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O Costa do Sol já conhece o seu adversário para a pré-eliminatória de acesso a fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos e já trabalha para ultrapassar esta etapa. Ainda assim, consideram que o Platinum FC do Zimbabwe está ao seu alcance, tendo em conta que também não realiza nenhuma partida desde Março último

É a primeira reacção do conjunto “canarinho” ao sorteio da fase a eliminar da Liga dos Campeões africanos, realizado na passada segunda-feira, depois de saber que o primeiro adversário é o Platinum FC do Zimbabwe.

Artur Faria, director desportivo da colectividade, disse que este é um adversário que está ao alcance do campeão nacional. “Parece um adversário perfeitamente ao nosso alcance e vamos trabalhar para alcançar os objectivos que nos propusemos, que passam por passar esta eliminatória e para tal faremos de tudo para passar” garantiu Faria.

Ademais, Faria disse que facilita o facto de já ter visto a equipa zimbabweana a jogar, em 2018, diante da União Desportiva de Songo, numa das eliminatória da Liga dos Campeões, naquele que considera de “jogo estranho”, pelo agregado da mesma, onde o Platinum afastou os “hidroeléctricos” por 5-2, depois de vitória a tangente em Harare e goleada de 2-4, em Maputo, quando os moçambicanos saíram da primeira parte a vencer por duas bolas sem resposta.

Artur Faria diz mesmo que “não é fácil termos informação sobre o adversário porque, conforme sabem, o campeonato deles também ainda não começou e estão na mesma situação que nós. O último jogo deles foi em Março, tal como o nosso ultimo jogo, e como tal temos que confiar somente em nós e acreditar que podemos cumprir a nossa missão”.

Mas não será uma eliminatória fácil, tal como reconhece o director desportivo dos “canarinhos”, não só por não conhecer o adversário, actualmente, mas porque o conjunto moçambicano está com défice de jogadores, alguns em representação das seleções nacionais e outros por lesão. “Estamos a trabalhar como podemos porque temos oito atletas nas selecções nacionais, quer a principal, quer nos sub-20, temos três indisponíveis (Manucho e Nilton lesionados e um atleta que está em, quarentena depois do teste da COVID-19 ter dado positivo), os estrangeiros que só chegam esta semana, então, não é fácil. O plantel está incompleto, mas sabemos que este é um ano atípico, mas esperamos que até lá todos os jogadores estejam já disponíveis para poderes dar seu contributo a equipa”, disse Artur Faria em reacção ao sorteio e ao adversário na pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões africanos de futebol.

Os “canarinhos” jogam a primeira mão entre os dias 27 a 29 de Novembro, em Maputo, e 4 a 6 de dezembro, para a segunda mão, em Harare.

“HIDROELÉCTRICOS” SÓ ENTRAM EM CENA NA PRIMEIRA MÃO

Outro representante moçambicano nas competições africanas de clubes, a União Desportiva de Songo, nomeadamente na Taça CAF, também conhecida por Taça Nelson Mandela, só entra em cena na segunda fase, ou seja, na primeira eliminatória. De acordo com o sorteio realizado na segunda-feira, os “hidroeléctricos” vão defrontar a equipa que sairá do confronto da ronda preliminar entre o Ngazi Club (das Ilhas Comores) e NAPSA Stars (da Zâmbia).

A primeira mão dessa eliminatória que vai envolver o vencedor da Taça de Moçambique está agendada para ter lugar entre os dias 22 e 23 de Dezembro e a segunda mão está marcada para os dias 5 e 6 de Janeiro de 2021.

Mais cinco pessoas morreram por Coronavírus na cidade de Maputo, onde já há 79 dos 104 óbitos no país, devido à mesma doença. A informação foi anunciada esta quarta-feira pelo Ministério da Saúde, ajuntando que 211 pacientes recuperam e 99 testaram positivo.

Das cinco vítimas mortais, todas de nacionalidade moçambicana, há quatro homens e uma mulher. Esta tinha 68 anos de idade e aqueles entre 58 e 74 anos.

Os doentes estavam internados em diferentes hospitais da capital moçambicana e as mortes aconteceram nos dias 09 e 11 de Novembro em curso.

As autoridades de saúde reportam um cumulativo de 525 doentes internados por conta do novo Coronavírus, 52 dos quais ainda acamados. O grosso encontra-se na cidade de Maputo.

