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Duelo lusófono pelas meias-finais da WBAL

Ferroviário de Maputo e Sporting de Luanda medem forças, nesta sexta-feira, a partir das 12h00, em partida a contar para os quartos-de-final da Liga Africana

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A Editora Trinta Nove e o projecto Livroteca apresentam hoje o lançamento da edição  em banda desenhada e da tradução inglesa de Ualalapi, obra seminal de Ungulani Ba Ka  Khosa. O evento terá lugar na livraria da Vila  Municipal de Marracuene, em Maputo. 

O evento contará com a presença do autor da obra, Ungulani Ba Ka Khosa, e de Adérito Wetela, o  ilustrador responsável por dar nova vida visual ao romance. 

Publicado originalmente em 1987, Ualalapi é um marco incontornável da ficção africana  moderna. Vencedor do Grande Prémio de Ficção Narrativa Moçambicana, integra desde 2002 a prestigiada lista dos 100 melhores livros africanos do século XX, destacando-se pela  profundidade histórica e pela força literária. 

A narrativa acompanha Ualalapi, guerreiro incumbido de matar o hosi Mafename por ordem  do príncipe Ngungunhane, que assim ascende ao trono como último imperador de Gaza — figura central da resistência moçambicana face ao avanço colonial português no final do século  XIX. 

A nova edição em banda desenhada oferece uma leitura visualmente poderosa deste que é  considerado um dos maiores romances africanos do século XX, tornando-o acessível a novos  públicos e reforçando o seu lugar na literatura global.

O Presidente da República diz que a arte não deve ser luxo, mas sim um instrumento de transformação social. Daniel Chapo, que falava neste sábado, em Maputo, no lançamento do Concurso Nacional de Literatura, apela aos jovens para que apostem  na criatividade.

O Concurso Nacional da Literatura estará subdividido em três categorias, nomeadamente poesia, prosa e ensaio. O vencedor de cada uma das categorias poderá receber um prémio de um milhão de meticais.   

A informação foi partilhada, este sábado, pelo Presidente da República, Daniel Chapo, a quem coube lançar o concurso criativo. 

“Para além do incentivo financeiro, os vencedores terão o privilégio de ver as suas obras publicadas e divulgadas, sob a responsabilidade dos que organizam. Com este gesto, pretendemos estimular a profissionalização da escrita e promover o acesso público do moçambicano a novas vozes, novas ideias e novas narrativas que enriquecem a nossa cultura. Este concurso representa igualmente uma viragem decisiva no incentivo do Estado à produção literária”, explicou Chapo.

O Chefe de Estado considera que a arte tem o poder de transformação social e, por isso, deve ser, também, um instrumento de diálogo. 

“A literatura tem um poder único de eternizar momentos, emoções e mensagens. Uma obra escrita pode atravessar gerações e continuar a ensinar, inspirar e dialogar com o futuro. Reafirmamos que a arte não deve ser vista como um luxo, mas como uma necessidade fundamental para o desenvolvimento humano e social.”

A iniciativa é do Ministério da Educação e Cultura em parceria com a Associação dos Cineastas e a Associação dos Escritores de Moçambique. 

“ Há tantos artistas cujas obras estamos a ler até hoje, de gerações e gerações, mas as suas obras continuam a ser eternizadas. Já desenhamos projetos que encorajam e promovem a participação da juventude, a participação e a inclusão de iniciativas criadoras da juventude. No fundo, o que nós queremos é a felicidade dos moçambicanos, manter a memória coletiva, manter este bem comum que é estarmos juntos e vivermos juntos e fazermos a nossa pátria”, explicou Filimone Meigos, secretário-Geral da AEMO.

Na ocasião, o Chefe do Estado anunciou a implementação da iniciativa “Um Distrito, Uma Casa de Cultura”. 

“É preciso criar um espaço em cada distrito deste país para que os fazedores das artes e cultura se encontrem. Nós temos falado muito sobre jovens que estão a se perder devido ao consumo de álcool, de droga e outros males, mas nós também temos que reconhecer que é preciso criar espaços para que estes jovens se ocupem positivamente.”

