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Os profissionais de saúde, os agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), os vendedores dos mercados e os transportadores inter-distritais são os grupos mais expostos ao novo Coronavírus na cidade de Lichinga, província do Niassa.

A informação, preliminar, consta dos resultados sobre o inquérito sero-epidemiológico, divulgado esta segunda-feira, naquela cidade, pelo Instituto Nacional de Saúde.

A instituição refere ainda que técnicos de medicina preventiva foram os mais expostos ao SARS-CoV-2 entre os profissionais de saúde, com as seguintes taxas: 4.2% para técnicos de medicina curativa, 2.9% para enfermeiros, 2.5% para administrativos e 1.1% para os agentes de serviço.

Relativamente aos membros da corporação, os agentes da PRM registaram taxa de exposição mãos elevada (4.0%), seguidos pela Polícia Municipal (1.8%) e Migração (1.4%).

Com 4.8%, os transportadores inter-distritais apresentam a exposição mais elevada neste sector, segundo o Instituto Nacional de Saúde, acrescentando que a “transmissão de SARS CoV-2 foi reportada apenas nos mercados Central de Lichinga (0.29%) e Chiuaula (0.33%)”.

O bairro Nzinje apresentou a seropositividade mais elevada, no entanto não foi reportada transmissão de SARS CoV-2 na maioria dos bairros.

“Adolescentes e jovens apresentaram maior exposição ao SARS-CoV-2 ao nível dos agregados familiares”, aponta o Instituto Nacional de Saúde, salientando que “a maioria dos participantes expostos ao SARS-CoV-2 não apresentava sintomas”.

Entretanto, a cidade de Lichinga apresenta a seropositividade mais baixado país comparada com outras cidades onde o inquérito foi realizado até o momento.

Durante o inquérito foram abrangidos 3.783 profissionais de saúde, forças policiais, vendedores de mercados, transportadores e estabelecimentos comerciais.

O primeiro caso positivo da COVID-19 no Niassa foi anunciado a 29 de Maio. Hoje a província soma um total de 245 pacientes infectados, 171 dos quais já recuperados.

Moçambique continua a registar mais recuperados, entre os indivíduos infectados pelo novo Coronavírus.

Esta segunda-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou que mais 323 pessoas estão livres da COVID-19, elevando, assim, o total de recuperados para 8.836 casos.

Entretanto, para além de recuperados, eleva-se, por outro lado, a cifra de positivos. Em 24 horas o MISAU diz ter registado 214 casos da COVID-19, depois de 765 pessoas suspeitas de terem a doença terem passado por testes.

Assim, Moçambique conta com um total de 11.080 casos que já testaram positivo para a COVID-19, tendo em nota que do número, 8.836 pessoas já não tem a doença.

Ainda esta segunda-feira, o MISAU revelou que há, nas unidades sanitárias do país, 47 internados devido ao Coronavírus. A maioria entre os pacientes sofrem de doenças crónicas como a hipertensão e diabetes.

De lembrar que o país já registou 75 óbitos na sequência da COVID-19

 

Moçambique está entre os 27 países do mundo a caminho do que pode ser considerado a pior crise alimentar das últimas gerações, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentação (PMA). E a pandemia da COVID- 19 está a agravar a situação.

São 09h45 em Moçambique. No bairro Luís Cabral, a poucos quilómetros do centro da cidade de Maputo, quatro das sete crianças que vivem numa casa, com apenas um compartimento, visitadas pelo “O País” não sabem o que comer. Naquela residência falta um pouco de tudo.

Na família de Venâncio, biscateiro, desde a eclosão do novo Coronavírus que não há alimentação como antes. Aliás, muito antes da pandemia já se “passava mal” para ter o que comer. Em média havia duas refeições por dia, mas agora o jantar é a única refeição diária da família.

“Hoje, por exemplo, o meu marido não foi trabalhar e não sabemos o que comer. Só no final do dia irei à estrada para ver se o meu filho mais velho, que tem 10 anos, conseguiu vender alguma coisa. O dinheiro que conseguir vamos comprar um bocado de arroz ou farinha e algum caril”, contou a esposa de Venâncio.

Enquanto “O País” estava no local, o menino mais novo – pouco mais de um ano – dividia com os outros irmãos a pouca xima que havia. E a mãe, com o semblante triste, considerou que aquele “era um milagre, sobrar comida do dia anterior e seria a única refeição do dia até se conseguir algo para comer”.

A mulher contou que antes da pandemia, as crianças passavam mais tempo na escola e não se queixavam muito de fome como agora que todos em casa. “Dói ver os meus filhos a chorar e pedir comida” sem que “eu poder fazer nada. Às vezes tento disfarçar, finjo que não estou a perceber, mas há dias que não aguento e começo a chorar”.

Para esta família, além da redução de pequenos trabalhos remunerados, que garantiam a sobrevivência da família, a pandemia fez com reduzissem também as vendas numa pequena banca que também assegurava a sobrevivência. Por dia já se não consegue ganhar mais do que 30 meticais de lucro.

A pequena horta da família está quase morta, as panelas vazias e do lume aceso no dia anterior para confeccionar a única refeição só restam cinzas.

