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Cerca de 140 grupos sociais e de caridade pedem ao FMI, Banco Mundial, G20 e outras instituições credoras que parem de cobrar dívidas aos países pobres. O pedido visa permitir que os países endividados tenham mais recursos para combater a pandemia.

A luta contra a pandemia COVID-19 tem exigido muitos recursos financeiros a vários países, gerando grande pressão económica, sobretudo em nações africanas pobres. Em gesto de solidariedade, aproximadamente 140 grupos sociais e de caridade iniciaram uma campanha encabeçada por Jubilee Debt Campaign que visa apelar aos grupos credores como FMI, Banco Mundial, G20 e outras instituições privadas para cancelarem a cobrança de dívidas aos 69 países mais pobres.

A campanha estima que cerca de 25 biliões de dólares poderiam ser poupados nos países pobres, se os credores não cobrassem dívidas este ano e 50 biliões de dólares seriam conservados se não se cobrassem dívidas no ano 2021.

Alguns países desenvolvidos têm avançado com o perdão das dívidas dos países pobres, entretanto, a China, que é o maior credor para África, ainda não se decidiu, mas pondera alongar o prazo da cobrança, de acordo com a Reuters.

O FMI tem disponíveis 50 biliões de dólares para empréstimo e o Banco Mundial dispõe de 14 biliões de dólares. Cerca de 90 países já começaram a aderir aos empréstimos.

 

Há condições propícias para a propagação do novo coronavírus no hospital distrital de Nicoadala, província da Zambézia. Sucede que os doentes que procuram por aqueles serviços não estão a obedecer o distanciamento de um metro tal como está preconizado no decreto do Estado de Emergência em vigor no país.

Manhã desta quarta-feira a enchente de pacientes naquele hospital era tanta que não observava o aglomerado não superior de 10 pessoas. O facto ocorria sob olhar impávido das autoridades responsáveis pela gestão do hospital. Os técnicos uns com máscaras, outros não, outros com e sem luvas para prevenção da covid-19 e outras doenças, desempenhavam as suas funções normalmente como se o país não estivesse no Estado de Emergência face à pandemia.

 

A médica chefe distrital da saúde ao nível do distrito de Nicoadala, Dália Hussene, referiu que em cada sector, os profissionais estão devidamente informado sobre o distanciamento que se deve observar por cada paciente. "Nós também já criamos local próprio para atendimento de pacientes que apresentam tosses", disse contrariando a imagem verificada no local. 

 

A Participação da mulher em várias esferas da vida tem sido notário nos últimos anos. A cada ano que passa a mulher vai quebrando barreiras vai-se firmando e conseguindo a sua independência financeira. Contudo a propagação do novo Coronavírus pode comprometer as conquistas alcançadas.

As mulheres constituem economicamente a população mais activa tanto na zona urbana como rural. Celeste Dilane faz parte das estatísticas que mostram o domínio da mulher no sector informal.

Se nos anos passados, a mesma mulher permanecia invisível relegado ao papel de dona de casa, mãe, esposa, procriadora, hoje elas estão a sair às ruas e tomando a dianteira e consciência do seu papel na sociedade. É o exemplo da taxista Jorcelea Sabino, de 42 anos.

Apesar de estar apaixonado pelo trabalho, reconhece não ser fácil ser mulher taxista. O coronavírus também está comprometer este trabalho, o número de procura por este serviço reduziu drasticamente.

Mais o 7 de Abril não é só de enfermeiras, taxistas, floristas,… é de todas mulheres que transformam as suas dificuldades em oportunidades, que lutam e vão atrás dos seus sonhos.

O isolamento social devido a prevenção do coronavírus está condicionar as festividades do dia da mulher. Nas lojas vocacionadas a venda de capulanas o movimento reduziu.

Ainda assim as mulheres, não dispensam as tradicionais capulanas que com ou sem festa serão traje principal do dia.

O 7 de Abril surgiu em 1971 em homenagem a Josina Machel, heroína pelo seu papel activo na luta pela emancipação da mulher

 

A Nova Texmoque deu férias de um mês aos mais de 100 trabalhadores por conta do Coronavírus, e viu todas encomendas de capulanas a serem canceladas. Por enquanto, estão assegurados os salários, mas se a crise se prolongar o cenário pode ser imprevisível.

O ambiente contrasta com o normal daquela indústria têxtil, onde normalmente, por estas alturas do ano trabalha-se sem parar para responder à demanda. A Nova Teximoque está localizada em Nampula e é a única fábrica de produção de capulanas no país.

