O País – A verdade como notícia

Um total de 24 trabalhadores da empresa chinesa Hongyu plástica estão a ser submetidos a cárcere privado, ou seja sem poder sair para suas casas. A empresa que está localizada em Quelimane, está a pautar pela tal atitude, temendo que os trabalhadores moçambicanos contraiam Coronavírus nas suas famílias e tragam a doença para a fábrica.

Os trabalhadores cumprem as horas de trabalho, mas são sujeitos a ficar no recinto. Por volta das 18 horas desta quarta-feira depois da denúncia feita, a nossa reportagem escalou a fábrica em causa.

Do lado de fora das instalações da firma, não dá para acreditar que os mais de 24 trabalhadores, estão no seu interior a exercerem actividade, sem no entanto poderem sair para as suas casas, depois de cumpridas as oito horas laborais.

Abel Lemos operador de máquinas, referiu que a decisão neste sentido foi da entidade patronal sim, mas consensual no seio dos trabalhadores. Verdade ou não, o certo é que muitos dos trabalhadores não concordam com a medida estabelecida.

Na ocasião, uma mulher apenas identificada por Belinha com o seu bebé ao colo, escalou a fábrica para entregar refeição mas sem no entanto direito de ter contacto com o seu esposo. A mesma mostrou-se visivelmente angustiada por não concordar com decisão da entidade patronal.

Hora mais tarde, percebendo-se da nossa presença, a entidade patronal mandou desligar as máquinas e retirar do recinto todos os trabalhadores. De seguida apareceram ao local, os inspectores do trabalho para aferir a situação. A entidade patronal nega tal situação mas a inspecção do trabalho garantiu seguir e resolver o caso.

 

 

Agrava-se a situação da pandemia COVID-19 no Brasil, país mais afectado da América Latina, tendo só nesta quarta-feira registado 6.276 infectados, elevando o número de casos para mais de 78 mil e pelo menos 5 466 vítimas mortais.

Estes dados têm aumentado a impopularidade do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, quem tem sido acusado de má gestão da situação ao defender a reabertura da economia em detrimento das medidas de prevenção. Entretanto, Bolsonaro nega assumir responsabilidade pela crise humanitária, e atribui a culpa aos governadores federais.

“Essa factura deve ser enviada aos governadores (…) porque eles adoptaram as medidas restritivas e as pessoas continuam a morrer. A minha opinião não vale, o que vale são os decretos de governadores e prefeitos. Não adianta a imprensa colocar na minha conta essas questões, não adianta botar a culpa em mim”.

Na terça-feira, Bolsonaro chegou a dizer que lamentava as mortes no Brasil, mas que ele, embora tivesse o nome de Messias, não fazia milagres. Na quarta-feira, as Nações Unidas criticaram o governo de Bolsonaro por adoptar medidas de austeridade, quando devia gastar mais na luta para contenção do coronavírus no Brasil

 

Parece difícil o combate contra o Coronavírus na cidade de Nampula. A edilidade decidiu encerrar o jardim-parque, mas há outro grande aglomerado de pessoas defronte do Hospital Central de Nampula, onde adultos mantém-se de dia e de noite, sem máscaras e sem respeitar o distanciamento mínimo necessário.

Depois de termos denunciado a situação por dois dias, o Município de Nampula decidiu encerrar o jardim-parque enquanto estiver em vigor o estado de emergência nacional.

Entretanto, desde que o Hospital Central de Nampula começou a restringir o acesso ao recinto hospitalar, dezenas de pessoas que têm os seus familiares internados concentram-se no portão principal, muitas delas sem máscaras e sem respeitar o distanciamento mínimo necessário. A direcção provincial de Saúde diz-se incapaz de intervir porque as pessoas estão no espaço público, de domínio da autoridade municipal.

“O que nós fizemos foi chamar o Município à responsabilidade para ajudar as unidades sanitárias para consciencializar as pessoas que não devem estar ali porque é um perigo, não só para o hospital, mas também para eles como cidadãos que estão ali à volta do muro do hospital”, argumentou  Munira Abdou, directora provincial de Saúde em Nampula.

E engana-se quem pensa que aquela situação verifica-se apenas durante o dia. A nossa reportagem escalou o local durante a noite e encontrou muitas pessoas a dormir ao relento, uma próxima da outra. Trata-se na sua maioria de pessoas que saem de distritos longínquos que não tendo onde se alojar ficam naquele sítio para saberem dos seus familiares internados.

A doença do momento que preocupa o país e o mundo é ignorada por completo.

