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Moçambique já conta com 21 casos curados do novo Coronavírus, depois de mais duas pessoas que terem ficado totalmente curadas nas últimas horas. No que diz respeito aos testes de rotina para o diagnóstico da doença, o Instituto Nacional de Saúde que não houve novas contaminações entre as 174 amostras analisadas entre esta terça e quarta-feira

A situação do Coronavírus em Moçambique continua controlada, com as amostras testadas a não revelarem muitos casos positivos há alguns dias no país. O facto alimenta a esperança de pouco a pouco a luta contra a pandemia ser vencida, pese embora alguma preocupação em relação aos cidadãos que abandonam a quarentena domiciliária sem informar as autoridades de saúde.

Há ainda aqueles que fornecem informações pessoais não correctas ao pessoal de saúde, o que dificulta o seu controlo e o trabalho das autoridades. Em termos numéricos, o país continua com os 81 casos positivos anunciados na passada terça-feira. Nenhuma das 174 amostras de indivíduos suspeitos do novo Coronavírus testadas nas últimas 48 horas acusaram positivo.

Ao todo já são 3.041 testes realizados no Instituto Nacional de Saúde, um número considerado razoável e que satisfaz as autoridades nacionais. Dos casos suspeitos testados, de terça para quarta-feira, 61 são de Cabo Delgado, quatro de Inhambane, 36 da província de Maputo e 73 da cidade de Maputo. De acordo com Rosa Marlene, directora nacional de Saúde Pública, “as amostras de Cabo Delgado, testadas, estão relacionadas com a investigação em curso em Afungi” e delas “31 resultam da vigilância activa em curso e as remanescentes resultam da suspeita e rastreio de rotina, nas unidades sanitárias”.

Deste modo, o país continua com 81 casos positivos registados, sendo 72 de transmissão local e nove casos importados. MAIS DOIS RECUPERADOS As análises feitas nas últimas 48 horas não revelaram casos novos, mas resultaram em novos doentes recuperados.

“Adicionalmente, informamos que registámos mais dois casos da COVID-19 recuperados. Trata-se dos casos 28 e 43, da província de Cabo Delgado, ambos sem sintomas e em isolamento domiciliar”, esclareceu Rosa Marlene. Com estes novos dados, Moçambique conta com 21 pacientes totalmente curados da doença. Não há registo de óbitos em consequência da COVID-19. Dos 81 casos positivos detectados no país, 58 são de Cabo Delgado, 18 da cidade de Maputo e cinco da província de Maputo. Os activos são 60, que continuam a ser monitorados pelo Ministério da Saúde e seus agentes das direcções provinciais.

 

INVESTIGAÇÃO EM CABO DELGADO CONTINUA

Entretanto, a investigação de focos da pandemia, principalmente em Cabo Delgado continua, com destaque para Afungi, onde se espera que dentro de dois dias termine o processo de testagem em massa. De acordo com Sérgio Chicumbe, director nacional de Observação de Saúde no Instituto Nacional de Saúde, ainda é cedo para se dizer quando vai terminar o processo de quarentena dos cidadãos que estão no acampamento.

“O plano é, depois de termos certeza de que todos os indivíduos foram testados, garantir que apenas um contingente mínimo para o funcionamento de base dos locais, porque os locais não podem ser abandonados por completo, deve permanecer. Mas datas concretas de até quando esta situação de fecho do funcionamento normal do acampamento e das actividades, vai depender da dinâmica da pandemia. Neste momento seria prematuro fazer quaisquer projecções”, disse Chicumbe.

Este apelou a todos os que sentirem sintomas de coronavírus acederem aos centros de saúde para a testagem e assim evitarem a propagação da pandemia.

O governo da província de Manica estima em 20 milhões de meticais o valor necessário para levar a cabo acções de prevenção contra o Coronavírus. De acordo com a AIM, as necessidades foram anunciadas na segunda-feira durante a reunião provincial de monitoria e avaliação das acções de combate à COVID-19. 

Segundo as autoridades locais, o valor será aplicado durante o período de estado de emergência em curso, financiando medidas de prevenção que incluem o uso obrigatório de máscaras nos transportes público de passageiros, lavagem constante das mãos, desinfecção e higienização das viaturas, distanciamento social, entre outras. 

Manica precisa de 20 milhões de meticais para acções de combate à COVID-19 “São várias acções que temos no nosso cronograma de actividades durante este período de emergência. Necessitamos de cerca de 20 milhões de meticais para a materialização das actividades em todos os 12 distritos da província’, disse Augusto Alexandre, delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Manica. 

