O sector da saúde não vai conseguir cumprir com todas as actividades planificadas para 2018, por insuficiência de dinheiro. Sem avançar o valor em falta, as autoridades garantem que vão priorizar a prestação de cuidados básicos e a aproximação dos hospitais às comunidades.
“Os grandes desafios continuam a ser as doenças infecto-contagiosas, como malária, tuberculose e HIV/Sida, mas também vamos dar atenção às doenças transmissíveis e não transmissíveis que têm surgido. Estamos preocupados com a expansão da rede sanitária, prestação de cuidados básicos e gestão de medicamentos. Então, vamos ter de adequar os poucos recursos que temos disponíveis, por causa do contexto em que nos encontramos, nessas áreas prioritárias”, disse a directora adjunta de Planificação e Cooperação no Ministério da Saúde, Lídia Chongo.
A responsável falava, ontem, em Maputo, durante a 12.ª Reunião Nacional de Planificação do sector da saúde, que juntou especialistas de saúde de todo o país, quadros do ministério da Saúde, directores provinciais, médicos-chefes, chefes das áreas de planificação e estatística, bem como convidados do Ministério da Economia e Finanças.
Embora o combate a doenças como malária e HIV/Sida continue a ser prioridade, as atenções também serão viradas a doenças não transmissíveis, como a hipertensão e cancro.
“Essas doenças tendem a tornar-se comuns no nosso país, daí que não podem ser ignoradas. Queremos tornar acessível a todas as mulheres em idade fértil o acesso ao rastreio dos cancros da mama e do colo do útero, uma vez que quanto mais cedo se faz o diagnóstico, rapidamente se inicia o tratamento”, explicou Chongo.
No ano passado, o sector da saúde reduziu os níveis de mortalidade materno-infantil, mas os níveis de desnutrição crónica continuam a afectar 43 por cento das crianças entre zero e cinco anos.