Uma criança de dois anos morreu por suspeitas de "raiva não especifica" de acordo com a certidão de óbito do Hospital Central de Quelimane. Trata-se de pequeno Josué, mordido por um cão no passado dia dez de Maio no portão da residência dos seus pais, quando se encontrava a brincar.
De acordo com o pai da vítima, Abid Candrinho, no mesmo dia em que foi mordido de imediato dirigiram-se com o menor para serviços de pecuária. De lá foram encaminhados ao Centro de Higiene Ambiental e Exames Médicos (CHAEM) onde o menor foi aplicado uma vacina supostamente antirrábica.
"Deram apenas uma única vacina ao nosso filho e nós na altura questionamos porque só uma quando se diz que a vacina deve ser entre três a cinco vezes de forma faseada", disse o pai referindo que assim que voltaram a casa tratou de ligar para especialistas na matéria, tendo sido informado que a vacina antirrábica não pode ser apenas única dose mas sim três ou cinco.
Abid explicou que foi ao encontro do director do CHAEM para questionar as vezes que se deve apanhar a vacina, e segundo explicou, o responsável referiu que a vacina dada foi dose única e que não havia espaço para mais nada pois a vacina dada ao bebe era suficiente.
Infelizmente um mês depois o pai conta que o seu filho começa a emitir sinais de manifestação da raiva nomeadamente nervosismo, fraqueza e insalivação constante. "O meu filho começou a ficar nervoso facilmente e quem aproximasse tinha tendência de bater, depois começou a espumar na boca, passou a não comer apresentando todos os sintomas possíveis ligados à raiva", disse, explicando que a primeira hipótese da raiva foi proferida por uma veterinária que foi ver o filho que indicou que as manifestações do filho eram de quem já tinha sido contaminado pela raiva.
"Nós os pais que estávamos em constante ligação com o menino estamos em perigo", disse.
Depois da manifestação do filho, os pais levaram a criança ao hospital Central de Quelimane onde esteve interno por uma semana mas infelizmente no dia sete não resistiu e veio a perder a vida. A certidão de óbito passada pelo Hospital Central não deixa dúvidas que o pequeno Josué pode ter morrido por raiva. Por isso o pai do malogrado diz que vai levar o caso à barra da justiça por julgar ter havido negligência por parte do responsável da CHAEM.
A nossa reportagem contactou o director do CHAEM em Quelimane, este mostrou-se indisponível a prestar declarações alegando não estar autorizado pelos seus superiores hierárquicos.