O secretário de Estado em Manica, Edson Macuácua, que dirigiu o evento saudou o trabalho desenvolvido por todas instituições públicas, privadas, parceiros e representantes da sociedade civil que trabalham na mitigação do novo Coronavírus. Exortou igualmente a todos os sectores a sensibilizarem as pessoas para ficarem em casa e só saírem à rua em caso de extrema necessidade. 

“Todos os sectores devem prestar maior atenção para as zonas fronteiriças com o maior envolvimento das autoridades comunitárias, usando as línguas locais, fiscalizar os mercados, barracas e os transportes colectivos”. 

A operacionalização dos comités locais de emergência e massificação do uso de máscaras de protecção de fabrico local são outras medidas recomendadas pelo secretário de Estado. Em todos os distritos da província de Manica, são várias as acções em curso para conter a propagação da doença que já provocou a morte de 220 mil de pessoas no mundo inteiro, desde a sua eclosão na China, em Dezembro do ano passado.

Em Moçambique já foram identificados 81 casos mas, felizmente, ainda na há registo De óbitos. 
A desinfecção de pessoas, viaturas, locais públicos, uso de máscaras, distanciamento social são algumas medidas para a mitigação da doença.

 

O coronavírus (COVID-19) é uma doença infecciosa causada por um novo vírus. A doença causa problemas respiratórios semelhantes à gripe e sintomas como tosse, febre e, em casos mais graves, dificuldade para respirar.

Porque não há nenhum medicamento específico para tratar o Coronavírus, as instituições de saúde recomendam que se lave as mãos com frequência e se evite tocar o rosto e ter contato próximo para se prevenir.

Sobre a origem do novo Coronavírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a insistir que “tudo aponta para origens naturais”.

A OMS afirma também que Washington, que diz ter “provas muito significativas” de que o vírus veio do laboratório de alta segurança de Wuhan, “não apresentou nenhum dado concreto nesse sentido”.

Michael Ryan, responsável pelo Programa de Emergências da OMS, também confirma que “o governo dos Estados Unidos não avançou com qualquer elemento preciso, por isso trata-se de um cenário especulativo. Seria importante receber informações adicionais sobre a origem do vírus, porque esse é um dado fundamental no controlo da saúde pública no futuro”.

Charlie Parton, antigo diplomata britânico na China, ressalta que “o mais importante agora é que os chineses conduzam uma investigação transparente para o resto do mundo, de forma a poder determinar o que realmente aconteceu, como é que o vírus se desenvolveu e que medidas são necessárias no presente e no futuro”.

No entanto, a Organização Mundial de Saúde realça a cooperação dos cientistas chineses no combate à pandemia e alerta também para as consequências das acusações a nível político para um trabalho em conjunto no futuro.

 

 

A vila municipal de Milange faz limite com o Malawi através da fronteira de Mulosa. Com o Estado de Emergência em vigor no país, bem como com a situação da COVID-19 que já infectou e matou três pessoas naquele país vizinho, do lado moçambicano as autoridades migratórias estão a apertar o cerco para evitar entrada e saída de pessoas.

Albano de Carvalho, chefe da migração naquele distrito fronteiriço, diz que estão a atender a entrada de camionistas para questões de mercadorias, e estão a limitar a circulação dos dois povos na fronteira.

De Carvalho fez saber que, dado a extensão da fronteira, as forças do ramo estão a desdobrar-se no terreno para que de forma clandestina não entrem e nem saiam pessoas.

Enquanto isto na fronteira de Mulosa, as autoridades de saúde estão a trabalhar na desinfeção dos camiões que entram ido daquele país. Igualmente fazem o processo de higienização, rastreio dos camionistas para evitar eventual contaminação da doença no nosso país, tal como disse Leonardo Maresse, director distrital de saúde de Milange.

Entretanto vive-se cenário paradoxal em Milange, é que enquanto as autoridades desdobram-se na linha de fronteira para evitar situação de contaminação da COVID-19, os munícipes com toda a informação necessária sobre os perigos da doença, não estão a observar o uso de máscaras, tal como se recomenda para evitar a propagação da doença. A situação ocorre sob olhar impávido das autoridades.

Aliás, sobre o assunto o presidente do conselho autárquico de Milange Felisberto Nvua, fez saber que para além de a edilidade já ter distribuído mais de duas mil máscaras nas diversas comunidades da vila, tem efectuado trabalho de sensibilização para o uso de mascaras.

