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O Ferroviário de Maputo abriu, nesta segunda-feira, a época futebolística 2025 tendo em vista a sua participação no Moçambola e na Taça CAF. Os atletas serão submetidos aos habituais exames médicos, nesta semana, e os trabalhos de campo iniciam-se dentro de uma semana.

Vencedor da Taça de Moçambique e quarto classificado da edição passada do Moçambola, o Ferroviário de Maputo já projecta a presente época futebolística. Para o efeito, os “locomotivas” da capital do país abriram, nesta segunda-feira, as suas oficinas, momento marcado por uma reunião entre a direcção do clube, jogadores e equipa técnica.

Ainda no contexto da abertura da época, os jogadores serão submetidos, nesta semana, aos habituais exames médicos. O arranque dos treinos está agendado para a próxima segunda-feira, em Maputo.

Além do Moçambola 2025 e da Taça de Moçambique, prova de que é detentora do troféu, os “locomotivas” vão representar o país na Taça CAF, na edição 2025/26.

A turma da capital do país, que vai manter a equipa técnica, ainda não anunciou a composição do seu plantel, mas sabe-se que haverá algumas entradas, como é o caso de Sampaio, vindo da Associação Desportiva de Vilankulo; Telinho, que esteve no Ferroviário de Nampula; e Elias Macamo, segundo melhor marcador do Moçambola 2024, em representação do Desportivo de Nacala.

 

“Hidroeléctricos” fazem “limpeza” da casa

Em contrapartida, a União Desportiva do Songo continua a liderar um processo de reestruturação. Depois de despedir toda a equipa técnica liderada por Mark Harrison, por não ter cumprido os objectivos da época, o clube anunciou mais uma vassourada.

Através de um comunicado, os “hidroeléctricos” informaram o despedimento de 10 jogadores que fizeram parte do plantel do ano passado.

“Esta decisão visa criar espaço para os novos talentos que representam o futuro do nosso clube e que se têm destacado nas categorias de base e refrescarmos o nosso plantel com alguns jogadores de destaque no Moçambola”, lê-se no comunicado, sem sequer se revelar os nomes dos jogadores.

Esta é a segunda vez que a União Desportiva do Songo dispensa toda a equipa técnica e uma boa parte dos jogadores, tendo a primeira sido em 2023. Nos dois casos, o clube tomou a decisão depois de falhar a conquista do Moçambola e a Taça de Moçambique.

No caso de Mark Harrison, o contrato era de um ano renovável automaticamente, desde o momento que conquistasse uma das duas provas em que esteve envolvido, mas cessando automaticamente por ter falhado.

O técnico britânico mostrou-se desapontado com o facto de a sua não renovação do contrato ter sido anunciada por via das redes sociais. Num comunicado partilhado logo após a direcção dos “hidroeléctricos” ter comunicado a não renovação do contrato com toda a equipa técnica através das redes sociais, Mark Harisson usou da mesma via para transmitir o seu sentimento.

Harrison escreve que “é com desilusão que, após um ano de muito sucesso com a UD Songo, onde alcançamos tanto, apesar dos muitos desafios que enfrentámos nos bastidores, li o que parece ser minha saída do clube por meio de uma postagem no Facebook do clube esta manhã (sábado)”.

Para o técnico, não havia motivos para o seu afastamento do clube “hidroeléctrico”, uma vez que os resultados obtidos pela União Desportiva do Songo foram o reflexo de alguns problemas internos.

“Isso faz com que as conquistas, chegando tão perto de ganhar a liga e Taça, perdendo apenas um jogo em 90 minutos em toda a temporada, o que foi, em grande parte, devido a grandes problemas logísticos para viajar para o jogo, sejam algo de que eu e a minha equipa técnica estamos extremamente orgulhosos”, escreve o treinador, lamentando ainda o facto de ter falhado a conquista das duas competições importantes em que esteve envolvido.

Recorde-se que o treinador britânico chegou à União Desportiva do Songo no início do ano de 2024, depois de passar por alguns países asiáticos e africanos, com destaque para Quénia, onde treinou Gor Mahia e Might Mukuru FC do Malawi.