Os termos de referência do Concurso Nacional de Literatura serão anunciados no próximo ano. 

O Presidente da República diz que a arte não deve ser luxo, mas sim um instrumento de transformação social. Daniel Chapo, que falava neste sábado, em Maputo, no lançamento do Concurso Nacional de Literatura, apela aos jovens para que apostem  na criatividade.

O Concurso Nacional da Literatura estará subdividido em três categorias, nomeadamente poesia, prosa e ensaio. O vencedor de cada uma das categorias poderá receber um prémio de um milhão de meticais.   A informação foi partilhada, este sábado, pelo Presidente da República, Daniel Chapo, a quem coube lançar o concurso criativo. 

“Para além do incentivo financeiro, os vencedores terão o privilégio de ver as suas obras publicadas e divulgadas, sob a responsabilidade dos que organizam. Com este gesto, pretendemos estimular a profissionalização da escrita e promover o acesso público do moçambicano a novas vozes, novas ideias e novas narrativas que enriquecem a nossa cultura. Este concurso representa igualmente uma viragem decisiva no incentivo do Estado à produção literária”, explicou Chapo. O Chefe de Estado considera que a arte tem o poder de transformação social e, por isso, deve ser, também, um instrumento de diálogo. 

“A literatura tem um poder único de eternizar momentos, emoções e mensagens. Uma obra escrita pode atravessar gerações e continuar a ensinar, inspirar e dialogar com o futuro. Reafirmamos que a arte não deve ser vista como um luxo, mas como uma necessidade fundamental para o desenvolvimento humano e social.” A iniciativa é do Ministério da Educação e Cultura em parceria com a Associação dos Cineastas e a Associação dos Escritores de Moçambique. 

“ Há tantos artistas cujas obras estamos a ler até hoje, de gerações e gerações, mas as suas obras continuam a ser eternizadas. Já desenhamos projetos que encorajam e promovem a participação da juventude, a participação e a inclusão de iniciativas criadoras da juventude. No fundo, o que nós queremos é a felicidade dos moçambicanos, manter a memória coletiva, manter este bem comum que é estarmos juntos e vivermos juntos e fazermos a nossa pátria”, explicou Filimone Meigos, secretário-Geral da AEMO. Na ocasião, o Chefe do Estado anunciou a implementação da iniciativa “Um Distrito, Uma Casa de Cultura”. 

“É preciso criar um espaço em cada distrito deste país para que os fazedores das artes e cultura se encontrem. Nós temos falado muito sobre jovens que estão a se perder devido ao consumo de álcool, de droga e outros males, mas nós também temos que reconhecer que é preciso criar espaços para que estes jovens se ocupem positivamente.”

Os termos de referência do Concurso Nacional de Literatura serão anunciados no próximo ano. 

A 12ª edição da Temporada de Música Clássica Xiquitsi 2025 encerra, este mês, com a terceira série de três concertos marcados para os dias 6, 7 e 13 de Dezembro.

Nesta série, o Xiquitsi vai apresentar propostas distintas e inovadoras, cada uma com as suas especificidades, a começar neste Sábado, às 11 horas, no Teatro Scala, onde terá lugar o primeiro Concurso de Composição Xiquitsi, no qual, além das obras de repertório a serem interpretadas pela Orquestra e Coro Xiquitsi, vão a concurso “Deus Existe”, de Queirós Júlia, “Prelúdio de uma noite de verão”, de Humberto Tandane Júnior, “A cor da Gratidão”, de Hilário Vasco Manhiça, e ainda “Glória”, de Francisco Fumo.