No sector de produção operam mais de 100 trabalhadores. Tratando-se de um sítio fechado, sem muita ventilação, a direcção da empresa preferiu dispensar os trabalhadores, enquanto estiver em vigor o período de emergência nacional, para evitar qualquer risco de propagação do Coronavírus.

“Muita perca para nós porque estamos a preparar salários para pessoas que não trabalharam, numa altura em que a empresa não está a produção. Estamos a somar prejuízos enormes”, disse Hélio Mesa, da área administrativa da Nova Texmoque.

Os prejuízos são enormes, ainda que a empresa prefira não quantificar…por ser a única fábrica de capulanas recebe encomendas de todas as partes do país. De um momento para o outro, tudo foi cancela. O último cancelamento foi de seis mil capulanas, esta semana.

“O cancelamento tem fundamento porque a capulana serve para acções de massa. As pessoas comprar a capulana para festas, e já não temos festas. Então, não há lugar para a compra de capulanas e também não podemos produzir para deixar no armazém”, disse.

Tudo parou. Os dias tornaram-se estranhos, revelando o impacto de uma crise que afecta a todos, mas pode pesar mais para uns que têm mais responsabilidades sobre os outros.
O Conselho Empresarial de Nampula não tem ainda informação sistematizada sobre as indústrias e empresas que fecharam as portas por causa da COVID-19. 

 

Continuam 10 casos registados de COVID-19 no país. De ontem para hoje, foram feitos 57 testes e todos deram negativo. No mundo fora, as mortes e infecções continuam a testar a capacidade de lidar com esta pandemia

No global, já foram testados em Moçambique 424 casos suspeitos desde que a pandemia começou. Para já, há 33 amostras recolhidas em Cabo Delgado, dos contactos tidos com um dos 10 infectados que esteve naquele ponto a trabalho. Os resultados serão conhecidos amanhã. As autoridades da saúde esperam que até sexta-feira seja conhecido o estado de todas as pessoas com o infectado em alusão manteve contacto.

Enquanto isso, no global há 124 pessoas a serem acompanhadas por terem mantido contacto com todos os 10 infectados.

“Dos 139 contactos que estavam em seguimento, 15 já cumpriram os 14 dias de quarentena e não desenvolveram nenhuma sintomatologia. Portanto, actualmente contamos com 124 contactos em acompanhamento”, explica Rosa Marlene, directora Nacional de Saúde Pública.

Enquanto em Moçambique os números são estáticos, África e o mundo continuam a ser palcos de mortes e novas infecções.

“Até as 09horas de hoje, foram registados 1 348 404 casos. Deste número, 73 437 casos foram registados nas últimas 24 horas. O total de óbitos é de 74 795”, detalha, para depois explicar que do global de infectados há 286 512 recuperados da COVID-19.

“No nosso continente tinha sido registados um total de 10 075 casos, com 487 óbitos”. Dos casos registados em África há 913 pessoas recuperadas da doença.

E a grande discussão agora em relação ao uso de máscaras, tema que não encontra consenso a nível mundial.

A Direcção Nacional de Saúde Pública diz que em momento oportuno o Governo se vai pronunciar sobre o tema.

 

25 Detidos por violar Estado de Emergência

O decreto sobre o Estado de Emergência manda encerrar todas as barracas e bares de venda de bebidas alcoólicas, mas há quem ainda pauta pela desobediência.

Por isso, 1578 estabelecimentos comerciais foram encerrados, com destaque para as barracas e os bares.

Pessoas em conexão com esta desobediência agora estão nas celas. São ao todo 25. Para evitar que estas pessoas levem, possivelmente, a COVID-19 para as cadeias moçambicanas, Orlando Mudumane, porta-voz da PRM, avança que são seguidas todas as medidas de higienização dos detidos.

Viaturas, motorizadas e bicicletas foram também apreendidas por continuarem a transportar pessoas de forma que propicie a transmissão de COVID-19.

Enquanto isso, a necessidade de sensibilização é cada vez maior. Roy Tembe, director Nacional da Juventude, avança que foram formados 600 voluntários para actividades de sensibilização.

Estas informações foram partilhadas na conferência de imprensa conjunta do Ministério da Saúde, Polícia, INAE e Direcção Nacional da Juventude.

 

 

A OMS condena declarações racistas de que África devia ser usada para teste das primeiras vacinas contra a pandemia COVID-19. Actualmente, mais de 70 países estão a fazer investigações sobre o tratamento do coronavírus.

O director-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, reagiu esta segunda-feira a comentários racistas de dois cientistas que numa televisão francesa disseram que as primeiras vacinas contra pandemia COVID-19 deviam ser testadas em África.

