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Moçambique quer usar 62 por cento de energias renováveis até 2030

Foto: O País

Compromisso foi assumido hoje pelo Primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, discursando na Cimeira dos líderes mundiais no quadro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26).

Moçambique transmitiu hoje a sua mensagem ao mundo sobre a emergência de salvar o planeta. Em representação da Nação subiu ao pódio da Cimeira dos Líderes mundiais na COP-26, o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que reiterou o compromisso dos moçambicanos com a transição energética.

“Constitui prioridade para Moçambique a implementação de um programa de transição energética assente numa matriz diversificada, com fontes mais limpas e amigas do ambiente, que estão em consonância com os programas de desenvolvimento do nosso país”, assegurou o Primeiro-ministro, apontando como apostas do país a energia hidroeléctrica, solar e eólica.

Mas deixar de produzir energia com base em fontes fósseis tem custos pelo este processo, segundo o governante, deve ser faseado. “Moçambique defende uma transição energética para energias mais limpas e amigas do ambiente que seja gradual e faseada de modo a minimizar o impacto no processo de desenvolvimento económico do nosso país”. Nesse sentido mesmo sendo considerada uma energia não amiga do ambiente, o país pretende fazer o processo de transição energética apostando no gás natural, decisão influenciada pelas descobertas de grandes qualidades deste recurso em território nacional. “Moçambique se propõe a utilizar o gás natural como energia de transição para fontes mais limpas” e com isso, Carlos Agostinho do Rosário deu garantias de que o país tudo fará para “atingir, até o ano 2030, os níveis de 62% da contribuição de energias renováveis na matriz energética nacional no âmbito do alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Apelamos a mobilização de mais recursos para a resiliência

Numa conferência sobre mudanças climáticas, o país não podia passar ao lado dos eventos extremos que têm devastado a Nação. Do Rosário recordou aos presentes da COP-26 que “estamos como país na rota dos eventos climatéricos extremos que se registam de forma cíclica e, cada vez mais, frequente e com maior intensidade tais como ciclones, cheias, inundações e secas” .

A título de exemplo, disse o Primeiro-ministro, Moçambique foi afectado, em 2019 e 2020, por 5 ciclones, sendo os ciclones Idai e Kenneth os mais devastadores. Aqueles ciclones provocaram perdas de centenas de vidas humanas, afectaram mais de 800 mil pessoas e causaram elevados danos sociais e económicos, orçados em mais de três mil milhões de dólares norte-americanos.  

O governante moçambicano terminou assegurando que “dada a frequência e intensidade com que os eventos climatéricos extremos se registam no nosso país, a nossa abordagem está centrada na prevenção, adaptação, mitigação, reassentamento da população virado para o desenvolvimento, construção de infra-estruturas resilientes assim como de gestão de recursos hídricos, conforme previsto na nossa Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) actualizada que lançamos, ontem, à margem desta Cimeira”. Mas para que isso se concretize, deixou a seguinte mensagem: “apelamos a mobilização de mais recursos, a suavização dos critérios de acesso aos mesmos e transferência de tecnologia”.

A cimeira vai até o dia 12 de Novembro e assim dos próximos 10 dias são de reuniões técnicas para o acerto ao detalhe dos terminais que vão corporizar o Acordo de Glasgow. O Egipto candidatou – se para acolher a COP-27 e Moçambique apoia a sua candidatura.

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