O segundo concerto está marcado para domingo, às 15h00, na Igreja Dom Bosco do Bagamoyo. Trata-se do já tradicional concerto denominado “Tarde para Pais e Filhos”, um concerto de carácter pedagógico que contará com a estreia em palco numa apresentação pública da Orquestra Infantil, Coro Infantil e ainda do Ensemble de Percussão Xiquitsi, sob coordenação dos professores Eduardo José Alemán, Yara Carvalho e Cheny Wa Gune, respectivamente.

“Noite para as Famílias” será o último concerto da série, marcado para dia 13 de Dezembro, às 19h00, na Igreja Santo António da Polana. Desta vez, o Xiquitsi convidou os pais dos seus alunos para se juntarem à orquestra e coro, contribuindo, por um lado, para um maior envolvimento e conhecimento dos encarregados de educação do dia-a-dia dos seus educandos. Igualmente, pretende-se, com a aproximação dos pais, permitir uma maior cultura de concerto por parte dos encarregados de educação dos alunos.

Francisca Fins Zlotnikov, no violino, Kika Materula, no oboé, e Yara Carvalho, na voz, serão as solistas da noite que promete muitas surpresas e que deixará em todos o sentimento do espírito natalício que já se vive nesta época.

A série de concertos contará com a presença de 166 músicos em palco, dos quais 11 professores, uma aluna do Xiquitsi em formação em Espanha – Blandina Dimande – e Francisca Zlotnikov, que regressa a Maputo 10 anos depois da sua primeira visita ao Xiquitsi. Esta é, sem dúvida, a série de concertos com maior número de músicos em palco.

Deste modo, o Xiquitsi encerra o ano com o compromisso de continuar a ser uma plataforma de desenvolvimento social através do ensino colectivo de música, em que o “ensino por excelência” é uma das ferramentas essenciais para o cumprimento da sua missão.

O Programa conta com cerca de 250 alunos distribuídos entre as classes de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, oboé, clarinete, percussão, canto e luthieria ou fabrico e reparação de instrumentos musicais. O Xiquitsi é um programa desenvolvido pela Kulungwana – Associação para o Desenvolvimento Cultural, e está sob direcção de Kika Materula, sua fundadora. 

O antigo edil da cidade de Maputo, Eneas Comiche,  recebeu, nesta terça-feira, o Prémio Alumni Joaquim Chissano. O antigo presidente da República considera que é inquestionável o contributo de Comiche para o desenvolvimento do país. 

O antigo presidente da República, Joaquim Chissano foi o responsável por entregar a Eneas Comiche o prémio Alumni 2025. 

Trata-se de uma distinção atribuída anualmente pela Câmara de Comércio Portugal-Moçambique a personalidades que tenham contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento da sociedade moçambicana. “Não será exagero afirmar que esta premiação é mais do que merecida, consubstanciada pelo desempenho do DR. Eneas Comiche enquanto estudante em Portugal, foi um profissional exímio, um dirigente com princípios que norteiam a sua liderança nas diferentes instituições”, explicou Joaquim Chissano. 

Para o antigo Chefe de Estado, o desempenho de  Eneas Comiche deve servir de inspiração. “Eneas Comiche não precisa provar a mais ninguém a sua competência. Essa missão ele já cumpriu ao longo dos anos. O seu exemplo de prestador de serviços, que inspire as novas gerações, que seja consultado mais vezes para transmitir o conhecimento e a experiência acumulada para o bem dos moçambicanos”. 

Por sua vez, Eneas Comiche agradeceu pela distinção. O momento serviu também para a apresentação do livro intitulado Instinto Feminino, da autoria de Rui Moreira de Carvalho  e de Paula Veiga. Trata-se de uma reflexão sobre o uso da Língua Oficial Portuguesa no empoderamento feminino. 

“Os projectos nascem com o acreditar, com o querer fazer mais e melhor. Este livro trata do crescimento de uma economia muito suportada por uma economia, como uma alavanca da formação a nível básico, o empoderamento”, disse Rui Moreira de Carvalho. 

O livro tem 109 páginas. Ainda esta terça-feira foram homenageados os escritores Francisco Panguane e Zacarias Nguenha, no âmbito do prémio Fernando Leite Couto.  

