O País – A verdade como notícia

O Ministério da Saúde estuda formas de criar centros transitórios de internamento para doentes graves, com vista a fazer face à falta de espaço para acolher novos pacientes nas unidades hospitalares da cidade de Maputo

Falando em conferência de imprensa, 24 horas após o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciar o esgotamento de camas e ventiladores nas unidades sanitárias da capital do país, o director de inquérito do Instituto Nacional de Saúde, Sérgio Chicumbe, disse que a estratégia visa prevenir complicações de saúde geradas pela falta de atendimento adequado.

“O país entrou nesta situação pandémica sem capacidade estrutural para enfrentar o Coronavírus, condição que acabou se agravando. Como forma de colmatar poderemos recorrer a infra-estruturas particulares de baixa demanda e geri-las como centros transitórios”, explicou Sérgio Chicumbe, ressaltando que a aposta na prevenção continua a ser a melhor estratégia para o combate à doença.

Numa altura em que as fronteiras já estão abertas – uma delas é entre Moçambique e África do Sul – e um dos requisitos para sair do país é apresentar um teste negativo da COVID-19, as autoridades assumem que vão custear apenas as despesas de testagem para os doentes graves que precisarem de tratamento no estrangeiro.

“O sector público faz testes criteriosamente e está virado para motivos inadiáveis, tais são os casos de pacientes que necessitem de cuidados intensivos. Os indivíduos que quiserem viajar por motivos pessoais, ou para assuntos de negócios, podem efectuar os testes em instalações de saúde privadas, com os seus próprios custos”, explicou o dirigente.

Por outro lado, a subida do número de pessoas infectadas, nos últimos dias, nas cidade e província de Maputo, sobretudo, está a pressionar a capacidade de testagem, facto que obriga o Ministério da Saúde a considerar o reforço do stock de testes.

“No início da pandemia, o nosso stock era composto por 80 mil unidades de testes. Estes testes não eram tão utilizados nos primeiros meses, mas devido ao aumento do número de casos, actualmente temos testado cerca de mil pessoas diariamente”, disse Sérgio Chicumbe.

No dia em que as aulas presenciais da 12ª classe retomaram, o Ministério da Saúde apelou aos pais e encarregados de educação a orientarem os seus educandos a reforçar o cumprimento das medidas de prevenção da pandemia.

Moçambique conta, actualmente, com 62 óbitos devido à COVID-19 e um total de 3.249 casos activos da doença.

 

O director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África), John Nkengasong, disse esta quinta-feira que a utilização de máscaras é tão importante para prevenir a propagação da COVID-19 como a existência de vacinas, avisando que ninguém se pode cansar de usar máscara.

“Usar máscara é tão importante como haver uma vacina, não vamos poder cansar-nos de usar máscara e temos de a usar sempre que possível, porque a vacina e a máscara vão conviver neste ‘novo normal’ que vai durar muito tempo”, disse o director, de acordo com a Angop.

A partir de Adis Abeba, durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia da COVID-19 no continente, John Nkengasong salientou que “os Estados-membros e as pessoas não se podem cansar de usar máscara”.

“Mesmo quando a vacina estiver pronta, provavelmente no primeiro trimestre de 2021, será preciso conjugar as duas coisas”, sublinhou a fonte.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong disse que a pandemia de COVID-19 já infectou 1,4 milhões de pessoas no continente africano, resultando em 36 mil mortes, sendo por isso necessário “manter as medidas de distanciamento, a lavagem das mãos e a utilização de máscaras”.

O responsável do CDC África disse ainda que na segunda-feira será lançada uma aplicação informática chamada “my COVID-19 pass”, com informações fornecidas pelos Estados e que são úteis para os cidadãos.

“Numa primeira fase temos 35 países que se registaram nesta plataforma e colocam informação (app)” na referia aplicação. “Depois vamos apontar para as plataformas de distribuição (‘hubs’) de passageiros, como Quénia, Cairo, Adis Abeba, Togo e África do Sul, com o objectivo de alargar para todos os países, colocando informação sobre o que é preciso para viajar de um sítio para o outro”, disse Nkengasong.

“É preciso harmonizar os procedimentos e as medidas para a economia poder funcionar, porque há 29 países em África que exigem um teste negativo PCR para deixar entrar um viajante, mas há nove que pedem um teste PCR à chegada e 13 ainda impõem uma quarentena de 14 dias à chegada”, apontou o responsável, citado pela Angop.

 

O Ministério da Saúde (MISAU) anunciou, esta tarde, mais uma morte por COVID-19 no país.

Trata-se de um indivíduo de 70 anos de idade do sexo masculino. Segundo o MISAU, o indivíduo soube do seu estado de saúde no dia 12 de Setembro e perdeu a vida hoje, 01 de Outubro.

“O óbito ocorreu numa unidade hospitalar da cidade de Maputo, após a evolução do seu quadro clínico”, explicou o director Nacional para a área de inquérito e monitoria de Saúde, Sérgio Chicumbe.