Zeferino Avijala trabalha como vendedor numa loja no centro da cidade de Maputo. Com a pandemia, o patrão reduziu o salário. O entrevistado contou que com o que ganha, agora, só chega para diariamente deixar apenas 100 meticais em casa, no sentido de a esposa alimentar os dois filhos. “Quando chego em casa às 19h00, as crianças choraram e eu não sei o que fazer. É complicado”, desabafou.

Ainda naquele bairro, Emília José vive o mesmo drama da família de Zeferino e Venâncio. Mulher de poucas palavras, Emília só lamentava – durante a entrevista – a situação a que está sujeita. Ela não sabe como alimentar o seu agrado de sete membros, dos quais cinco crianças.

Estas famílias disseram que não sabem por quanto tempo estarão nesta situação enquanto a COVID-19 persistir.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas, mais de 130 milhões de pessoas estão na iminência de passar fome em todo mundo até o final deste ano. Neste momento, 690 milhões já não têm o que comer. Em Mocambique, estima-se que 1.7 milhão de pessoas já passam fome.

O Governo prevê contratar mais 1.444 profissionais de saúde para prestar apoio no combate à COVID-19. A proposta consta da revisão do Orçamento de Estado previsto para este ano

A contratação será de 60 Médicos de clínica geral, 300 enfermeiros gerais, 300 técnicos de medicina curativa, 120 técnicos de laboratório, 60 técnicos de farmácia, 60 técnicos administrativos, 60 motoristas de ambulância, 60 serventes de unidades sanitárias e 60 serventes para ambulância, revelou esta sexta-feira Adriano Maleiane, Ministro da Economia e Finanças.

Maleiane, que falava durante uma audição na Comissão de Plano e Orçamento (CPO) da Assembleia da República, falou ainda dos subsídios aos profissionais de saúde, revelando que variam entre 30% e 10%, de acordo com a área e risco de cada profissional.

E quanto ao sector da defesa, em particular aos militares que combatem o terrorismo em Cabo Delgado, o Ministro da Economia e Finanças disse que os subsídios variam, também, de acordo com a patente, conforme estabeleceu o Estado-maior General. Entretanto, atingem 150%.

Com os referidos subsídios ao sector da defesa, a economia e finanças colocou 182.3 milhões de meticais no orçamento, instrumento com algum défice.

“Nós tínhamos um orçamento que tinha um défice de 105 biliões de meticais e passou para 158 biliões de meticais”, disse Maleiane.

Refira-se que o Executivo espera receber 50 milhões de Euros da União Europeia, valor com o qual poderá suportar despesas do Orçamento.

O número de infectados pela COVID-19 em Moçambique subiu para 10.612, com o registo de mais 75 casos positivos, nas últimas 24 horas, anunciou o Ministério da Saúde (MISAU), em comunicado de imprena da actualização de dados feita esta sexta-feira. Do total de 10.612 caos positivos, 10.313 casos são de transmissão local e 299 são importados.

“Até hoje, 16 de Outubro de 2020, no nosso país foram testados cumulativamente 164.361 casos suspeitos, dos quais 2.026 nas últimas 24 horas. Dos novos casos suspeitos testados, 1.951 foram negativos e 75 foram positivos para COVID-19”, lê-se no comunicado MISAU enviado para “O País”.

No comunicado, o Ministério da Saúde informou que dos novos casos positivos, 72 são de nacionalidade moçambicana e três (3) casos são estrangeiros. “Destes, um (1) caso é indivíduo de nacionalidade francesa e dois (2)  de nacionalidade libanesa. Todos os setenta e cinco (75) novos casos hoje reportados resultam de transmissão local”.

De acordo com os dados disponibilizados pelo MISAU, os cidadãos infectados tem idades tem idades compreendidas entre cinco (5) e 64 anos de idade, e todos encontram-se em isolamento domiciliar.
“A cidade de Maputo registou o maior número de casos (60), correspondendo a 80% do total dos casos reportados hoje em todo o país, seguida pela Província de Maputo, com seis casos (8%)”, refere o comunicado.

Até o momento, o país tem um cumulativo de 299 pacientes internados. “Destes, 38 pacientes encontram-se actualmente internados nos Centros de Internamento de COVID-19 e em outras Unidades Hospitalares. E a maior parte dos pacientes está na cidade de Maputo”.

O mesmo documento indica que o número de pacientes recuperados no país subiu para 8.262 esta sexta-feira, com registo de mais 48 casos totalmente recuperados da COVID-19.

Dos 48 casos recuperados “10 casos são da província de Cabo Delgado e 38 da Zambézia. Todos 48 casos recuperados reportados hoje são de nacionalidade moçambicana.

O número de óbitos mantêm-se em 73 e o número de casos activos é de 2.273.

O presidente do município de Maputo, Eneas Comiche, recebeu esta quinta-feira, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Un-habitat e WaterAid, material prevenção da COVID-19 destinado ao Distrito Municipal da Ka-Tembe.

Trata-se de oito sistemas de lavagem das mãos, sabão líquido e duas mil mascaras entregues ao município de Maputo no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Lavagem das Mãos.