“Os pacientes internados padecem de patologias crónicas diversas, sendo que as mais frequentes são a hipertensão arterial e as diabetes”, diz o Ministério da Saúde, em nota enviada ao “O País”.

Segundo o documento, mais 211 pacientes estão “totalmente recuperados da COVID-19”. Entre eles, 160 são da província de Maputo, 24 da capital do país, 13 em Sofala, oito no Niassa e seis em Inhambane.

Assim, o país tem 11.959 (85.5%) pessoas livres do vírus e 1.924 ainda infectadas.

De terça para quarta-feira, mais 99 cidadãos entraram para a lista dos pacientes com COVID-19, o que fez com que o total aumentasse para 13.991, desde Março último. Destes, 13.687casos são de transmissão local e 304 importados.

“Os pacientes positivos para a COVID-19 seguidos no domicílio, devem vigiar os sinais de gravidade da doença, tais como: febre persistente, falta de ar, alterações do estado de consciência”, apela o Ministério da Saúde.

Em Moçambique existe um cumulativo de 2.956.543 pessoas rastreadas para a COVID-19 nos diferentes pontos de entrada. Destas, 53.162 foram submetidas à quarentena domiciliária.

Neste momento, 7.175 pessoas observam ainda a quarentena domiciliária 2.975contactos de casos positivos estão em seguimento.

Há menos de dois meses para o fim do ano, o Parlamento aprovou em definitivo o Orçamento Rectificativo. Um orçamento que opõe as bancadas da Assembleia da República, porquanto a Renamo diz não fazer sentido que não se tenha apresentado antes a execução orçamental e o MDM diz haver irracionalidade na distribuição do dinheiro. A Frelimo, que viabilizou a aprovação, entende ter havido adversidades que justificam a revisão.

As despesas previstas para este este ano disparam para mais de 374 biliões de meticais, tendo havido mais 28 biliões de meticais em relação ao orçamento inicial.

A Frelimo diz que o país foi assolado por adversidades imprevistas que deitaram abaixo os planos feitos, com destaque para a COVID-19.

Porém, lembre-se, esta doença é gerida com base nos 700 milhões de dólares que o Executivo disse serem necessários e que já conseguiu encaixar mais da metade da verba, vinda de parceiros.

“Ninguém previa os efeitos nefastos e devastadores sobre a economia e a vida social causados pelo Coronavírus, pelas acções protagonizadas pelos terroristas na província de Cabo Delgado e pelos homens armados da Renamo nas províncias de Manica e Sofala”, argumenta Sábado Chombe, membro da bancada da Frelimo, acrescentando que “votamos a favor porque (o orçamento rectificativo) vai permitir que o Governo da Frelimo continue a prover serviços, a construir mais escolas, mais hospitais, mais estradas e pontes, entre outros, e minimizar os impactos do novo Coronavírus na economia e na sociedade”.

O Orçamento Rectificativo ora aprovado não foi antecedido pela apresentação de um relatório de execução orçamental pelo Executivo, segundo o porta-voz da bancada da Renamo. “Primeiro é mostrar como gastou o dinheiro público, o que fez, como fez, onde fez e, aí sim, teria lugar o pedido à Assembleia da República para terminar o projecto”, defende Arnaldo Chalaua, realçando que este é o princípio básico financeiro e contabilisticamente recomendável.

O MDM entende haver irracionalidade na distribuição dos recursos previstos no Orçamento Rectificativo.

“Com este orçamento, o Governo vai continuar a injectar recursos financeiros em empresas deficitárias, ao invés de pensar numa estratégia menos onerosa para o Estado”, argumenta e acrescenta que “empresas claramente falidas vão continuar a receber milhões e milhões de meticais, num claro esbanjamento de recursos públicos”.

Ainda esta quarta-feira, a Assembleia da República aprovou as ractificações de acordos sobre extradição e sobre transferência de condenados entre Moçambique e Vietname e entre Moçambique e Maurícias. A Lei sobre a perda de bens e recuperação de activos é o outro instrumento aprovado pelos deputados. Todos estes intsrumentos foram aprovados por consenso e na especialidade.

Foi durante uma cerimónia de homenagem aos profissionais que se têm destacado na luta contra a COVID-19 em Angola, realizada na terça-feira, que o Chefe de Estado, João Lourenço, criticou a quem “só pensa em tirar proveito político da COVID-19”.