“O comentário da semana passada de alguns cientistas que disseram que o campo de teste para novas vacinas seria em África. Sinceramente, fiquei tão chocado. Isso ocorre numa altura em que disse que precisávamos de solidariedade, este tipo de comentário racista não ajuda, vai contra a solidariedade. África não pode e não será um campo de teste de vacina alguma. Vamos todos seguir as regras de teste de qualquer vacina ou terapia em todo mundo, usando as mesmas regras seja na Europa ou África ou qualquer lugar. Usaremos o mesmo protocolo e se for necessário ser testado noutro lugar, trataremos os seres humanos da mesma maneira. A ressaca duma mentalidade colonialista deve acabar, e a OMS não vai permitir isso. Foi uma desgraça e um choque ouvir em pleno séc. XXI dos cientistas este tipo de comentário. E nós condenamos isso com veemência, e asseguramos que isso não vai acontecer em áfrica, nem vai acontecer em qualquer lugar do país”.

O director-geral da OMS espera ainda esta semana anunciar mais iniciativas capazes de acelerar as pesquisas, desenvolvimento e produção das vacinas contra COVID-19, bem como mecanismos de distribuição equitativa da vacina. Mais de 70 países estão envolvidos na busca do tratamento desta doença e cerca de 20 instituições estão empenhadas no desenvolvimento duma vacina.

 

 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deu entrada num hospital em Londres, este domingo, para exames suplementares devido à COVID-19.  Segundo informações divulgadas ontem, pelo governo britânico, Boris Johnson tem tido febres altas e sintomas persistentes da doença.

Um porta-voz de Downing Street, citado pelo The Guardian , disse que Boris Johnson foi hospitalizado na noite deste domingo "a conselho do seu médico" e "para exames". Esclarece que "esta é uma medida de precaução, pois o primeiro-ministro continua a apresentar sintomas persistentes de coronavírus", como febre.

“Este é um passo de precaução, como o primeiro-ministro continua a ter sintomas persistentes de coronavírus, 10 dias depois de testar positivo para o vírus", disse o porta-voz do Governo, citado pela Euronews.

O primeiro-ministro, de 55 anos, acusou positivo para COVID-19 há cerca de 10 dias e estava até agora em quarentena ao lado da residência oficial de Downing Street (Rua em Londres que abriga as residências e escritórios oficiais do Primeiro Ministro do Reino Unido e do Chanceler do Tesouro) em Londres.

A reunião desta segunda-feira de discussão sobre a pandemia do governo, que acontece diariamente, deverá ser presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab.

Com a chegada da pandemia COVID-19, o futuro económico de África ficou ainda mais sombrio. De acordo com um estudo da União Africana, citado pela Reuters, este ano, os países africanos poderão ver as suas economias seriamente prejudicadas, resultando na perda de 20 milhões de emprego tanto no sector formal como informal.

Ademais, os governos africanos estão em risco de perder entre 20 e 30% de receitas fiscais que no ano passado foram estimadas em 500 biliões de dólares. Pelo menos 15% do investimento directo estrangeiro poderá desaparecer.

Já as exportações e importações poderão reduzir em cerca de 35% relactivamente aos níveis de 2019, havendo uma perda de valores comerciais de cerca de 270 biliões de dólares.

Os países a ser mais atingidos são Angola e Nigéria, os maiores exportadores de petróleo da África subsaariana que poderão perder 65 biliões de dólares cada, devido à contínua queda do preço do combustível.

Já os sectores do turismo e do transporte, sobretudo em países turísticos como Cabo Verde, Maurícias, Seychelles e Gâmbia, poderão registar uma perda de 50 biliões de dólares devido à pandemia COVID-19 que já infectou mais de um milhão de pessoas a nível mundial.

O número de casos suspeitos submetidos a testes de Covid-19, pelo Instituto Nacional de Saúde, reduziu nas últimas 24 horas. Ao todo, foram testados apenas quatro casos, cujos resultados revelaram-se negativos. Ou seja, Moçambique ainda mantém o registo de 10 pessoas infectadas, sendo que uma foi curada.

Entretanto, e apesar da evolução da pandemia do novo Coronavírus mostrar-se estacionária nos últimos cinco dias, as autoridades da saúde traçam um cenário sombrio para os próximos tempos.

Até às 9 horas desta segunda-feira, o continente africano reportara mais de nove mil casos positivos da COVID-19, 414 óbitos e mais de 800 pessoas curadas.

 

 

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