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A Direcção Distrital de Saúde de Monapo, na província de Nampula, recebeu, ontem, material de protecção contra a COVID-19, doado pela Olam Moçambique. Trata-se de 1.600 pares de luvas, um material fundamental para o trabalho dos profissionais de saúde, sobretudo nesta altura da pandemia do novo Coronavírus. A oferta inclui também 1.600 máscaras e 50 caixas de sabão cristal.

Os donativos foram recebidos pelo administrador do distrito de Monapo, Américo Assane Adamugi, que agradeceu a Olam Moçambique pelo gesto.

O administrador afirmou os produtos contribuirão significativamente na prevenção e combate à COVID-19, pois fortalecem os esforços do distrito na luta contra a pandemia, principalmente no trabalho de sensibilização das comunidades para se precaverem da doença que, além de abalar o mundo, tem estado a aumentar no país.  

O acesso a materiais de protecção e prevenção da pandemia é tido como difícil nos neste momento, principalmente nas zonas rurais, uma vez que a demanda é maior por tudo quanto é lado.  

Segundo o representante da Olam em Nampula, Santos Morra, a pandemia do novo Coronavírus preocupa a instituição a que está afecto. Daí que com a oferta daqueles produtos visa reforçar as acções da Direcção Distrital de Saúde de Monapo na luta contra a pandemia.

“É nosso interesse ver, não só os nossos trabalhadores, mas também as populações necessitadas a prevenirem-se deste vírus”, afirmou Santos Morra.

Este é o terceiro lote de total de três doações feitas pela Olam Moçambique. A primeira foi em Maputo, a segunda na Beira (Sofala) e agora em Monapo.

Nesta primeira fase, a instituição ofereceu 5.000 máscaras, 5.000 pares de luvas e 150 caixas de sabão da marca Cristal, produzida na sua fábrica, para doar nas suas áreas de intervenção.

Para além destes produtos, a Olam está projectar outras formas de apoio que incluem equipamento de protecção para os profissionais de saúde e testagem para a COVID-19, entre outros que ainda estão a ser coordenados com o Instituto Nacional de Saúde (INS), entidade do Estado que realiza testes da COVID-19 no país.

 

A conclusão é do Instituto para Democracia Multipartidária (IDM), que consta do relatório de avaliação dos primeiros 15 dias da segunda fase do Estado de Emergência.

Os números vão ficando cada vez mais assustadores, espalham-se os casos do novo coronavírus pelas províncias e há relaxamento no cumprimento das medidas de prevenção da pandemia. Mas o relaxamento que mais preocupa, segundo o Instituto de democracia multipartidária, é o do sector da saúde, que se mostra incapaz de fazer o devido rastreio e monitoria em pessoas suspeitas do novo coronavírus bem como o cumprimento da quarentena, refere no seu relatório.

O documento que analisa a segunda fase do Estado de Emergência fala ainda da desobediência das medidas de prevenção em transportes públicos, que carregam um número de  passageiros acima  do previsto no decreto presidencial e, segundo o  IDM, tal deve-se  à fraca fiscalização. Os cemitérios são, também, um mau exemplo.

O relatório, que tem como amostra 1.568 pessoas inquiridas em todo o país, concluiu que apesar de se ter cumprido eficazmente com a medida de encerramento das escolas não foram criadas condições para que todos possam estudar em casa.

 

O Centro de Saúde São Lucas, que pertence a Faculdade da Ciências e Saúde da Universidade Católica de Moçambique (UCM), juntou-se aos esforços do governo na prevenção contra a propagação da pandemia do novo Coronavírus.

Com efeito desde a semana finda, o centro, em parceria com o sector de saúde na cidade da Beira, passou a recolher amostras da COVID-19 a pacientes suspeitos que residem nos arredores daquela instituição de saúde, nomeadamente os bairros de Inhamudima, Chipangara e Macurungo.

“São comunidades muito desfavorecidas e com as recomendações do Ministério da Saúde, segundo a qual cada unidade sanitária deve ter um gabinete da tosse, criamos condições de ter aqui um gabinete que há vários dias esta a atender as comunidades locais e todos os casos suspeitos da COVID-19 são testados. O processo de colecta das amostras decorre dentro dos critérios instituídos pela Organização Mundial da Saúde, com vista a evitar possíveis contaminações e misturas. São submetidos a testes neste centro todos os casos suspeitos, independentemente da idade ou sexo". – explicou George Peter director Centro de Saúde São Lucas. 

As amostras recolhidas no Centro de Saúde São Lucas, são depois enviadas para o Instituto Nacional de Saúde, em Maputo, onde em dois dias os resultados ficam disponíveis. Felizmente das  23 amostras colhidas até na passada sexta-feira no referido centro,   todos os resultados foram negativos. 

Com a cabine de "São Lucas", a cidade da Beira passa a ter dois pontos para a colecta de amostras da pandemia do novo Coronavírus. O primeiro está a funcionar dentro do recinto do  Hospital Central da Beira, desde a segunda-feira da semana passada e a sua montagem contou com o apoio do grupo SOS corona. 