“À semelhança do que ocorre com a generalidade dos países”, Angola enfrenta “uma crise sanitária profunda que a todos impõe sacrifícios para salvaguarda da nossa vida colectiva. Há, no entanto, quem procure tirar proveito político de uma situação que ocorre ao mesmo tempo em todo o mundo e que, portanto, não foi criada pela boa ou má actuação dos governos”, condenou João Lourenço, citado pelo Notícias ao Minuto.

Sem qualquer menção directa à manifestação contra o desemprego desta quarta-feira, segundo a fonte, João Lourenço afastou a responsabilidade pelos números que não param de aumentar.

Segundo o Notícias ao Minuto, que cita o Instituto Nacional de Estatística de Angola, no terceiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego no país subiu para os 34%, uma evolução “marcada, pelo impacto da pandemia”.

A cidade de Maputo, onde se registou o primeiro paciente com o novo Coronavírus e o terceiro local com transmissão comunitária do mesmo, em Moçambique, assinalou terça-feira 133 anos de elevação à categoria de urbe. Além da pandemia, a metrópole debate-se com a precariedade do saneamento do meio, desordenamento territorial e vários outros problemas cuja solução não se vislumbra a curto prazo.

A 22 de Março deste ano, as autoridades sanitárias revelaram a primeira pessoa com COVID-19 no país, precisamente na cidade de Maputo, onde actualmente há 7.044 casos, dos quais 5.576 recuperados e 1.314 activos. De repetente, a propagação do vírus intensificou e os alarmes soaram, com maior preocupação em relação aos bairros periféricos, onde as condições de saúde e higiene são precárias.

Os becos, alguns sem saída, as casas de chapas de zinco, o grosso delas encostadas umas às outras, fazem parte da imagem que actualmente caracteriza a capital moçambicana. Perante esta precariedade de salubridade, mormente nas zonas periféricas, alguns munícipes julgam que estão mais expostos à COVID-19.

“Lavar sempre as mãos com cinza ou sabão, usar sempre a máscara, ficar um metro e meio de distância em relação a outras pessoas”, conforme mencionou Jossila Manguele, residente no bairro Chamanculo, seria o ideal, mas a realidade prova outra coisa.

Aliás, além de as casas estarem bem próximas umas das outras, os residentes de Chamanculo partilham um pouco de tudo, incluindo as casas de banho.

“Somos cerca de 11 famílias que partilham a mesma casa de banho, na qual estando por dentro é muito difícil ficar confortável. Isso acontece porque no Chamanculo vivemos de qualquer maneira” sem privacidade total, descreveu Elisa João, moradora do bairro Chamanculo, cidade de Maputo. Ela receia que a COVID-19 se propague devido à escassez ou falta de meios de prevenção.

Os moradores do bairro da Maxaquene também enfrentam problemas similares. No que à COVID-19 diz respeito, Julieta Mahumane, residente, disse que não tinha recursos para comprar meios de prevenção. Segundo as suas palavras, nunca recebeu sabão, baldes e máscaras que cobrem o nariz a boca para ela e a família estarem protegidas do novo Coronavírus.

“Nós estamos expostos” mas as autoridades municipais não dão atenção a esta vulnerabilidade à COVID-19, considerou Julieta Mahumane.

Com carrinha na mão e balde à cabeça, os residentes de Maxaquene fazem um exercício já bastante antigo, para buscar água numa fontanária próxima de suas residências. O problema agravou-se com o surto da COVID-19.

“Temos que lavar as mãos todo o momento”, conforme a recomendação da Saúde. Entretanto, “para fazermos isso é preciso ter água. Precisamos dela também para banho, cozinhar” e outras necessidades, de acordo com Rosa Tomás, moradora de Maxaquene.

À entrada do mercado do Peixe, na cidade de Maputo, tem um ponto de lavagem das mãos. O nível de limpeza é impecável, os vendedores cumpre o distanciamento físico recomendado, o movimento de clientes é dos mais baixos na capital mas aquele é, curiosamente, o mercado mais exposto à COVID-19, segundo dados do inquérito sero-epidemiológico realizado pelo Instituto Nacional de Saúde.

Reagindo a esta informação, Maria Gulamo, vendedeira naquele mercado, considerou não ser verdade. “Nunca houve uma pessoa infectada ou suspeita [de estar infectada pela COVID-19] no nosso mercado”.

Mesmo desmentindo o nível de exposição do mercado ao novo Coronavírus, não é muito raro ver, por lá, alguns comportamentos de risco. Alguns utentes e vendedores não usam máscaras ou o fazem de forma incorrecta. E não é por desconhecimento de regras.

