralelos”, escreve a socióloga e escritora Aida Gomes, citada na nota de imprensa da Fundação Fernando Leite Couto.

Manuela Madeira é uma artista moçambicana radicada na Irlanda. Nascida a 55 anos, em Nampula, cidade onde cresceu e fez os seus estudos primários, mudou-se para Maputo, onde obteve o grau de licenciatura em História (1998) na Universidade Eduardo Mondlane, e o Mestrado em Antropologia Social (2022), na Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Enquanto baseada na Irlanda, Manuela Madeira procurou desenvolver a sua técnica artística e o processo conceptual, completando um portefólio artístico no Coláiste Chathail Naofa in Dungarvan, Co. Waterford e um Mestrado em Arte e Processo no Crawford College of Art and Design na cidade Cork.

Exposições recentes da artista incluem uma colectiva no Museu Nacional da Civilização Egípcia (NMEC), no Cairo, Egipto, e exposições individuais na Galeria Ile22, Alemanha, Fundação Fernando Leite Couto (FFLC), Moçambique, Akazi!ATL, Atlanta, Geórgia, EUA. Manuela expôs também na Irlanda, Itália e Bélgica. É também membro do Mor Artist Collective Ireland e membro do Nua Collective e artista colaboradora da sua plataforma de exposições de artes visuais.

 

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