O cartoonista Sérgio Zimba vai lançar, nos próximos dias, o seu mais recente livro. Intitulado “Dzimbadas”, o projecto editado pela TPC reúne cartoons produzidos entre 2020 e 2022

No seu novo projecto, Sérgio Zimba reúne em livro um conjunto de cartoons diversificados. Partindo de um contexto afectado pela pandemia da COVID-19, Zimba retrata, vivamente, a vida social dos moçambicanos. Por isso mesmo, garante, os leitores “Vão encontrar no meu livro coisas sérias retratadas de forma hilariante, do nosso dia-dia”.

A ideia do livro “Dzimbadas” tem motivação “documental” e “memorialista”. Ao produzi-lo, o autor quis prender parte das situações que, em 2020, alteraram as rotinas dos moçambicanos e de vários cidadãos do mundo, numa crise sanitária com efeitos económicos muito graves. Assim, em “Dzimbadas” há peripécias que lembram o poder dos mahindras (viaturas usadas pela polícia em Moçambique) na fiscalização dos que, nas barracas, teimaram em gozar o proibido prazer da convivência, num contexto em que as palavras de ordem eram “ficar em casa”.

Com o seu livro, Sérgio Zimba espera, portanto, manter a memória colectiva activa, de modo que os leitores saibam sempre como lidar com as pandemias ou com as crises que, ciclicamente, afectam os países. “Apesar de a COVID ter passado, as narrativas do livro continuam actuais. Porque há mensagens intemporais. Até porque a COVID não é a primeira pandemia do mundo e pode ser que apareçam mais coisas. Esse aspecto da prevenção, por exemplo, é uma lição a manter”, sublinhou.

Em parte, “Dzimbadas” é uma homenagem aos Dzimba, ou seja, Zimba. O autor decidiu atribuir esse título para relacionar a sua obra e a sua pertença familiar.

“Dzimbadas” ainda não se encontra disponível nas livrarias e ainda não tem data de lançamento. Entretanto, quando for lançado, Sérgio Zimba espera que os seus admiradores e os leitores em geral adquiram o livro porque “Moçambique passa por um momento sombrio. Nós precisamos de sorrir, de estar bem disposto. Este livro traz todo esse condimento de humor. Se vocês realmente estão comigo, comprem o livro. A tipografia está disposta a fazer quantas tiragens forem necessárias, desde que o livro esgote. Como autor, isso daria-me grande satisfação. Comprando o livro, os leitores tiram-me da pobreza absoluta”, gracejou o autor entre risos.

A escrita de “Dzimbadas” foi uma autêntica odisseia, para Sérgio Zimba, uma caminhada aos solavancos como se, compara o autor, estivesse a percorrer alguns troços da Estrada Nacional Número Um.

 

 

 

O músico Roberto Isaías diz que os artistas devem jogar um papel importante na disseminação de mensagens que contribuam para o bem-estar social e na sensibilização da sociedade na tomada de melhores decisões em tempos de crise. O autor de “somos todos Moçambique” lamenta o facto de os músicos estarem a ser alvos de ameaças por não se aliarem aos protestos pós-eleitorais no país.  

O vocalista dos Kapa Dech não está alheio aos acontecimentos do país e aborda a crise pós-eleitoral marcada por protestos desde 21 de Outubro. O músico explica que os artistas jogam um papel fundamental em tempos de crise dada a sua relevância na sociedade.

“O nosso papel não é de ficarmos a observar as coisas de longe, mas sim de sensibilizar a sociedade para tomar melhores decisões. E é por essa razão que na música que eu lancei recentemente exorto aos moçambicanos para se lembrarem que são irmãos apesar das diferenças ideológicas e eleitorais”, explica o músico. 

Para Isaías é necessário que se pare com a violência entre os moçambicanos, tendo em conta que, na sua opinião, essas atitudes contribuem para o rompimentos dos laços entre as pessoas. Apesar de reconhecer que o país ainda tem muitos desafios, Roberto Isaias critica os métodos como os protestos pós-eleitorais são feitos.  

“Essas manifestações teriam mais força e alcance se as pessoas fizessem de livre e espontânea vontade, ou seja, sem serem forçadas. As pessoas ameaçam os músicos que vão cancelar porque não se identificam com um lado. Nem sequer dão opção ao músico de escolher o seu lado ideológico, simplesmente forçam-nos a juntarmo-nos às manifestações. Para mim essa atitude é muito errada”, critica o autor de “Lalane”.