“Temos estado nos mercados, nas comunidades e muitos outros locais a chamar atenção as pessoas sobre a necessidade de envolvimento de todos na luta contra esta pandemia, mas sentimos muita teimosia por parte das pessoas”.

 

A confiança das empresas moçambicanas nos indicadores económicos registou uma queda nos primeiros três meses deste ano, facto associado à pandemia do novo coronavírus.

O Indicador do Clima Económico (ICE), expressão que determina a confiança dos empresários do sector real, caiu no primeiro trimestre de 2020, devido à pandemia da COVID-19 que assola o mundo desde Dezembro de 2019.

No país, em particular, a incerteza agudizou-se a partir do mês de Março, quando foi diagnosticado o primeiro caso positivo da doença, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A confiança desfavorável dos empresários foi extensiva às expectativas em relação ao emprego e à procura, pois estas registaram quebras no mesmo período de análise.

O INE, refere ainda que a tendência negativa do ICE entre Janeiro e Março de 2020, deveu-se à degradação da confiança em todos sectores de actividade inquiridos, destacando-se em termos de amplitude os ramos de alojamento e restauração, bem como transportes que viram seus níveis de confiança reduzirem 22 e 9.2 pontos percentuais, respectivamente, face ao mês de Fevereiro.

A confiança no emprego registou uma queda no primeiro trimestre face ao quarto trimestre de 2019, facto que acontece pelo terceiro trimestre consecutivo.

“A perspectiva de queda de emprego no primeiro trimestre deveu-se em média à uma depreciação nos sectores de alojamento e restauração, de comércio, de transportes, de construção e produção industrial”, escreve o boletim do INE.

Em média, 44% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no primeiro trimestre de 2020, o que representou um aumento de 12% de firmas com limitação de actividade face ao trimestre anterior, facto que está em linha com o ICE que diminuiu.

Essa situação foi influenciada, pelo aumento de empresas afectadas por algum obstáculo no período de referência em todos os sectores, com maior destaque para os sectores de serviços de transportes (com 58% de empresas afectadas), de alojamento e restauração ( 52%), da construção (45%) e da produção industrial (41%). 

Entre Janeiro e Março, o indicador de confiança do sector de alojamento, restauração e similares abrandou depois de sinais de recuperação no trimestre anterior, tendo o respectivo saldo se situado abaixo da média da respectiva série temporal.  

A avaliação desfavorável da confiança no sector em análise deveu-se à queda do indicador em todas as componentes do indicador síntese do sector, com maior destaque para a diminuição substancial da procura futura no período em análise. Refira-se que este sector registou quedas da procura actual e do volume de negócios significativas.  

Em linha com o indicador síntese do sector, a perspectiva da capacidade hoteleira – a oferta diminuiu profundamente no mesmo período, facto acompanhado pela quebra da perspectiva de preços futuros.

Mais de metade (52%) das empresas deste sector enfrentaram alguma limitação da actividade, no trimestre em análise, o que representou um incremento de 24% de empresas com constrangimentos face ao trimestre anterior.

Os principais factores referidos pelos agentes económicos do sector foram, a baixa procura (47%), a concorrência (18%) e a falta de acesso ao crédito (12%), em ordem de importância.

 

 

 

O presidente norte-americano Donald Trump afirmou, neste domingo, que os Estados Unidos terão uma vacina contra o novo coronavírus até final de 2020.

“Estamos muito confiantes de que vamos ter uma vacina  até o final do ano”, disse Trump durante a entrevista no canal de televisão Fox News, emitida a partir do Lincoln Memorial em Washington, DC, em homenagem ao 16.º Presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln.

A entrevista marcou a retomada da campanha eleitoral de Trump, suspensa devido à crise por COVID-19 no país.

“Os médicos vão dizer que eu não devia dizer isto. Eu digo o que penso”. Estamos a pressionar (…) vários grupos [farmacêuticos] estão, penso, muito perto”, acrescentou.

Questionado sobre como reagiria se outro país tivesse uma vacina antes dos Estados Unidos, Trump respondeu: “É indiferente. Apenas quero uma vacina que funcione”.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Londres de Higiene e Medicina Tropical (London School of Hygiene & Tropical Medicine), citada pela Euronews, vários projectos de vacina contra a COVID-19 estão em curso em todo o mundo.

Donald Trump, que defendeu, uma vez mais, um regresso prudente, mas “tão rápido quanto possível” à actividade no país, mostrou-se optimista sobre as perspetivas económicas.