O Centro de Saúde São Lucas, está igualmente a se preparar para montar uma sala de acolhimento de doentes padecendo ou suspeitos de estarem infectados com a COVID-19, que depois deverão ser encaminhados aos centros de tratamento da doença.

 

 

 

Domingues e Mexer lamentam paragem do futebol devido a pandemia da COVID-19Os capitães dos Mambas, Domingues e Mexer, dizem que a paragem do futebol derivado da pandemia do coronavírus foi um duro golpe nas suas carreiras, mas asseguram que não vai prejudicar a sua forma física.

A pandemia do novo coronavírus paralizou a disputa dos principais campeonatos nacionais de futebol em quase todos países, isto há sensivelmente um mês e meio, e na França e na África do sul não houve excepção.

Uma paragem que obrigou Domingues, jogador do Bidvest Wits da África do Sul e capitão dos Mambas, a interromper a época, que ainda não tem data para retomar, e Mexer, jogador do Bordéus da França e também um dos capitães dos Mambas, a terminar mais cedo a sua época. Os dois jogadores assumem que foi um momento triste e negativo para o futebol e para os respectivos campeonatos, já que “tudo ficou parado, nenhuma equipa está a praticar o futebol e isso prejudicou a todos”, tal como disse Domingues. 

Já Mexer diz mesmo que não foi fácil terminar o campeonato do jeito como terminou, ainda mais sem saber como ficou a situação do seu clube, em função da classificação que foi feita pela federação francesa de futebol, para acomodar equipas que vão disputar as competições europeias e as que vão descer de divisão. “Nunca fiquei tanto tempo sem competir e tem sido difícil para mim, mas é preciso manter o profissionalismo”, assegura Mexer.

Os dois jogadores assumem que está paragem não vai prejudicar a sua forma física, por estarem a realizar treinos caseiros com orientações das respectivas equipas técnicas e isso ajuda a manter a forma física.

Relativamente à selecção nacional, com a remarcação da dupla jornada diante dos Camarões para Setembro, de qualificação ao CAN 2021, pela CAF, e os capitães da equipa de todos nós dizem aguardar com ansiedade a partida. “Penso que todo mundo apreciou o ritmo da selecção, os resultados que tínhamos e a não disputa dos jogos em Março pode ter desestabilizado um pouco a confiança, mas vamos dar continuidade ao que fazíamos de bom”, disse Mexer, tendo Domingues acrescentado que “os objectivos não mudam, são sempre os mesmos, de jogo-pós-jogo tentar ganhar e qualificar a selecção ao CAN”.

Domingues e Mexer encontram-se no país desde a paragem dos respectivos campeonatos, há sensivelmente 45 dias e esta segunda-feira acompanharam o Secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, na visita que efectuou ao Matola Stadium, infraestrutura da Associação Black Bulls.

 

Moçambique poderá enfrentar uma calamidade, caso uma parte da população continue a ignorar as medidas de prevenção do Coronavírus.

A previsão foi avançada pelo ministro de saúde, Armindo Tiago, que está preocupado com atitudes de alguns cidadãos, que impunemente desafiam o Estado de Emergência.

“Nos saímos de uma situação esporádica, para focos de transmissão e a seguir estaremos na transmissão comunitária, e se chegarmos a esta fase, estaremos numa situação de calamidade. E é o que cada um de nós deve evitar. E só podemos evitar se cumprirmos integralmente todas as medidas que contam no decreto presidencial sobre prevenção e controlo da COVID- 19”, alertou o ministro da saúd, no final da sua visita de monitoria a Cabo Delgado, a província com mais caos da pandemia ao nível do país.

Entre as medidas de prevenção que estão a ser ignoradas por alguns cidadãos, constam a lavagem das mãos, o uso de máscaras e aglomerados, além do distanciamento social e o cumprimento de distancia mínima entre as pessoas, que são consideradas as principais vias de contaminação comunitária da pandemia.

“A luta contra a COVID-19 não é do governo, mas sim de todos nós. E se uma pessoa só falhar, falhamos todos”, ressaltou o ministro da saúde em jeito de apelo.

 

Alguns  trabalhadores do acampamento da multinacional francesa Total, estão cansados do confinamento a que estão sujeitos há cerca de dois meses, e receiam ter traumas psicológicos caso o isolamento se prolongue por mais tempo.

Segundo contaram ao “O País”, em anonimato para evitar represálias, a quarentena começou desde que foi descoberto o primeiro caso em Março último, e até hoje, continuam isolados e não podem sair dos quartos.

“São dois meses fechados em quatro paredes de um quarto e o pior sozinho”, contou um dos trabalhadores em quarentena.

Apesar das boas condições que tem, em termos de acomodação, alimentação e cuidados de saúde, algumas pessoas sentem-se como criminosos condenados à prisão.

De acordo com um dos trabalhadores em quarentena, “temos um tratamento especial. Bons quartos com camas confortáveis, uma boa comida que até supera as condições das nossas próprias casas, incluindo cuidados de saúde excelentes, mas sinto-me como um prisioneiro, porque não posso sair das quatro paredes, nem para tomar um banho de sol.