O vocalista da histórica banda Kapa Dech sugere mudanças no sistema eleitoral do país como forma de evitar futuros problemas.

“Desde a CNE, STAE até ao Conselho Constitucional descobrimos que o sistema é frágil e fertil para haver empolamentos e fraudes de todos os lados. É preciso estrutural. Felizmente, na sua primeira intervenção o candidato eleito assumiu que vai liderar esse processo”, anota.

A crise pós-eleitoral teve um impacto devastador na indústria cultural, tendo em conta que houve cancelamento de muitos eventos. Roberto Isaías diz que 90 por cento dos músicos estão a passar por muitas dificuldades. 

“Muitos músicos vivem de restauração, da indústria hoteleira, dos bares e ganham semanalmente. Só uma semana sem actividades cria muitos transtornos, pois são chefes de família. Apenas os que têm outras fontes de renda e que conseguem sobreviver neste momento são poucos”, lamenta o músico. 

 

A cantora e compositora Assa Matusse é uma das convidadas à vigésima segunda edição do Sauti za Busara Festival, em Zanzibar. O evento vai durar três: 14, 15 e 16 de Fevereiro de 2025

2025 mal começou e Assa Matusse já tem concertos agendados. Entre 14 e 16 de deste ano, a autora de “Mutchangana” vai actuar num dos mais sonoros eventos musicais realizados em África, Sauti za Busara Festival, em Zanzibar, Tanzania.

 Em princípio, Assa Matusse será a única representante de Moçambique, num festival que vai contar com artistas de pelo menos 12 proveniências, por exemplo, Thandiswa (África do Sul), Blinky Bill (Quénia), Frida Amani (Tanzania), Mumba Yachi (Congo/ Zâmbia), Boukuru (Ruanda), WD Abo (Sudão), Étinsel Maloya (Ilha Reunião), B. Junior (Mayotte) e Charles Obina (Uganda). 

Reagindo ao convite de participar no Sauti za Busara Festival, Assa Matusse confessou que se encontra animada, especialmente nesta época em que os moçambicanos enfrentam um momento muito particular da sua história, com vítimas mortais do terrorismo e da crise política que mancha a democratica no país. Por isso mesmo, “Para mim, partilhar as minhas músicas é um símbolo de esperança por dias melhores”, afirmou a cantora moçambicana, agora residente em França. 

No Sauti za Busara Festival, “a menina do bairro” pretende demonstrar que é uma artista que, através da música, representa a sua gente, sem que isso comprometa o carácter universal da sua composição e dos seus ritmos. Assa aprecia a ideia de as suas criações ultrapassarem fronteiras, até porque a artista acredita que nasceu para lutar por uma causa que se concretiza, naturalmente, com a música. 

De igual modo, no Sauti za Busara Festival, Assa Matusse espera conectar-se com as pessoas e vibrar com elas. Quer espalhar o seu perfume musical e, claro, ouvir velhas e novas tendências musicais mundiais. “Mal posso esperar por esse encontro [com os músicos e com o público em geral], gracejou Assa Matusse. 

SOBRE O FESTIVAL

Sauti za Busara é tido como o principal festival de música da África Oriental, realizado anualmente em Fevereiro, na histórica Cidade de Pedra de Zanzibar, Tanzânia. Celebrado por sua atmosfera vibrante e programação musical diversificada, em 21 edições, o festival contou com mais de 460 bandas de mais de 60 países, abrangendo géneros como Taarab Tradicional, Jazz, Bongo Fleva, Kidumbaki, Afrobeats, Singeli, Música Urbana, AfroFusion, Spoken Word to Reggae, Hip-Hop, Electrónica e, claro, Marrabenta.  

Sauti za Busara está a ultrapassar as barreiras da música tradicional e contemporânea, dando uma plataforma aos talentos mais promissores do continente africano e da sua diáspora, ao mesmo tempo que espalha mensagens positivas para a mudança social pacífica. Mais de 360.000 pessoas participaram do festival desde a sua criação em 2004. Uma dessas pessoas é o músico Stewart Sukuma, que actuou em 2024.

Na vigésima segunda edição do Sauti za Busara, Assa Matusse terá a oportunidade de interpretar temas dos seus dois álbuns, “+ Eu” e, sobretudo, “Mutchangana”. 