O ano de 2021 vai ser “incrível”, afirmou Trump, que voltou a defender as decisões que tomou desde o início da epidemia no país. “Penso que salvámos milhões de vidas”, reiterou.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (67.674) e mais casos de infecção (mais de 1,15 milhões) no mundo. Nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados este domingo pela Universidade Johns Hopkins, EUA registaram 1.450 mortos.

 

A situação da pandemia da COVID-19 na Tanzânia corre risco de piorar, após o Presidente John Magufuli ter ordenado a suspensão do uso de material de teste importado, sob alegacão do mesmo ter sido deliberadamente sabotado.

Segundo o Presidente Magufuli, os quites de testes importados já foram usados para colher amostras de cabritos, ovelhas e papaia que deram positivo e os mesmos têm sido usados para testar tanzanianos, dando resultados errados.

Já passam cinco dias que Tanzânia não tem dado actualizações sobre casos da COVID-19, depois de Magufuli ter acusado o ministro de saúde de criar pânico na sociedade com os seus relatórios.

A última acusação aconteceu na quarta-feira, tendo sido de 480 infectados e 17 óbitos. Mesmo com este número, Magufuli recusou-se a tomar medidas drásticas de prevenção, tendo apelado para as pessoas a continuar a trabalhar e orar pelo fim do vírus nas igrejas e mesquitas.

O principal partido da oposição apelou este fim-de-semana à suspensão do parlamento por 21 dias, após a morte de três deputados cuja causa não foi revelada.

 

Sem caso confirmados, sem prevenção, sem autoridade para impôr ordem e população sem medo, é assim como anda a vida na “capital do norte”, em pleno estado de emergência nacional decretado pelo Presidente da República através de decreto.

A vida corre normalmente na cidade de Nampula, como se a tempestade imposta pelo coronavírus tivesse passado. Em vários pontos da cidade, o distanciamento social parece não ser uma ordem de cumprimento obrigatório, e  a avenida Eduardo Mondlane é disso um exemplo, onde o comércio informal flui na maior naturalidade, na margem oposta do local onde situa-se o edifício do Conselho Municipal.

Existe no local uma loja de uma das telefonias móveis que todos os dias regista aglomeração de pessoas, algumas que vão ao atendimento, e outras que são uma mistura de clientes e vendedores ambulantes de telefones celulares e seus assessórios.

Amisse Carlos Aly é um dos ambulantes. Encontrámo-lo sem máscara, a escassos centímetros de umas quatro pessoas, onde uma delas era um cliente que estava a ser convencido a comprar um telefone. Por estas alturas, pelo menos numa grande cidade como Nampula a maioria sabe que existe um vírus maligno que está a propagar-se pelo mundo e pelo país, mas quando o assunto é prevenção, a ignorância manifesta-se da forma mais cruel.

“Tenho máscara no plástico”, retorquiu o jovem vendedor ambulante ao lhe questionarmos sobre o porquê do não uso da máscara protectora.

“O vírus não anda, quem o transporta somos nós”, tem dito a directora nacional de Saúde, e apesar de estar próximo de Cabo Delgado onde os casos de coronovírus dispara, Nampula parece andar a leste, sem autoridade do Estado e muito menos do Município para pôr ordem.

Defronte do Hospital Central de Nampula também continua a verificar-se aglomerados de pessoas, à semelhança do que reportamos na semana finda. O Presidente apelou às Forças de Defesa e Segurança para não usarem força excessiva na sua actuação nesta fase, mas ao mesmo tempo pediu, na sua última comunicação à Nação, a colaboração dos cidadãos no cumprimento do distanciamento social, e até aconselhou à população para que saísse de caso em casos de extrema necessidade.

O porta-voz da PRM em Nampula, Zacarias Nacute, disse esta segunda-feira que “o não cumprimento ainda é uma situação que tira sono aos nossos membros da Polícia que têm feito a fiscalização, mas o nosso trabalho irá continuar até que todos os cidadãos na nossa província tenham consciência da necessidade de evitem aglomerados para evitar a contaminação da COVID-19”.

Entretanto, do discurso à prática a uma distancia é abismal. A representação do Estado na província também anda resignada, provavelmente por se tratar de uma área municipal, onde o presidente da autarquia tem poderes executivos que lhe são conferidos por lei e como se sabe, a cidade de Nampula é governada pela Renamo e ao que tudo indica não há coesão entre quem representa o Estado central e quem dirige a autarquia local.

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