Armando Massango, outro vendedor no mercado do Peixe, disse que se lava sempre as mãos. O cliente que lá se faz sem a máscara de protecção da boca do nariz não é atendido.

Já no mercado de Xipamanine, o que se observa é uma autêntica exposição ao novo Coronavírus. Os vendedores, compradores, cobradores e motoristas de chapas ignoram o uso da máscara.

Naquele mercado, a preocupação é mesmo com o comércio, ainda que os números sobre as infecções e mortes por COVID-19 sugiram preocupação na capital do país, ora com 7.044 casos, dos quais 5.576 recuperados.

Ainda que se tenha iniciado o processo de reorganização dos mercados na capital do país, o comércio, sobretudo o informal, parece estar mais descontrolado do que nunca e o novo Coronavírus pode estar a circular entre os vendedores.

“Não concordo que Xipamanine seja o mercado mais exposto [COVID-19] porque quando vamos fazer testes rápidos nunca temos resultados”, disse Inácio Maceda, um dos vendedores no mercado Xipamanine.

Inácio Maceda talvez também não concorde porque segue as medidas de prevenção da COVID-19, segundo disse: uso da máscara e lavagem constante das mãos, por exemplo.

A cidade de Maputo a porta de entrada do novo Coronavírus no país. O Instituto Nacional de Saúde aponta alguns elementos que explicam a contaminação e rápida propagação do vírus: a densidade populacional, a mobilidade e o comércio.

“A cidade de Maputo é a que tem maior densidade populacional, no país, com cerca de 3.245 habitantes por quilómetros quadrado. Esta concentração de pessoas numa determinada área facilita a transmissão do vírus respiratórios e o novo Coronavírus é um deles”, começou por explicar Ivalda Macicame, delegada daquela instituição de saúde.

Outro elemento apontado pelo nosso interlocutor é a mobilidade que, de acordo com ela, faz com que, diariamente, milhares de pessoas movimentem-se entre os diferentes distritos municipais e bairros da cidade de Maputo.

“Esta mobilidade ou o fluxo de pessoas é heterogéneo, ou seja, as pessoas não se deslocam de uma área específica para outra específica, mas sim de todas as áreas” para todos os lugares e “isto pode, naturalmente, contribuir para a transmissão do Coronavírus”.

O fluxo do comércio formal assim como informal é, no entender do INS, igualmente, um factor que contribui para a rápida transmissão da doença na medida em que “esta actividade permite maior contacto entre as pessoas e uma maior mobilidade, também, associada ao alto risco de transmissão do novo Coronavírus”.

Ainda que o risco de transmissão do novo Coronavírus seja alto na cidade de Maputo, o Instituto Nacional de Saúde considera prematura falar-se de um lockdown na capital do país porque a doença está, minimamente, controlada.

“É importante percebermos que o lockdown, embora possa ajudar, a controlar a transmissão e propagação do novo Coronavírus, ele também traz consequência e estas, particularmente, se fazem sentir a nível sócio-económico por isso devem ser, cuidadosamente, acauteladas. No caso específico de Moçambique, até ao momento, a pandemia não justifica a implementação de um lockdown”, concluiu Ivalda Macicame.

A Direcção da Saúde na cidade de Maputo reconhece que os números em relação à COVID-19 têm sido assustadores, uma vez que aumentam a cada dia. Mas depois da divulgação dos dados do inquérito sero-epidemiológico, houve acções desenvolvidas para conter a propagação do vírus.

“Houve necessidade de se fazer a fiscalização do uso dos meios de prevenção que são a máscara por todos os vendedores dos mercados e garantir que, à entrada os clientes usem, obrigatoriamente, a máscara, lavem as mãos, houve colocação de dispensadores de álcool nas bancas, distanciamento entre os vendedores e acreditamos que há medição da temperatura à entrada nos mercados”, arrolou a responsável da Direcção da Saúde na Cidade de Maputo.

Outro problema para que a capital moçambicana tenha mais casos da COVID-19 é a escassez de transporte, o que faz com que, não poucas vezes, os passageiros sejam transportados numa situação de autêntica exposição ao novo Coronavírus.

“Tem-se feito um esforço para ver que medidas é que podem ser tomadas para que se ultrapasse isso. No entanto, enquanto isso não acontece, temos, em todas os terminais, pontos para a lavagem das mãos dos passageiros, nos transportes é obrigatório o uso da máscara, independentemente da hora”, avançou Vanda Divinia.

