O caso deu-se no bairro de Murrapaniua, periferia da cidade de Nampula, na última quarta-feira. Tudo começou com o desaparecimento das duas crianças por volta das 16h00, uma de quatro e outra de três anos de idade, ambas de casas vizinhas.
“Chegámos a todos os postos (policiais) e esperámos pelos resultados. Na sexta-feira, por volta das 18h00, estivemos no posto policial de Namitoca e autorizaram-nos a procurar de casa em casa”, explicou Sofia Francisco, familiar da criança de quatro anos.
Quando tiveram autorização da Polícia para procurarem pelas crianças na vizinhança, eis que na manhã de sábado os corpos das duas crianças foram avistados num poço de cerca de um metro e meio, na casa da criança mais velha.
O pai da criança mais nova, Fulgêncio Pires, não encontra explicação para o sucedido. “Nós suspeitamos que as crianças não estiveram longe, estiveram numa casa e, quando as pessoas souberam da vasculha, [tiraram-nas] ”.
O que chama atenção o facto de os chinelos dos dois menores terem sido encontrados no mesmo poço, um dia depois de serem retirados os corpos. Tratando-se de material de borracha, não fica submerso na água, o que levanta a hipótese de terem sido colocados por alguém.
“No dia em que tiraram os corpos das crianças, não havia lá os chinelos”, disse Fulgêncio Pires, tendo avançado que não conseguiu notar se os corpos tinham sinais de violência ou não, dado o choque pelo qual foi tomado ao saber do fim trágico do único filho do jovem casal.
Os Bombeiros é que removeram os corpos, na presença de agentes do SERNIC e, para já, falam de um mero acidente. “Tratou-se de um afogamento, visto que não foi algo propositado. Tratando-se de menores, acredito que as crianças estiveram a brincar e uma delas, acredito que queria tirar água e a segunda acabou por segui-la e ambos caíram naquele poço”, avançou Abílio Chinai, porta-voz dos Bombeiros em Nampula, mas as suas declarações não têm muita sustentação, visto que o poço em causa tem águas turvas e nem sequer se usa para qualquer fim doméstico.
Entretanto, aguardam-se os resultados das autópsias para se apurar as causas da morte.