O sector da aviação civil no mundo inteiro é dos mais afectados pela COVID-19. E os 19 aeroportos existentes no país já não recebem voos internacionais com excepção do Aeroporto Internacional de Maputo que recebe ainda três voos da Etiópia Airlines por semana. E com o cancelamento de voos e o encerramento de fronteiras é hora de contabilizar os prejuízos.
O Administrador Saíde Júnior do pelouro de Administração, finanças e marketing em entrevista ao Jornal "O País" fez saber que com o encerramento das fronteiras de alguns países e restrição de viagens bem como o encerramento de lojas no recinto dos Aeroportos de Moçambique o impacto está a ser negativo para as contas da empresa.
"De Janeiro a Fevereiro não sofremos de forma brutal, mas em Março, principalmente na segunda semana acabamos sendo afectados. E só em Março tivemos um prejuízo de cerca de 2 milhões de dólares.
Saíde Júnior disse ainda que a administração da empresa já tem desenhado três cenários neste embate económico causado pelo novo Coronavírus.
“Prevemos que se esta situação prevalecer assim as consequências financeiras serão muito mais altas e nos nossos cenários desenhamos três cenários sendo o mais pessimista que durará três meses que a LAM e a Etiópia vão continuar a operar no mercado doméstico a uma demanda de 50% e aí o impacto financeiro da empresa por mês rondará a 3 milhões de dólares”.
Num cenário aceitável achamos que seis meses era um período aceitável, e durante esse período a Ethiopian e a LAM que são as principais companhias áreas vão continuar a fazer voos domésticos e as companhias internacionais principalmente a TAP, A SAA e a Ethiopian Kenya Airways vão retomar timidamente e o impacto financeiro da empresa será de uma perda de 1800 mil dólares mês.
E o cenário optimista será mais ou menos de três meses e aqui pouco a pouco as companheiras aéreas retomam e retomando então, achamos que em três meses teremos um impacto financeiro de 12000 dólares de perda por mês".
Este sábado, assistiu-se a um processo de desinfeção das terminais domésticas e internacionais, o terminal de carga incluindo a parte externa do aeroporto internacional de Maputo, como forma de prevenir a propagação da pandemia. A acção de desinfeção acontece numa parceria entre a empresa Aeroportos de Moçambique e a Lin Limpeza. O gestor desta ultima entidade, Lineu Candeeiro explica a incidência de desinfeção pelos aeroportos.
"Esta acção na medida em que temos alguém que vem infectado toca em algum ponto, nós passamos para desinfetar estes espaços todos. Então as pessoas que fazem a desinfecção de espaços como aeroportos devem estar devidamente equipados e usar o material apropriado.
A empresa aeroportos de Moçambique conta actualmente com 850 trabalhadores a nível nacional e o administrador da empresa garante que ninguém será despedido.