Por outro lado, a fonte reconhece que algumas medidas de distanciamento físico entre as pessoas, sobretudo em espaços públicos onde haja aglomeração, estão a ser rejeitadas pelos transportadores. Mas assegurou haver fiscalização.

Enquanto as situações consideradas de risco e que propiciam a propagação da COVID-19 não são resolvidas, as autoridades apelam para o comportamento responsável de modo a garantir que pandemia seja estancada.

A Renamo e MDM na Assembleia Municipal da cidade de Maputo dizem não ver o “assinalável crescimento da urbe” apregoado pela Frelimo. As duas bancadas dizem que nos 133 anos da capital do país, a problemática dos transportes e a pobreza urbana continuam marcantes.

Cento e trinta e três anos da cidade de Maputo, vistos sob espectro crítico pelas duas bancadas da oposição na Assembleia Municipal da cidade de Maputo:

“Vejo com muita angústia o desenvolvimento da cidade de Maputo. Os problemas são cíclicos. Há muitos problemas que já são conhecidos e que veem desde os anteriores edis que nada fizeram. São 133 anos, mas tudo o que se vê é uma lástima”, lamenta Manuel Massunge, da bancada da Renamo.

“Os nossos autocarros são poucos. E mesmo com os poucos que existem a manutenção é deficiente. Quando um autocarro avaria não é concertado e causa grandes transtornos”, acrescenta.

Entretanto, não é só o transporte que é apontando como um desafio na maior cidade do país. A falta de emprego e a criminalidade constam também do rol de problemas apontados pelo MDM.

Augusto Mbazo, membro da Assembleia Municipal pelo partido, diz não se justificar que os níveis de criminalidade estejam a aumentar na urbe, sobretudo à luz do dia e nas principais avenidas.

“Os jovens já perderam a esperança de conseguir emprego, por falta de projectos concretos”, afirma Mbazo, para quem não faz sentido que na cidade, cerca de 80 por cento da população viva na extrema pobreza. “Não estamos satisfeitos nem com o nível e nem com a forma de desenvolvimento da capital”, assinala.

FRELIMO COM LEITURA OPTIMISTA

Enquanto a oposição faz uma leitura deplorável sobre o actual cenário da capital nos diversos aspectos, a Frelimo, partido que gere a urbe, reconhece que muitos são os desafios e neste momento a COVID-19 é o maior.

“Neste momento o município tem estado a desdobrar-se a todos níveis, no sentido de procurar a prevenção, bem como criar medidas para que a COVID-19 não se propague nos níveis em que verificamos hoje”, expressa Francisco Sumbana.

Conforme avança Sumbana, com a pandemia da COVID-19 que veio agravar a problemática da mobilidade na cidade, o município tem trabalhado para melhorar as infraestruturas, meios de transportes e vias de acesso para que as pessoas possam se movimentar de forma segura e confortável.

“O programa que foi estabelecido para este quinquénio tomou isto como matéria crucial e já está a se trabalhar no sentido de criar condições para que haja melhor mobilidade”, diz, mas lamenta, igualmente, “a falta de recursos financeiros, para a materialização urgente dos planos”.

As autoridades de saúde registaram mais 69 pessoas diagnosticadas com a COVID-19 e outras 89 recuperadas, entre segunda e terça-feira. Dos 13.892 infectados, desde Março último no país, 84.6% já estão livres do vírus, indica o Ministério da Saúde, em comunicado enviado ao “O País”.

Dos 89 recuperados da COVID-19 – dos quais 87 moçambicanos e dois estrangeiros – 84 são da cidade de Maputo e cinco na província de Nampula. Assim, o país conta com 11.748 pessoas livres do novo Coronavírus.

No mesmo comunicado, o Ministério da Saúde indica que mais 69 pessoas testaram positivo para o novo Coronavírus em Moçambique, sendo 66 moçambicanos e três estrangeiros (de nacionalidade sul-africana, nepalesa e libanesa). Todas as novas infecções resultaram de transmissão local.

A cidade de Maputo continua com maior número de pacientes e óbitos no país.

Deste modo, o cumulativo de pessoas com COVID-19 é de 13.892. Destes, 13.588 são de transmissão local e 304 importados.

Existem 2.041 pessoas ainda com Coronavírus em Moçambique. As mortes mantêm-se em 99, dos quais 74 na capital do país.

Ainda no país há um cumulativo de 520 pacientes internados, dos quais 55 ainda a lutar pela vida nos centros de internamento para pessoas com COVID-19 e em outros hospitais.