Ainda hoje, as autoridades sanitárias anunciaram que foram realizados 1.924 testes em pessoas suspeitas de terem a COVID-19. Destes, 1.764 foram negativos e 160 foram positivos, aumentando o cumulativo para 8.888, dos quais 8.593 casos são de transmissão e local e 295 são importados.

Em relação ao número de recuperados, Sérgio Chicumbe anunciou que o país registou, nas últimas 24 horas, mais 361 elevando para 5.573 o número de pessoas totalmente livres da doença.

A informação foi avançada, esta sexta-feira, por Jacinto Loureiro, edil daquela autarquia. Apesar dos esforços tendentes a frear o ritmo de propagação da doença, como constatou o “O País”, alguns munícipes daquela autarquia continuam a não obedecer as medidas de prevenção da COVID-19. Saem para as ruas, alguns com crianças, sem máscaras. Pais e encarregados de educação mandam seus filhos para o mercado sem máscaras.

“Estamos preocupados com essa situação. Para o efeito, vamos endurecer as medidas de fiscalização, nos mercados e em outros espaços públicos, através da nossa Polícia Municipal, e se necessário, trabalharemos com a nossa Polícia de Protecção para que os prevaricadores, os incumpridores seja responsabilizados”, disse o edil para depois avançar como o valor de 40 milhões foi gasto.

“Criamos novos espaços para albergar todos os vendedores que estão em locais impróprios. Falo de um novo centro comercial que deverá ter 600 lojas e albergar mil vendedores. Teremos ainda – nesse centro comercial – a venda de legumes, frutas e cereais. Estamos a reorganizar os nossos mercados, de modo a que o distanciamento seja possível e não tenhamos casos de contaminação pela doença. Até a altura que falo (12h desta sexta-feira) temos 27 casos positivos dessa doença e não queremos ser referenciados pelas más razões”, referiu Loureiro.

Para aumentar a consciência dos munícipes sobre a COVID-19, está em marcha uma campanha de conscientização, implementada pela edilidade em parceria com a Mozal. “Esse valor não provém somente da edilidade, mas também de outros parceiros que têm nos ajudado nesse sentido. Por exemplo, essa parceria com a Mozal visa criar uma abordagem de comunicação mais agressiva para ver se reduzimos os casos da doença”, terminou.

 

O governo de São Paulo assinou com a empresa chinesa Sinovac um acordo de compra de 46 milhões de doses da vacina contra o novo Coronavírus, a serem entregues até Dezembro deste ano.

As 46 milhões de doses da vacina são equivalentes a toda a população de São Paulo, segundo o Notícias ao Minuto. Aliás, São Paulo é a região do Brasil mais afectada pela pandemia em números absolutos, de acordo com o Observador.

A imprensa brasileira escreve que até Fevereiro de 2021 está prevista a entrega de mais 14 milhões de doses da mesma vacina.

Prevê-se que a campanha de vacinação inicie no dia 15 de Dezembro, mas a vacina em alusão carece de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no Brasil.

Todavia, a segurança da vacina [“Coronavac”] já foi comprovada numa investigação com mais de 50 mil voluntários na China. A imunização tem sido testada também no Brasil, desde Julho, diz o Notícias ao Minuto.

O acordo foi assinado no Palácio dos Bandeirantes pelo governador estadual, João Doria, pelo director do Instituto Butantan, Dimas Covas, e pelo vice-presidente mundial da Sinovac, Weining Meng.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou esta quarta-feira que vai “apertar mais na fiscalização e responsabilização” devido ao incumprimento das medidas de prevenção e combate ao novo Coronavírus, o que dita o aumento de pessoas infectadas, sobretudo na cidade de Maputo, onde a capacidade de internamento está no limite.

“A taxa de ocupação de camas na cidade de Maputo triplicou nas últimas três semanas”, salientou Filipe Nyusi e disse mais: “actualmente, 100 por cento das camas dos cuidados intensivos” na capital do país está ocupada.

“Estamos a dizer, aqui em Maputo, onde temos mais capacidade do que o resto o país, todas as camas que tinham sido preparadas estão ocupadas. Significa que se um de nós estiver infectado ou numa situação já de doença pode não ter espaço no hospital. E, sobretudo, não ter ventilador. Eticamente, os médicos não vão tirar o ventilador ou tirar da cama aquele que está doente para” acomodar outro paciente.

“Quando nós dissemos que iríamos relaxar ou desconfinar, as pessoas pensaram que a doença acabou. Não acabou, está a matar mais ainda”, disse o Chefe de Estado e explicou que “alguns dos nossos concidadãos, quando se encontram nas praias se comportam como se a situação da pandemia já estivesse controlada. Não observam nenhuma medida de prevenção”.

Filipe Nyusi esclareceu: “ainda não estou a dizer que as praias estão fechadas. E devia fazer isso porque fui aconselhado até nesse sentido. Mas eu tenho fé na consciência dos moçambicanos e de todos os que vivem em Moçambique”.

Entretanto, por causa das anomalias “que verificámos na semana passada, vamos, a partir de hoje, apertar mais nas medidas de fiscalização e responsabilização”.

