A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) diz que há espaço para outras “medidas excepcionais” do Banco Central para aliviar os impactos da Covid-19 na economia.
Face a propagação do novo Coronavírus, há cerca de duas semanas, o Conselho de Administração do Banco de Moçambique aprovou uma linha de financiamento de 500 milhões de dólares para os bancos comerciais.
Com esta medida, espera-se maior circulação de dinheiro na economia. O crédito terá a duração de nove meses.
Contactada pelo “O País”, a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) entende que há espaço para outras “medidas excepcionais” do Banco Central para aliviar os impactos da Covid-19 na economia.
“Porque nem todos os que efectivamente precisarão de algum apoio para manter ou recuperar as suas actividades terão acesso à linha de financiamento, entendemos que ainda há espaço para outras medidas excepcionais, tanto do lado monetário como fiscal, que poderão ser tomadas conforme a evolução dos factos”, defende a AMB, numa troca de correspondência enviada à nossa redacção.
Sobre as vantagens dessa linha de crédito, a Associação Moçambicana de Bancos entende que vai reduzir o risco de liquidez do sistema bancário e garantir que os bancos continuem a apoiar a economia, através da disponibilidade de moeda estrangeira para financiar as importações de bens e serviços, sobretudo essenciais como alimentos e medicamentos, e para assegurar a concessão de crédito, que já está sendo negativamente afectada pelo impacto da Covid-19.
Mas observa: “É preciso notar que o acesso à essa linha por parte de empresas está sujeita à observância de critérios de elegibilidade que nem todas as empresas poderão reunir”.
Concluído, que neste momento, o maior risco para o sistema financeiro nacional é o declínio da actividade económica, que afectará a capacidade das empresas e particulares efectuarem o serviço de dívida dentro dos prazos, o que resultará num aumento dos níveis de crédito mal parado, com impacto negativo sobre a posição de capital e de liquidez do sistema bancário.
De salientar, que o Banco de Moçambique decidiu ainda autorizar a não constituição de provisões adicionais pelas instituições de crédito e sociedades financeiras nos casos de renegociação dos termos e condições dos empréstimos, antes do seu vencimento, para os clientes afectados pela pandemia da Covid-19, com efeitos até 31 de Dezembro de 2020.
Estas medidas reforçam as decisões anteriormente tomadas e visam disponibilizar liquidez em moeda estrangeira e em moeda nacional para apoiar as empresas e as famílias a honrarem os seus compromissos, na sequência do agravamento dos riscos decorrentes dos impactos macroeconómicos do novo Coronavírus.