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Cooperativa de filho da governadora de Manica suspeita de violar decreto

O comentador da STV, Alberto da Cruz, diz haver grupos disfarçados de pequenos garimpeiros em Manica que continuam a explorar a actividade mineira. Uma dessas pessoas é o filho da governadora. 

Dois grupos terão invadido a mina da empresa Tantalite, em Manica, para extrair ouro. Por desentendimento, entraram em conflito resolvido com ajuda da UIR. 

Na sequência, segundo Alberto da Cruz, comentador da STV, as partes criaram uma cooperativa que continua a explorar ouro na zona.

“É que esta cooperativa, se entrarmos na plataforma da Direcção Nacional de Recursos Naturais, vamos encontrar que ali há nomes especiais, como o de Inocêncio Agostinho Francisco Fainda, que é filho da governadora”, refere.

Da Cruz diz que a cooperativa é a que está a criar os desmandos na actividade mineira em Manica e questiona como é que foi legalizada por instituições do Estado para operar em mina alheia, com disfarce de pequenos garimpeiros.

“E é bom frisar que é a única actividade mineira que, se formos para lá hoje, as suas máquinas estão a funcionar. (…) Isto é um desafio à autoridade do Presidente da República”, entende o comentador do programa televisivo.

Alberto da Cruz alerta para o aproveitamento político da situação. “O Presidente da República até pode ter uma visão, mas depois já não tem ninguém a seguir, e isso já é um problema, porque isso gera o aproveitamento político. Este grupo de governantes, pobres como eu, que chegou agora, têm a oportunidade para serem eles os donos das minas”, afirma Alberto da Cruz.

Por seu turno, Hélder Jauana, também comentador da STV, considera que é necessário atacar o mal pela raiz.

“Todos aqueles indivíduos que andam com sacos de dinheiro em hotéis, tanto em Manica, Niassa e um pouco por todo este país são conhecidos e até têm escolta, ou de empresas privadas ou da PRM são os que pagam os garimpeiros, são os que subornam e alimentam este negócio. Mão dura contra eles”, diz Jauana.

No tocante à retoma de algumas empresas mineiras, Jauana diz ser muito cedo. “No caso daquelas minas próximas aos rios, que estiveram a poluir, é preciso garantir que tenhamos um período sem trabalho naqueles locais e que se faça de tudo para recuperar do ponto de vista ambiental. Suspendeu, deve-se manter suspenso para lidar com aquela situação e garantir que o Estado ganhe dinheiro, os garimpeiros paguem impostos e alguém deve certificar o ouro que sai”, afirma.

Jauana entende que o tratamento deve ser igual para todos operadores. “Para situações críticas, medidas drásticas. O país não pode continuar a colocar paninhos quentes e a viver em ilhotas em que uns estão bem, funcionam legalmente e os outros que funcionam ilegalmente fazem e desfazem”, avança.

Hélder Jauana e Alberto da Cruz falavam no programa Pontos de Vista, da STV.

 

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