“Estou a acompanhar minha filha que teve cesariana. Tenho que lhe ajudar a lavar o bebé. Não uso máscara porque não tenho dinheiro para comprar”, disse Hermelinda Luís, uma das dezenas de pessoas que encontramos deitada naquele espaço do passeio em frente ao Hospital Central de Nampula.

Quando o dia nasce cada um arruma os seus pertences e perfila no muro de vedação do hospital e mais uma vez formam os aglomerados diurnos, sob o olhar sereno do Município e da PRM. O Secretário de Estado esteve aqui há dias, juntamente com o presidente do Município, mas até aqui ainda não saiu uma solução para este problema.

“Há um documento que está a ser feito para que consigamos juntos dos serviços distritais de Educação para ver se podemos encontrar uma escola para colocarmos estas pessoas e que quando amanhece possam vir visitar os seus familiares e à noite voltem à escola, se os serviços distritais concordarem”, avançou Nelson Carvalho, director de Comunicação no Município de Nampula.
Enquanto isso não acontece, quase todos concordam que aquele é um espaço fértil para a contaminação e propagação do coronavírus, devido às concisões em que se encontram dispostas as pessoas.
 

Colaboradores, convidados e todos aqueles que entrarem na Soico passam a medir a temperatura para evitar a propagação da COVID-19. Adicionalmente, as instalações da Soico e viaturas serão desinfectadas todos os dias como forma de reforço da prevenção da pandemia.

Já vinha sendo prática desde a eclosão da COVID-19 que, à entrada das instalações do grupo Soico, se lavasse as mãos com água e sabão e, de seguida, se desinfectasse.

Mas a pandemia não dá tréguas no país e no mundo, por isso, o grupo de mídia decidiu reforçar as medidas de precaução. Agora, qualquer pessoa que entra na Soico passará por um processo de medição da temperatura.

“A mensagem principal que deixamos é de que vamos colaborar. Vamos colaborar com as instituições da saúde, vamos colaborar para o nosso bem e para o bem das pessoas que interagem connosco”, explica o presidente do Conselho de Administração (PCA) do grupo Soico, Daniel David, reconhecendo que “não é um processo fácil, é um processo que exige compromisso, dedicação e exige, principalmente, responsabilidade”.

“Temos que ser responsáveis assumindo que estamos perante uma pandemia que afecta, não somente a nós, mas afecta toda a sociedade”, realça o PCA do grupo Soico.

Mas as medidas de protecção não param por aí. A LIN Limpeza, empresa responsável pela higienização, explica que o processo vai abranger viaturas, escritórios e todos os compartimentos da empresa, tudo para evitar que o vírus letal se propague.

“Essencialmente vamos fazer a desinfecção em todas as instalações da Soico, a partir das duas entradas até à redacção, estúdios e todos outros departamentos e também todas as viaturas dos colaboradores”, disse o director-geral da LIN Limpeza, Lineu Candieiro, que aproveitou para enaltecer iniciativas de prevenção da pandemia da COVID-19.

“Aproveitar e parabenizar a Soico que está preocupado, de alguma forma, com os seus colaboradores. Isso mostra que é uma empresa responsável, uma empresa que está preocupada com o bem-estar dos seus colaboradores”, disse.

Quanto à medição da temperatura corporal, Candieiro explica que em caso dela estar acima do recomendável, o colaborador será aconselhado a ficar isolado enquanto se contacta as autoridades competentes para os passos subsequentes.

“Nós não temos autonomia para dizer que a pessoa está com COVID-19, malária ou qualquer outra doença, daí que contactaremos as autoridades da saúde”.

As medidas adoptadas pela Soico surgem numa altura em que as autoridades apelam ao redobrar da protecção, como forma de combate ao novo Coronavírus.

O país conta com mais um caso recuperado do coronavírus, totalizando até hoje 10 pessoas que recuperaram da pandemia. E pelo quarto dia não há registo de novos casos da COVID-19 em Moçambique.

 

E o país continua sem conhecer novos casos do coronavírus pelo quarto dia consecutivo, mantendo os actuais 76 anunciados no final de semana. Esta quinta-feira foram testadas 180 amostras, nomeadamente 12 de Niassa, 88 de Cabo Delgado, 11 de Maputo cidade, 66 de Maputo província e três de Nampula e todas revelaram-se negativo.

Ainda assim, o Ministério da Saúde apela ao cumprimento redobrado das medidas de prevenção e combate à COVID-19.

As medidas de prevenção estendem-se aos menores, com destaque para crianças dos dois aos dez anos de idade.