O governador de Nampula, Eduardo Abdula, escalou, nesta segunda-feira, a localidade de Chipene, distrito de Memba, uma das zonas recentemente marcadas pela insegurança, conforme havia prometido.

Acompanhado pela imprensa, que segundo disse realça o compromisso assumido de garantir transparência e acompanhamento público da situação no terreno, Eduardo Abdula cumpre a promessa que tinha garantido às famílias acolhidas em Alua-Sede, que seria o primeiro a regressar ao terreno, acompanhado de jornalistas, para avaliar as condições de segurança antes do retorno dos deslocados.

Em contacto directo com a comunidade, Abdula fez um discurso duro e emotivo, explicando que os ataques e os vídeos violentos difundidos nos telemóveis fazem parte de uma estratégia de terror usada pelos insurgentes para provocar a fuga massiva das populações.

“Sabem o que é que o bandido faz? O bandido vem de surpresa e com violência. Depois corta a nossa cabeça. Cria terror, pânico. E hoje, no mundo moderno, começa a passar isso nos telefones”, afirmou, alertando que até localidades onde não houve ataques acabam por entrar em pânico, devido às imagens.

Segundo o governante, o objectivo dos terroristas é claro: forçar o abandono das zonas que consideram estratégicas e com potencial económico. “O terrorista está à procura das nossas riquezas. Por isso é que nos assustam aqui”, disse o governador de Nampula.

Eduardo Abdula garantiu que as Forças de Defesa e Segurança destruíram várias bases inimigas nos últimos 15 dias, mas reforçou que a vigilância comunitária é fundamental. “Temos infiltrados aqui, que vendem a vida do seu povo em troca de duas quinhentas. Se a comunidade não nos ajudar, não vamos fazer muita coisa”, avisou.

O governador sublinhou que está a visitar pessoalmente as localidades para aferir o nível de segurança e preparar o regresso seguro das famílias deslocadas. “Eu estou aqui para ver com os meus olhos. A fé tem de ser acompanhada de coragem. Não podemos deixar estes indivíduos ocuparem o nosso território”, disse.

Recordou ainda que os deslocados em Alua-Sede enfrentam uma situação difícil: “O povo que deixámos lá, em Alua, está a sofrer. Há gente que está a morrer de fome. Deixaram as suas machambas aqui. Por isso, vim planificar convosco o regresso das nossas famílias”.

Por outro lado, Eduardo Abdula apelou ao apoio de toda a comunidade do Posto Administrativo de Chipene, no distrito de Memba, para receber as famílias deslocadas em Alua, no distrito de Eráti, no âmbito do processo de regresso às suas zonas de origem.

Algumas famílias que já regressaram afirmam que o ambiente em Chipene é calmo e favorável para o reinício das suas vidas. No entanto, destacam que a principal dificuldade para o regresso continua a ser a falta de recursos financeiros para custear o transporte até ao posto administrativo.

O governador de Nampula encerrou com um apelo directo à comunidade: coragem, vigilância e denúncia activa de infiltrados, para impedir novos avanços dos grupos armados.

A produtora moçambicana GM Record & Services, empenhada em publicar álbuns discográficos de artistas moçambicanos, vai lançar, neste sábado em Maputo, o seu centésimo trabalho, “Notas por Notas”, num percurso que já soma oito anos.

Curiosamente, o álbum número 100 é do rapper moçambicano Sem Paus, conhecido pela sua trajectória ao lado de Duas Caras no famoso grupo GPro, responsável por revolucionar o hip-hop moçambicano.

Para Sidney Mavie, mais conhecido por DJ Sidney GM, a escolha de Sem Paus para compor o centésimo álbum é mais do que acertada, pois é um artista com créditos firmados no panorama Hip-Hop nacional e por ser um rapper que faz parte da sua geração.  Tal como afirma, “é um privilégio lançar Sem Paus”.