O edil de Maputo, Éneas Comiche enalteceu o gesto dos parceiros de cooperação e falou da importância da lavagem das mãos com água e sabão para evitar a contaminação COVID-19 e outras doenças.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde, os vendedores dos mercados fazem parte do grupo exposto à eventual contaminação pela COVID-19. Neste contexto, a vereadora de Saúde e Acção Social no município de Maputo, Alice de Abreu, garantiu que a edilidade está a trabalhar para controlar a propagação da doença.

O UNICEF diz, em comunicado sobre “higiene das mãos para todos”, que lavar as mãos não apenas uma das medidas preventivas mais importantes para evitar a transmissão da pandemia da COVID-19. É também uma das “medidas mais económicas para prevenir uma série de doenças transmissíveis, que são responsáveis por quase três quartos de todas as mortes (73%) em Moçambique. Pneumonia e diarreia são as duas das quatro principais causas de morte neste grupo”.

A pandemia da COVID-19 trouxe-nos uma forte lembrança da importância da lavagem as mãos como uma das maneiras mais simples e eficazes de prevenir a propagação de qualquer vírus e garantir uma saúde melhor para todos.

No mesmo documento, sublinha-se que a higiene das mãos é uma das medidas mais rentáveis na prevenção de doenças transmissíveis. “Por exemplo, 50 por cento das mortes relacionadas com diarreia poderiam ser evitadas através da lavagem das mãos com sabão, enquanto o retorno do investimento de uma campanha de higiene pode chegar a 92 vezes o valor investido”.

A cidade de Maputo é o local com maior número de infecções e mortes pela COVID-19 em todo o país. Tem 4.943 dos 10.537 diagnosticados desde Março último.

Mais 179 foram consideradas livres do novo Coronavírus, de quarta para quinta-feira, no país, o cumulativo subiu para 8.214, num total de 10.537 casos positivos registados desde Março passado. Maior número de recuperados é da província de Maputo, com 109 pessoas, seguida da cidade de Maputo, 41 cacos.

Dos recuperados, quatro são de nacionalidade estrangeira, sendo um indiano e três chineses. Neste momento, o país tem 2.246 casos activos da COVID-19.

Dos novos casos suspeitos testados, 145 foram positivos para COVID-19 e a maior parte é da capital moçambicana, com 95. Cumulativamente, o país soma 10.537 casos positivos, dos quais 10.238 são de transmissão local e 299 importados.

Segundo o Ministério da Saúde, do cumulativo de 292 pacientes internados, 34 ainda estão internados, o grosso na cidade de Maputo.

Moçambique soma 73 mortes devido ao novo Coronavírus.

Neste momento, 5.974 pessoas encontram-se em quarentena domiciliária e 2.492 são contactos de casos positivos em seguimento.

 

 

Os transportadores e o mercado Maquinino na cidade da Beira, em Sofala, estão mais expostos ao novo Coronavírus, conclui o inquérito sero-epidemiológico realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS).

Nos transportadores, destacam-se os de longo curso, os operadores de táxi-carro e de motorizada. Depois deste grupo profissional, os agregados familiares estão em maior risco de contraírem o sars-cov-2 naquela cidade do centro de Moçambique.

No que diz respeito aos mercados da cidade da Beira, o INS explica que o mercado Maquinino tem taxa de seropositividade mais elevada de toda a cidade, com 22.6%, contrapondo-se à Vila Massane, com 2.4%.

O bairro Macurungo está em maior exposição ao vírus (9.1%), seguido pelo bairro Tchondja (8.7%)

O INS apurou igualmente que todas as idades estão expostas ao vírus na cidade da Beira, principalmente pessoas de 15 a 34 anos.

Na capital de Sofala, as Forças de Defesa e Segurança e os profissionais de Saúde são os grupos menos expostos à COVID-19, com uma taxa de 2,8%, comparativamente aos transportadores e comerciantes,

Subiu para 10.392 o número de casos positivos da COVID-19 em Moçambique, com registo de mais 134 casos, resultantes de 1.388 testes realizados nas últimas 24 horas.

Dos novos casos positivos, 131 são moçambicanos e três estrangeiros, dos quais: um argentino, um brasileiro e outro indiano. Todos os casos hoje reportados são de transmissão local.

“A cidade de Maputo registou maior número de casos positivos com 107, correspondente a 79,9% do total dos casos reportados hoje em todo o país, seguida pela província de Maputo com 13 casos, correspondente a 9,7%”, informou o Ministério da Saúde num comunicado enviado ao “O País”.

O país conta com um cumulativo de 284 pacientes internados. Destes, 30 nos encontram-se nos centros de internamento para pessoas com COVID-19 e em outras unidades hospitalares. “Maior parte dos pacientes encontram-se na cidade de Maputo”.

Quanto aos 155 recuperados, 152 são da cidade de Maputo, um de Inhambane e outro da Zambézia.

Com 155 novos casos de pacientes recuperados, o país soma 8.035 pessoas livres da COVID-19, desde o registo do primeiro caso da doença em Março último.

Moçambique tem um cumulativo de 2280 casos activos da COVID-19.

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