O Instituto Nacional de Saúde aumentou a capacidade de testagem diária, tendo testado, nas últimas 24 horas 180 amostras, totalizando 2076 testes. Em todo país continuam em quarentena domiciliária e com acompanhamento médico 1040 cidadãos, dos mais de 541 mil que foram rastreados.

Moçambique conta com mais um cidadão recuperado do novo coronavírus, totalizando 10 até ao momento

 

A FIBA-África destaca, na sua edição “online“ desta quinta-feira, a internacional basquetebolista e médica Ingvild Mucauro, na qual a MVP da Taça dos Campeões Africanos de 2019, no Cairo, Egipto, fala da sua rotina nesta época de luta contra o novo coronavírus.

Médica generalista, destacada no Hospital Geral José Macamo, Ingvild Mucauro aborda o papel que ela e as colegas tem desempenhado em tempos de crise sanitária, em que o nosso país diagnosticou 76 casos positivos da Covid-19 dos quais 66 activos e dez recuperados.

"Temos o nosso centro de laboratório, por isso enviamos as amostras e esperamos enquanto continuamos a cuidar dos pacientes", explicou Ingvild Mucauro, formada em medicina em 2017 pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga universidade de Moçambique.

A atleta, de 28 anos, que trabalha na sala de emergência do Hospital Geral José Macamo, está a trabalhar longas horas dia e noite para estar em alerta para salvar vidas.

Em tempos de Estado de Emergência, com todas actividades desportivas suspensas, Ingvild Mucauro sente saudades da quadra.

“Como jogadora de basquetebol, é muito difícil porque sinto muita falta dos jogos. Sinto falta das minhas colegas de equipa. Sinto falta de competições, mas agora o mais importante é superar essa pandemia segura e saudável como médica. Farei a melhor coisa possível para ajudar todos os pacientes necessitados, assim como informar o maior número possível de pessoas para que se previnam desta doença ".

Mucauro, citada pelo sítio da FIBA-África, destacou a situação em Moçambique e disse: "É uma situação muito difícil, mas é preciso dizer que não temos registo de mortes. Não é fácil como país africano. Conhecemos nossas deficiências, mas fazemos o melhor possível. Podemos ajudar quem precisa. Estamos expostos e tentamos ser o mais seguro possível para proteger também nossas famílias ".

Seu compromisso como médica, como sempre esteve em quadra, é incomparável e faz-nos recordar alguém que sempre lhe dá o melhor de si. Isso, refere a FIBA-África, apenas expõe a sua personalidade, fazendo um equilíbrio entre a quadra e sua carreira profissional como médica.

 

Devido a pandemia da COVID-19, várias medidas de isolamento foram tomadas para controlar o surto. Essas medidas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), podem gerar milhões de gravidezes não desejadas, devido à dificuldade de muitas mulheres em aceder a métodos contraceptivos.

De acordo com dados do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), avançados pelo Expresso, um período de seis meses em isolamento e dificuldades em aceder a serviços de saúde pode deixar 47 milhões de mulheres de países em desenvolvimento sem métodos de planeamento familiar.

A UNFPA aponta ainda para um resultado de cerca de sete milhões de gravidezes não desejadas e avisa também para um grande aumento da violência de género, com quase 31 milhões de casos adicionais resultantes do surto do novo Coronavírus.

O estudo informa que a crise pode igualmente atrasar programas contra a mutilação genital feminina e aumentar o número de matrimónios adolescentes, devido a dificuldades económicas.

“Estes novos dados mostram o impacto catastrófico que a COVID-19 pode ter em mulheres e crianças de todo o mundo", disse a diretora-executiva da UNFPA, Natalia Kanem, em comunicado.

Segundo a ONU, o aumento da violência de género já se verifica em todo o mundo, com mais denúncias na justiça e maior fluxo de chamadas nas linhas de apoio às vítimas.

A UNFPA adverte que as medidas de isolamento deixaram muitas mulheres fechadas em casa com os agressores, sem acesso a espaços seguros.

"A saúde reprodutiva e os direitos das mulheres devem salvaguardar-se a todo o custo", defendeu Natalia Kanem, que sublinhou a importância de que todos os serviços continuem activos e de dar apoio às mulheres mais vulneráveis.

O novo Coronavírus está a comprometer o arranque do processo distribuição massiva de mais de três milhões de redes mosquiteiras na província da Zambézia onde os casos da malária estão em ascensão.
 