A situação é considerada crítica, e a maior das pessoas estão a ficar frustradas, por não saber as causas que os levam a continuar num isolamento quase que total.

“Além de termos cumprido com a quarenta, segundo as recomendações da saúde, temos feitos testes várias vezes com todos resultados negativos, temos informação de existência de certificados que provam não termos sido infectados com o Coronavírus, mas continuamos aqui presos”, denunciou  outra fonte, que está na lista dos mais de 100 trabalhadores que estiveram no acampamento da Total, onde foi confirmado o primeiro caso da pandemia ao nível da província de Cabo Delgado.

O isolamento dos trabalhadores de Afungi também está a afectar psicologicamente as suas famílias, que estão preocupadas com a situação, apesar do contacto diário por via telefone.

“Todos dias falo com meu marido, e diz que está bem, mas estou preocupada porque penso que algo grave esteja a acontecer com ele, e não entendo o que leva a não voltar a casa”, desabafou esposa de um dos trabalhadores do acampamento da Total, confinados devido ao COVID-19.

A situação já é considerada crítica e praticamente insuportável, mas o ministério da saúde só vai retirá-los da quarentena depois da reconfirmação dos resultados realizados anteriormente.

“Todas as pessoas que tiramos de Afungi, mesmo com teste negativo colocamos em quarentena para fazer novos testes para ver se não ficam positivas", esclareceu Armindo Tiago.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou ontem, sexta-feira, que a Europa deve preparar-se para uma segunda vaga da pandemia de Coronavírus, possivelmente ainda mais mortífera, no próximo inverno, por coincidir com surtos de outras doenças infecciosas sazonais.

O alerta foi feito por Hans Kluge, director regional da Organização Mundial da Saúde para a Europa, numa entrevista exclusiva ao jornal britânico The Daily Telegraph, num momento em que muitos países avançam com planos de descofinamento gradual. Kluge diz que o momento é de “preparação e não de celebração”.

“Estou muito preocupado com uma onda dupla. No outono, poderíamos ter uma segunda onda da COVID-19 e outra de gripe ou sarampo sazonal. Há dois anos, ao menos 500.000 crianças não tinham sequer a primeira injecção da vacina contra o sarampo”, disse Kluge, citado pela Euronews.

O médico avança que a Europa deve usar o período actual para aumentar a capacidade dos hospitais e fortalecer os sistemas de saúde pública.

 

O uso de máscaras nas comunidades da província da Zambézia continua “uma miragem”. Mesmo com aumento de número de casos e toda informação sobre a prevenção da COVID-19 no país, a população do interior da Zambézia continua a ignorar o uso de máscaras.

Nas feiras de comercialização, por exemplo, com forte aglomerado populacional não se está a observar distanciamento social, uso de máscaras e muito menos baldes de água para a higienização das mãos.

Na verdade, as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção da COVID-19 estão a ser totalmente ignoradas por homens e mulheres nas zonas do interior da província.

No povoado de Murrotone, distrito de Mocuba ao longo da EN1, observamos forte aglomerado de pessoas que as sextas-feiras desenvolvem feiras comerciais mas sem obediência as recomendações do Estado de Emergência em vigor.

Já na localidade de Namanda, distrito de Ilê deparamos com um comerciante a vender máscaras caseiras. Curiosamente é que a máscara que este trazia no seu rosto, estava mal colocada o que pode propiciar contaminação da doença. Esta realidade verifica-se numa altura em que o Presidente da República pondera agravar as medidas face ao incumprimento das medidas de prevenção da COVID-19.

A secretária de Estado da Zambézia, Judith Mussácula diz que tem conhecimento da situação e que já orientou aos administradores distritais para fazerem trabalho de base para se inverter o cenário.

“Já orientamos através da reunião que tivemos alargada aos administradores distritais, no sentido de avançarem para as medidas de sensibilização, para que as nossas comunidades observem com rigor as medidas de Estado de Emergência e de prevenção da COVID-19”, afirmou Judith Mussácula.

 

Moçambique registou nas últimas 24 horas mais dez casos positivos pelo novo Coronavírus, elevando o número total de doentes da COVID-19 para 129.

Segundo a directora nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, dos dez novos casos reportados, nove são indivíduos de nacionalidade moçambicana e um de nacionalidade portuguesa.

Destes quatro estão na Cidade de Maputo, dois na Província de Maputo, um na província de Gaza, dois em Sofala e mais um em Cabo Delgado.

Dos casos positivos reportados este sábados três são regressados da África do Sul, dois chegados do voo da Ethiopian Airlines, um da investigação da empresa de prestação de serviços no Porto de Maputo e os restantes da vigilância activa e suspeitas de rotina nas unidades sanitárias.

Assim nosso país conta actualmente com 129 casos, dos quais 109 de transmissão local, 20 importados e 43 recuperados.

O Ministério da Saúde diz estar ainda a investigar a localização da mãe e do bebé de sete meses infectado na Munhava, que se encontram em parte incerta.

Em relação ao caso do Millennium Bim, o MISAU confirma a infecção de um funcionário e diz estar a investigar os seus contactos.

 

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