 

O Ministério da Cultura e Turismo promoveu, sábado, a segunda edição do prémio das Indústrias Culturais e Criativas. O Jornalista da STV, José dos Remédios, é um dos 10 laureados, na categoria de Jornalismo Cultural, e cada um dos reconhecidos leva consigo 120 mil meticais.

A cerimónia de anúncio e entrega dos prémios das indústrias culturais e criativas teve lugar no Centro Cultural Moçambique-China, na Cidade de Maputo. A ministra do pelouro do turismo e cultura acredita que este reconhecimento sirva como um estímulo aos fazedores e promotores das artes, dado o contributo que eles têm dado para a divulgação da cultura moçambicana, dentro e fora do país.

“Este evento representa um momento de reconhecimento e celebração de todos que têm dedicado as suas vidas ao desenvolvimento cultural e artístico de Moçambique. O mesmo acontece num momento em que encerramos um ciclo de governação e, por isso, tem ainda um significado muito especial para nós. O nosso governo reconhece as indústrias culturais e criativas, como a força da nossa cultura, a criatividade do nosso povo e vê nesta iniciativa mais um mecanismos para homenagear os talentos que se têm destacado e os que já se afirmaram nos diferentes domínios do sector”, disse Eldevina Materula, ministra da cultura e turismo. 

A iniciativa comporta 10 categorias, dentre as quais Teatro, Música, Dança, Artes Plásticas, Cinema e Audiovisual, Gestão Cultural, Moda e Literatura. O Jornalista do Grupo Soico, José dos Remédios, venceu a categoria de Jornalismo Cultural.

“Eu estou no jornalismo há 10 anos e a 12 no ensaio, o que tenho tentado fazer, ao longo desse tempo todo, é promover a arte moçambicana, nas suas mais variadas disciplinas. Nós nunca estamos à espera de um prémio, quando realizamos um trabalho, porque eu considero o jornalismo e o jornalismo cultural, em particular, uma espécie de doação para os outros. Não é um trabalho para mim, em particular, mas uma doação de mim para os artistas, para os artistas e para a cultura”, disse José dos Remédios. 

Mário Macilau, vencedor da Categoria de fotografia, destaca a importância do prémio para a valorização dos artistas nacionais. “O prémio, para mim como artista, ajuda muito a estimular a minha esperança e a desenvolver mais as minhas ideias de criação de plataformas e de colaboração com os outros artistas”, disse. 

As demais categorias, cujos fazedores e promotores foram laureados, o destaque vai para o músico Twenty Fingers, premiado na categoria de Música, Paulo Chibanga, na categoria de Gestor Cultural, o grupo Mutumbela Gogo, que levou o prémio Carreira e Editora Ethale, reconhecida com o prémio Literatura.

Por: Bena Filipe

Começo por felicitar as demais entidades internacionais e nacionais que trabalham na prevenção e combate da VBG (Violência Baseada no Género).

SADC define como todos actos perprertados contra mulheres, homens, rapazes, raparigas, em virtude do seu sexo, acrescento os de sexo indefinido, os vulneráveis. Realçar que causam ou podem causar danos físicos, sexuais, psicológicos emocionais ou económicos. E defende que a VBG abrange violência doméstica, assédio sexual no local de trabalho, abuso sexual e emocional, e reitero as várias formas de tráfico de seres humanos.

Em vários países, cerca de 1/3 das mulheres, tentava obter separação ao serem assassinadas, especialmente nos três meses que antecederam o crime (Dobash et al 2004). Hoje em dia, temos mulheres a assassinarem os seus parceiros, como exaustão ou defesa própria, busca de lucro fácil.

Em consequência, o resultado da violência contra a mulher e a criança, de Janeiro a Dezembro de 2022, foram atendidos 5.583 casos cíveis ao nível nacional, no Gabinete de Atendimento à Família e Menor Vítima de Violência e cuja a tipologia era: falta de assistência alimentar ao filho, falta de assistência alimentar ao cônjuge, impugnação de paternidade, regulação do exercício do poder parental, abandono do lar, abandono do menor, reconhecimento da união de facto, separação litigiosa, separação por mútuo consenso, divórcio, divisão de bens (retirado do Observatório de mulheres).