Dados comparativos facultados pelo sector da saúde, indicam que no primeiro trimestre deste ano foram registados pelo menos cinco mil casos. Ou seja a província saiu de cerca de 438 mil casos em 2019 para cerca 443 mil casos este ano. Quanto aos óbitos a província registou este ano 21 casos contra 34 no ano passado.

Como forma de mitigar os casos da Malária, várias acções tem sido levadas a cabo para reduzir os números de casos e óbitos pela doença que mais mata na província. Dentre as acções destacam-se a pulverização, distribuição das redes mosquiteiras nas comunidades remotas e não só ao nível dos 22 distritos da província da Zambézia.  
 
Entretanto com a situação prevalecente da COVID-19 está comprometida a campanha massiva de distribuição de cerca de três milhões de redes mosquiteiras para perto de um milhão e meio de agregados familiares. De acordo com o médico chefe provincial Óscar Awade, a distribuição devia ter lugar no mês em curso na Zambézia, mas não foi possível dado que o mês de Abril esta na recta final.

De ponto de vista de medicamentos, segundo a fonte, a província da Zambézia tem fármacos suficientes para pelo menos 41dias. 

“Os fármacos que estou a apresentar são os que neste momento estão no nosso depósito provincial de medicamentos, sendo que todos os distritos tem quites nas unidades sanitárias para os próximos três meses”.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que tinham sido agendados para este ano e que foram adiados para 2021 por causa da pandemia da Covid-19, podem não se realizar. O alerta vem da Associação dos Médicos do Japão. Por outro lado, a FIFA adverte que o futebol profissional não deve regressar, pelo menos até Setembro.

Por agora é apenas um alerta. Mas as autoridades japonesas dizem que se não houver vacina até 2021 existe o risco do Japão não poder receber a competição.

O presidente da Associação dos Médicos do Japão disse que vê com receio a organização do evento, por atrair milhões de visitantes.

Yoshitake Yokokura entende que será difícil organizar os Jogos Olímpicos, a menos que sejam desenvolvidas vacinas eficazes.

Já o Comité Olímpico Internacional fez saber, entretanto, que se os jogos não forem organizados até meiados de 2021, o Japão perde a vez e não haverá Jogos Olímpicos até aos de 2024, em Paris.

Em meio a tantas incertezas, o certo é que a história pode repetir-se -os jogos de 1940 estavam também marcados para Tóquio, mas foram cancelados devido à segunda Guerra Mundial. Contudo, Tóquio acabaria por organizar os jogos 24 anos depois, em 1964. Esta poderá ser a segunda vez que a capital japonesa acolhe o maior evento desportivo do mundo.

Já em França as decisões já foram tomadas. A temporada 2019/2020 da Ligue 1 e Ligue 2 de futebol profissional foi dada como terminada.

O anúncio foi feito pelo Primeiro-ministro daquele país, Edouard Philippe, depois de o Estado francês ter decretado na tarde desta terça o seu fim, com efeito imediato.

As decisões sobre campeões, subidas e acesso às Ligas Europeias serão tomadas pela Federação Francesa de Futebol.

Desta forma, a Ligue 1 e Ligue 2 já só regressarão, para a temporada de 2020/2021.

Na data da suspensão da Ligue 1, o Paris Saint-German ocupava o primeiro lugar, enquanto o Marselha era o segundo da tabela e o Stade Rennais, do internacional moçambicano Mexer, o terceiro classificado.

A França é o quarto país com mais mortes provocadas pela Covi-19, somando mais de 23.200 óbitos em cerca de 166 mil casos.

E os sinais de alerta não param. Desta vez vem do Comité Médico da FIFA, que diz que o futebol não deve regressar até Setembro.

De acordo com o presidente deste Comité, o belga Michel D’Hooghe, o futebol não deve regressar antes do mês de Setembro, devido à pandemia da Covid-19, e assumiu que é preciso ter mais paciência.

As declarações do médico belga, que também é membro do Comité Executivo da FIFA, acontecem numa altura em que alguns campeonatos europeus, como a Bundesliga e a Premier League, começam a preparar o regresso à competição para fim de Maio e início de Junho.

O dirigente adverte que o mundo está a viver a situação mais dramática desde a II Guerra Mundial.
Oficialmente, a FIFA ainda não anunciou quando o futebol pode regressar em todo o mundo, mas um dos vice-presidentes, o canadiano Victor Montagliani, também numa entrevista recente, reconheceu que isso só deve acontecer nos últimos meses do ano e, de preferência, já com a existência de uma vacina do novo Coronavírus.

 

+ LIDAS

Siga nos