A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano “ainda hoje vai falar sobre como é que a retoma de aulas vai acontecer. O ministro do Interior vai comunicar que medidas de aperto concretamente” serão feitas, “sobretudo no aspecto de fiscalização”.

Falando na cerimónia de lançamento de “Iniciativas das Energias Renováveis”, que se enquadra na “Promoção de Leilões para Energias Renováveis (PROLER)”, o Chefe de Estado disse que “o país não pode desenvolver sem que o seu povo tenha saúde”.

Todavia, as medidas preventivas e restritivas no sentido de “retardar o pico da pandemia” e proteger o sistema nacional de saúde “não estão a ser devidamente cumpridas”.

Trata-se do terceiro caso associado àquela entidade em um mês. O funcionário em causa é de sexo masculino, com idade compreendida entre os 40 a 50 anos. A instituição diz estar preocupada, mas garante que não há motivos para alarmes.

Em consequência do novo caso positivo da COVID-19, a DNIC teve que encerrar um dos seus departamentos para que 14 funcionários que tiveram contacto com o profissional infectado possam cumprir quarentena domiciliar. Ademais, teve que encerrar a sua fábrica de bilhetes por 24 horas para que seja feito o trabalho de desinfecção.

No balanço do primeiro mês da retoma das actividades, a Direcção de Identificação Civil disse ter registado mais de 100 mil pedidos de bilhetes de identidade, um número superior ao que se regista normalmente.

Ainda na conferência de imprensa, a Direcção Nacional de Identificação Civil anunciou a detenção, em flagrante delito, de três indivíduos que pretendiam fazer empréstimos bancários com recurso a bilhetes de identidade falsos.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, manteve, hoje, no seu gabinete de trabalho, um encontro com os dirigentes da Cidade e Província de Maputo, para avaliar o impacto da Covid-19 e a aplicação das medidas de prevenção e combate à doença.

No encontro, Nyusi abordou com os participantes a forma eficaz de dar resposta à pandemia na Cidade e Província de Maputo, dois pontos que apresentam maiores casos de infecção, internamento e morte por Novo Coronavírus, em Moçambique.

Estiveram presentes no encontro, o Ministro da Saúde, Secretários de Estado da Cidade e Província de Maputo, Governador da Província de Maputo e os Presidentes dos Conselhos Autárquicos de Maputo, Matola e Boane e o Administrador do Distrito de Marracuene, lê-se numa nota de imprensa enviada à nossa redacção.

O Ministério da Saúde anunciou esta segunda-feira mais uma morte por Coronavírus na cidade de Maputo. A vítima é um homem de 64 anos de idade. O país já conta com 59 óbitos por causa da doença, 39 dos quais na capital moçambicana.

Segundo a instituição, o paciente estava internado numa unidade hospitalar da cidade de Maputo e a morte deveu-se ao agravamento do seu estado de saúde.

O homem ficou a saber que estava infectado no dia 27 de Setembro em curso e a morte aconteceu no mesmo dia.
Sobre os pacientes internados, Moçambique tem um cumulativo de 222, sendo 45 ainda acamados nos centros de internamento para pessoas com COVID-19 e noutros hospitais privados. A maior parte dos doentes encontra-se na cidade de Maputo.

“Dos cidadãos actualmente internados, 27 são do sexo masculino (60%) e 18 são do sexo feminino (40%). Destes, sete são crianças menores de cinco anos de idade e 20 são indivíduos com mais de 55 anos de idade (44.4%). Dos indivíduos internados, 18 (40%) estão em estado moderado, 21 em estado grave (46.7%) e um em estado crítico (2.2%)”, explicou o Ministério da Saúde.

De acordo com a directora nacional adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, os enfermos internados “padecem de patologias crónicas diversas, sendo que as mais frequentes são a hipertensão arterial (28.1%) e a diabetes (25%)”.

Contudo, nas últimas 24 horas 11 pessoas tiveram alta hospitalar e outras quatro foram internados devido à COVID-19, todos na cidade de Maputo.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, a directora nacional adjunta de Saúde Pública reportou igualmente mais 305 indivíduos que testaram positivo para COVID-19.

A cidade de Maputo registou o maior número de casos (165), correspondendo a 54% do total dos infectados em todo o país, seguida pela província de Maputo com 76 casos (25%).

Dos 305 novos infectados, 166 (54.4%) são homens e 139 (45.6%) mulheres. Entre eles, 19 são crianças menores de cinco anos de idade e oito indivíduos com mais de 65 anos.

A faixa etária de 25 a 34 anos de idade registou 95 casos (31.1%) do total dos casos reportados esta segunda-feira, explicou a médica.
Assim, o país tem cumulativamente 8.288 casos positivos registados, desde Março, dos quais 7.993 são de transmissão local e 295 importados.

Relativamente aos recuperados, houve mais 29, sendo 10 na província de tete, igual número em Gaza e nove na Zambézia,
Actualmente, Moçambique soma 4.836 (58.3%) indivíduos livres do novo Coronavírus e 3.389 activos.

+ LIDAS

Siga nos