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COVID-19 pode agravar as condições alimentares e de nutrição em Timor-Leste

O responsável do Programa Alimentar Mundial em Timor-Leste, Dangeng Liu, alertou esta quarta-feira para os riscos de a pandemia da COVID-19 agravar as condições alimentares e de nutrição de uma parte da população timorense, já vulnerável.

“Timor-Leste não produz alimentos suficientes para alimentar a população. Setenta por cento do arroz consumido é importado, mas com a COVID-19, muitos dos países fornecedores suspenderam as exportações”, disse Dangeng Liu.

Para Dangeng Liu, a COVID-19 “pode servir como alerta para a necessidade de uma política agrícola adequada, para evitar que crises como estas se transformem em crises alimentares”.

O responsável do Programa Alimentar Mundial falava num encontro com jornalistas em Díli para dar conta dos vários programas que o PAM tem vindo a desenvolver em Timor-Leste desde que começou a operar no país, em 1999. A acção do Programa está centrada, nos últimos anos, no apoio à ação do Governo para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, particularmente a erradicação da fome e da malnutrição.

Na ocasião, Liu defendeu que a questão da nutrição é importante, principalmente para as crianças, pois o país continua a registar os níveis mais elevados de nanismo entre crianças com menos de cinco anos, da região da Ásia e Pacífico.

“A questão tem a ver com a alimentação, mas também com questões como saúde, água e saneamento e mudanças de comportamento”, afirmou.

O secretário de Estado da Comunicação Social, Merício Akara, Merício Akara disse que o Governo já tomou já decisões políticas no sentido de “minimizar os efeitos económicos da pandemia” e que está agora na fase de execução das medidas, reafirmando o seu empenho em reativar a economia nacional.

Akara pediu aos jornalistas que deem algum destaque a “notícias positivas” sobre o país, inclusive nas questões como a acção do PAM e de outras entidades para combater os problemas de nutrição do país.

O PAM iniciou as suas operações em Timor-Leste em Outubro de 1999, com um orçamento de 26,4 milhões de dólares para a operação de emergência de apoio aos deslocados internos devido à onda de violência depois do referendo de 30 de agosto desse ano.

A operação inicial previa a distribuição de quase 26 mil toneladas de ajuda alimentar a mais de 400 mil pessoas durante seis meses.

A organização manteve o seu apoio em 2002 e em 2003 canalizou apoio a comunidades afetadas pelas secas e inundações.

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