Grande parte dos pacientes “padece de patologias crónicas diversas, sendo que as mais frequentes são a hipertensão e as diabetes”, esclarece o Ministério da Saúde.

A instituição lamenta o facto de o grosso dos pacientes com “critérios de internamento” chegarem aos hospitais em fase avançada da doença, o que “torna difícil reverter o cenário”.

Segundo explica, pacientes com diabetes, hipertensão arterial, câncer, HIV, tuberculose, por exemplo, “devem continuar a ir às consultas de rotina de acordo com a orientação dos serviços de saúde e dirigirem-se” ao sector de urgência em caso de agravamento de sintomas.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional (CTESTP) desafia a comunidade académica e científica a encontrar soluções para os problemas que apoquentam a sociedade, dos quais a COVID-19. Gabriel Salimo diz que a sociedade precisa de uma ciência “mais humanizada e direcionada a resolver problemas”.

O governante, que falava na província de Maputo, numa cerimónia alusiva ao Dia Mundial da Ciência pela Paz e Desenvolvimento, disse que a efeméride é celebrada numa altura em que Moçambique e o mundo são assolados pela pandemia do novo Coronavírus. Neste contexto, os trabalhos da ciência devem estar orientados para ajudar as comunidades a lidarem com pandemia.

No evento houve premiação de instituições públicas, privadas, investigadores e estudantes cuja contribuição na ciência foi útil para o desenvolvimento das comunidades.

Houve igualmente a exibição de diversos resultados de investigações em curso no país. Um dos exemplos foi um produto feito à base do óleo de eucalipto, para combater a tosse. Espera-se que a mesma solução seja usada, futuramente, para combater a COVID-19, após passar por experiências de aperfeiçoamento.

“Alguns estudos podem ser desenvolvidos” para se apurar se o produto feito à base do óleo de eucalipto “tem algum efeito antiviral” de modo a” ser muito útil para o combate à COVID-19”, disse José Mazuze, investigador e farmacêutico do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Etnobotânica de Namaacha.

Por seu turno, a secretária de Estado da província de Maputo, Vitória Diogo, destacou a contribuição que a ciência deve dar para à sua jurisdição e ao país para resolver problemas concretos com que a sociedade se debate.

O Dia Mundial da Ciência pela Paz e Desenvolvimento é comemorado a 10 de Novembro e este ano sob lema “Ciência para e com a sociedade, ao lidar com a COVID-19”.

 

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou na segunda-feira que decidiu interromper os ensaio clínico da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, contra o novo Coronavírus, após um “incidente grave “ocorrido no dia 29 de Outubro.

Em comunicado, citado pelo Notícias ao Minuto, Anvisa não deu mais detalhes sobre o ocorrido, mas indicou que este tipo de incidentes inclui morte, efeitos secundários potencialmente fatais, incapacidade ou invalidez persistente ou significativa, hospitalização ou outro “evento clinicamente significativo”.

“Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado”, precisou a Anvisa, acrescentando que vai “avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco ou benefício da continuidade” dos testes.

De acordo com a CCTV+, que também cita o comunicado da Anvisa, a suspensão do ensaio clínico da Coronavac, que envolve nove mil voluntários, ocorreu no mesmo dia em que a gigante farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a sua vacina contra o Coronavírus alcançou 90% de eficácia nos testes.

As vacinas candidatas da Pfizer e Sinovac estão em ensaios da fase 3, a última fase antes de receberem aprovação regulamentar.

Além do Brasil, o segundo país mais afectado pela pandemia, com mais de 162.000 mortes, a CoronaVac está igualmente a ser testada na China, Turquia, Bangladesh e Indonésia.

Laboratório chinês confiante na Coronavac apesar da suspensão do ensaio clínico

O laboratório chinês Sinovac Biotech diz estar confiante na segurança da sua vacina experimental contra a COVID-19, apesar da suspensão de um ensaio clínico no Brasil após um “incidente grave” com um voluntário, escreve a CCTV+.

“Estamos confiantes na segurança da vacina”, disse a Sinovac em comunicado, citado pela agência de notícias CCTV+, afirmando que o incidente em questão “não está relacionado” com a vacina.

Segundo a CCTV+, órgão público que coordena os testes de vacinas no Brasil, o Instituto Butantan, disse que ficou “surpreendido” com a decisão e dará, ainda hoje, uma conferência de imprensa às 14:00 (hora local).

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