Este trabalho marca o fim de um período que marcou o lançamento de vários artistas no universo discográfico, com especial destaque para os fazedores de hip-hop.

“Depois de uma série de álbuns lançados pela Vidisco, J.B. Record, a história irá cobrar o mérito a G.M Records como a terceira editora em Moçambique, embora esteja baseada especificamente no Hip-Hop”, assume Dj Sidney GM, acrescentando que o principal objectivo neste processo era mostrar que é possível ter maior número de CD’s de Hip-Hop, sendo o estilo que identifica esta produtora.

A ideia preliminar, quando esta aventura discográfica iniciou, era a publicação de 100 álbuns num período de cinco anos. Aliada a isso, havia outros objectivos, mas a pandemia da Covid-19, entre outros problemas, acabou ampliando o tempo. Entretanto, entende Sidney, que foi nesse período que a GM Records atingiu o auge de publicações.

Paralelamente aos lançamentos de artistas, a GM Records desenvolve um projecto autoral de lançamentos de álbuns chamado “Compromisso com as ruas”. A ideia é que a produtora lançasse pelo menos 10 “compromissos”, mas apenas atingiu oito. “Eu acho que é um ganho maior, pois neste número temos ainda um duplo CD”, reconhece.

Nota-se também que a GM Records atinge, com esta publicação, o lançamento de todos os membros da GPro. Foram três trabalhos de Duas Caras (Duditos Way, Djundava e Afromatic) e um de Trez Agah (Hitman) e, agora, é a hora de “Notas por notas”, de Sem Paus, cujo lançamento será neste sábado. 

A GM vai continuar a apostar em projectos performativos, aliado ao facto de a produtora estar a explorar o restaurante Mar à Vista, dando oportunidade aos artistas que já lançaram com a produtora, como forma de alcançarem mais visibilidade; além de dedicar mais tempo a escrever um livro de crónicas sobre Hip-Hop.

Espera-se que no futuro se crie um Museu de Hip-Hop, em que a GM Record & Services esteja mais envolvida na gestão.

O auditório da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane acolhe, na sexta-feira, 28 de novembro, a 1.ª edição do projeto cultural “Conversa Musicada”, uma iniciativa da Agência Criativa Vírgula em parceria com a ECA/UEM. O evento, de entrada gratuita, integra conversas, partilhas artísticas e uma apresentação musical que celebra a criatividade moçambicana e aproxima o público das narrativas locais.

A sessão tem como convidado central o músico e escritor Elcides Carlos, que partilhará episódios da sua vida, percurso profissional e experiências artísticas, especialmente aqueles que marcaram a construção da sua obra, incluindo o seu primeiro álbum Sense of Presence e o livro A mente de um grande guitarrista-um guia de motivação artística.

A conversa será moderada pelo músico Xavier Machiana, numa troca descontraída sobre liberdade, criação, identidade artística e cidadania. A noite contará ainda com a participação especial da banda Eca-Yanga Collective, que acompanhará o musico e escritor Elcides Carlos e  levará ao palco uma performance musical inédita especialmente preparada para esta edição.

O projecto “Conversa Musicada” tem como objectivo valorizar a produção literária e musical moçambicana, promovendo o intercâmbio entre autores, artistas e público, e ampliando o acesso à música e à criação regional. A programação inclui rodas de conversa, lançamentos, sessões de autógrafos, contação de histórias, sarau e apresentações musicais, num ambiente de diálogo e celebração das expressões culturais.

Mais do que um encontro artístico, a iniciativa pretende criar um espaço de reflexão sobre a importância da arte como prática de liberdade e como ferramenta de construção. Será uma noite que une palavra, música e pensamento crítico, convidando o público a experimentar novas formas de escuta e partilha.

A bailarina, coreógrafa e escritora Maria Helena Pinto, uma das figuras centrais da dança contemporânea moçambicana, apresenta no dia 1 de Dezembro de 2025, às 18 horas (hora de Maputo), através de um directo na sua página de Facebook, as suas duas novas obras literárias: “Rugidos do Silêncio” (prosa poética) e “Nudez e Dança” (ensaio). As obras – que saem sob a chancela da Oficina de Textos – estarão disponíveis na Amazon a partir da mesma data.