A preocupação exposta pelo IPAJ, no manual/brochura de diagnóstico de necessidades dos Serviços de Violência Baseada no Género (VBG), na cidade de Maputo, na página 30, admite a falta de meios económicos por parte dos perpetradores, e interroga ainda em que medida as custas judiciais podem beneficiar as vítimas? Por exemplo, a construção de abrigos para atender a falta de Centros de Trânsitos.

Ao debruçar sobre as consequências, está lá a mulher e o menor. Entendo que o menor (crianças e adolescentes), que estão nas manifestações, talvez tenham em falta muitas necessidades ou não. Porquê nos centros urbanos não temos a mesma situação? Será que a violência política-social escolhe os alvos? A vulnerabilidade faz do menor presa fácil.

Sinto um diluir das campanhas e apelos, contra todo tipo de violência, porque os outros serviços/pacotes de resposta são inexistentes, e ou sobrecarregados para a demanda, mas não desaconselho, sou a favor de priorizar acções, como a educação, recordando que existe a Carta Africana dos Direitos e bem-estar da Criança, que recita que a criança, tendo em conta a sua maturidade física e mental, precisa de segurança e cuidados especiais.

Outro Instrumento é: A Convenção da União Africana Sobre o Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas. Portanto, não tenhamos dúvidas que por causa da aclamada situação, os menores e as mulheres que já estavam numa situação vulnerável, terão a sua vulnerabilidade acrescida, na pior das hipóteses, dependendo do desfecho do actual cenário social violento, e o juízo crítico da próxima sociedade, nação, que terá a dura missão de tratar a saúde mental, reduzir o acesso à droga e ao álcool, a promiscuidade, sim.

Uma rapariga de 12 anos precisa de implante? Sim, porque o fabricante quer o seu uso, mas 12 anos… Devia concentrar-se na escola, esta corre muitos riscos de não fazer a 10a classe. A educação e os valores morais estão a falhar muito. Reforço o apelo à empatia, coragem, determinação, não à violência contra qualquer indivíduo, independentemente do status, género definido ou não, função/ocupação, idade, religião, etnia.

 

 

O Governo de Moçambique compromete-se a imortalizar o artista plástico Noel Langa, através da preservação das suas obras, para as gerações vindouras. A ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, disse, hoje, durante o velório de Noel Langa, que o artista representou a moçambicanidade dentro e fora do país.

Foi velado, nesta segunda-feira, o artista plástico Noel Langa, no Município de Maputo. No evento, que contou com a presença de várias personalidades, Eldevina Materula elogiou o percurso artístico de Langa. 

“Noel Langa nasceu já artista ao distinguir-se como único que tinha a pintura como um hobby ou um entretenimento, no seio dos meninos da sua geração, que preferiam o desporto, em Manjacaze, sua terra natal. Não podíamos estar mais de acordo com ele, pois sendo a mãe uma talentosa ceramista, inspirou o filho a desenvolver potencialidades que o tornaram um verdadeiro artista versátil”, disse Materula.

A ministra da cultura e turismo acrescenta ainda que Noel Langa permitiu, através da sua obra, valorizar as artes plásticas, “ao acreditar que o seu talento é uma habilidade, um activo para a vida, mas também um activo para a preservação da cultura e do património cultural moçambicano”.

“A criatividade e inovação únicas de Noel Langa permitiram-no combinar a sabedoria das histórias e os contos do Karingana wa karingana a volta da fogueira com a pintura, produzindo, desta maneira, quadros que representavam as transformações sociais, que registavam o nosso solo pátrio e, ao mesmo tempo, propondo soluções para um Moçambique próspero”, acrescentou.

Por isso, reconhecendo o percurso artístico de Noel e a importância da preservação da sua obra, o Governo moçambicano assumiu o compromisso de preservar o legado de Noel Langa.

“Para a comunidade do Bairro Indígena,  o Governo reconhece a responsabilidade que recai sobre vós, neste processo necessário, para perpetuar a vida e obra de Noel Langa, nas nossas crianças e nas gerações vindouras. À família, o Governo expressa as mais sentidas condolências e manifesta o compromisso de, no abrigo do quadro legal existente, preservar a obra do artista Noel Langa, para imortalizar a sua vida”, afirmou a ministra da Cultura e Turismo. 

A ministra recordou que Noel Langa representou a moçambicanidade dentro e fora do país, através das suas obras, que representavam o país. 