Com uma carreira marcada pela investigação, criação e docência, e um percurso académico que inclui um doutoramento em Estética, Ciências e Tecnologias das Artes pela Universidade Paris 8, Maria Helena Pinto tem vindo a construir, nos últimos anos, uma presença sólida no campo literário. Estes dois novos livros confirmam essa travessia: uma escritora que parte da dança para pensar a vida, o corpo, o país e as inquietações humanas.

“RUGIDOS DO SILÊNCIO”

Em “Rugidos do Silêncio”, Maria Helena Pinto apresenta uma obra de prosa poética composta por oito núcleos temáticos – Origens, Meu Eu, Mulher, Dialogando, BMWs, Amores, Paixões, Sonhos, Perversidades, o Outro, Nós, Naufrágios, A Cegueira do Poder e O Poder do Divino em Nós. Aborda ainda sobre a desvalorização e a violência contra as mulheres, bem como os sonhos de liberdade enquanto indivíduos e enquanto país, particularmente no contexto moçambicano. Entre poemas e prosas, os textos refletem também vivências e um olhar crítico sobre o nosso comportamento como pessoas e como sociedade.

A apresentação da obra estará a cargo do escritor e jornalista José dos Remédios, com leituras do docente e actor Dadivo José e do actor Ramadan Matusse.

“NUDEZ E DANÇA”

“Nudez e Dança” é um ensaio literário-académico que cruza corpos, povos, culturas, política(s) e olhares sobre o gesto e a exposição. A obra nasce de um percurso de investigação iniciado em 2004, com o projecto fotográfico “Mulher-mãe”, onde a autora explorou a nudez artística a partir da dança, com fotos da autoria de Mauro Pinto.

Dividido em três partes – Povos, Nudez e Dança; Nudez e Criações Artísticas; e Projecto Fotográfico Mulher-mãe – o livro lança questões centrais sobre hegemonias culturais, fronteiras simbólicas e os modos como a nudez se inscreve nas práticas artísticas contemporâneas. “Entre os espaços locais, tradicionais e internacionais, nações e mundialização ou globalização, como a nudez e a/na dança se entrecruzam nos semáforos da própria existência humana? Como ultrapassar as vontades de uns e de outros de hegemonia, de imposições de modelos de existência como seres e corpos que pensam, expressam-se e vivem a nudez/dança de forma distinta do outro?”, lê-se no livro.

As temáticas levantadas visam suscitar “o questionamento de como ultrapassar as lutas, oposições, antagonismos e até mesmo uma certa forma de violência entre seres humanos, derivados de olhares, percepções, posições distintas, para então envolver-se em conjunto, abraçando as diferenças, identidades, pensamentos, práticas, rituais, culturas, tradições, criações artísticas, filosofias, artes opostas, como sendo uma forma de fortalecimento comum entre umas e outras”.

A apresentação desta obra será feita pela docente e actriz Maria Atália.

Reconhecida nacional e internacionalmente, com homenagens recentes do Município de Maputo e da Casa do Artista Kutenga, Maria Helena Pinto é autora de investigações cruciais sobre a dança moçambicana e fundadora de vários projectos estruturantes, como à nível nacional, a criação dos primeiros cursos de Licenciatura e Mestrado em Artes Cénicas na Universidade Pedagógica de Maputo e a Vila Artística Dans’Artes. Como palestrante, ainda este ano, a artista representou Moçambique no maior congresso de Artes Cénicas do Brasil, ABRACE, em Ouro Preto. 

Depois de Ardentes Fragmentos da Vida e Devir(es) Contemporâneos, a coreógrafa reforça agora a sua presença no universo editorial com duas obras que dialogam com as artes, a memória, a crítica e a transcendência de olhares e do corpo.

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