Noel Langa faleceu, quinta-feira, 12 de Dezembro, vítima de doença, no Hospital Central de Maputo (HCM) 

 

 

Morreu, ontem, aos 86 anos, o artista plástico Noel Langa, vítima de doença, no Hospital Central de Maputo (HCM). Através da sua rede social Facebook, o Presidente da República endereçou os pêsames à família do finado e a toda classe artística.

“Foi com profundo pesar e consternação que tomei conhecimento do desaparecimento físico do Mestre Noel, com mais de 50 anos de carreira. O grande artista Noel, dedicou a sua vida às artes e cultura, tendo retratado as suas vivências, experiências e a história de Moçambique na sua tela, por via do seu pincel, com inconfundíveis cores  ricas e vibrantes”, lê-se na mensagem do Presidente da República, publicada na manhã de hoje.

Filipe Nyusi diz ainda que Noel Langa “elevou o bom  nome de Moçambique além fronteiras, sendo, sem dúvida, uma das referências das artes plásticas no nosso País, um verdadeiro Património Nacional”. Por esta razão, a morte do artista “abre um vazio irreparável na nossa Cultura e desafia à nova geração de artistas para o seu preenchimento”, escreveu.

Noel Langa nasceu há 81 anos, no distrito de Manjacaze, em Gaza. Da mãe, aprendeu a apreciar a cerâmica, ainda na tenra idade. Novo veio à então Lourenço Marques, onde se afirmou como um símbolo do bairro Indígena, agora bairro da Munhuana, no subúrbio de Maputo.

Ao longo de várias décadas, Noel Langa pintou vidas, lugares e toda uma visão sobre a sua gente e a forma como compreende Moçambique

 

A Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal, abriu candidaturas para um estágio presencial de quatro meses no Centro de Arte Moderna da própria instituição. Os interessados podem concorrer ate 10 de Janeiro de 2025

O objetivo dos estágios, segundo a organização, é contribuir para a capacitação e desenvolvimento de competências de profissionais dos PALOP, promovendo a reflexão e a prática curatorial no campo das artes visuais contemporâneas e proporcionar uma experiência prática em curadoria, permitindo o acompanhamento de todas as etapas envolvidas na concepção e organização de exposições, bem como de actividades educativas.

A iniciativa vai permitir ainda o fomento da internacionalização dos curadores dos PALOP, integrando-os num ambiente institucional de referência como o Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em termos de elegibilidade, podem candidatar-se ao presente concurso profissionais nacionais e residentes em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique ou São Tomé e Príncipe; terem entre 25 e 40 anos de idade; possuírem experiência ou apetência pela pesquisa e prática curatorial no campo das artes visuais contemporâneas, em áreas como artes visuais, história de arte, estudos culturais, teorias das artes, museologia ou produção e gestão cultural; os candidatos com dupla nacionalidade deverão candidatar-se com a nacionalidade do país de residência. A nacionalidade indicada deverá ser a mesma utilizada noutras candidaturas aos apoios da Fundação Calouste Gulbenkian.

Para admissão, será dada preferência aos candidatos que tenham concluído a primeira ou segunda edição do curso de curadoria de exposições, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

As candidaturas devem ser obrigatoriamente submetidas através do formulário online, conforme regulamento disponibilizado pela Calouste Gulbenkian, ate 10 de Janeiro de 2025.

Para efeitos de submissão, os candidatos deverão fornecer os seguintes documentos: formulário de candidatura devidamente preenchido, currículo actualizado, com a descrição da experiência e formação relevante no campo da curadoria de exposições e artes visuais contemporâneas, quaisquer outros documentos ou informações solicitadas pela Fundação Calouste Gulbenkian para a avaliação da candidatura.

Os candidatos seleccionados beneficiarão de uma bolsa mensal no valor de 1.300€ (mil e trezentos euros), durante os quatro meses do estágio, para cobrir despesas relacionadas com a sua estadia em Lisboa.

A Fundação Calouste Gulbenkian providenciará um seguro de viagem e de acidentes pessoais durante o período do estágio. Caso os candidatos seleccionados se desloquem a Portugal sem notificar atempadamente a Fundação, por forma a providenciar os seguros referidos no número anterior, essa deslocação será feita sob sua inteira responsabilidade, não assumindo a Fundação Calouste Gulbenkian qualquer responsabilidade até à assinatura do contrato de estágio e de atribuição da bolsa.

 

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