Já há movimentações nos bastidores e vários nomes avançados para a sucessão do Papa Francisco. Destaque vai para o Presidente da Conferência Episcopal da Itália Dom Matteo Zuppi que foi atribuído pelo Estado o título de Cidadão Honorário de Moçambique, por ter sido um dos mediadores do diálogo que levou à Assinatura dos Acordos de Paz de Roma.
Logo após o funeral do Papa Francisco segue-se à escolha do seu sucessor. O conclave para o efeito é organizado pelo Camerlengo, o cardeal americano-irlandês Kevin Farrell.
É uma reunião que ocorre à porta fechada, que terá lugar na Capela Sistina, entre os 252 membros do Colégio de cardeais, dos quais apenas 138 cardeais é que têm poder de voto.
Durante a eleição do novo Papa, que se prevê que aconteça até 21 de Maio, os 252 cardeais ficam trancados dentro do Vaticano, sem comunicação com o exterior, para impedir alguma influência.
De acordo com o Vaticano, o novo Papa deverá ser um bom “pastor de almas”, teólogo e diplomata, além de falar várias línguas, em primeiro lugar o italiano, a língua oficial do Vaticano.
E já há nomes avançados pela imprensa internacional, daquele que poderá ser o Papa número 267.
Pietro Parolin
Italiano de 70 anos – secretário de Estado da Santa Sé, desde 2013, nomeado no primeiro ano do pontificado de Francisco, por muitos considerado o “número 2” do papa. É poliglota e acumula inúmeros serviços prestados à Igreja, quase 40 anos de experiência na diplomacia da Santa Sé.
Parolin teve papel importante na intermediação das negociações que levaram à retomada das relações de Cuba e EUA, em 2015.
Matteo Zuppi
Italiano de 69 anos: arcebispo de Bolonha, actual presidente da Conferência Episcopal Italiana, se tornou uma estrela ascendente nos últimos anos, com diversos gestos de acolhimento a casais homoafetivos e tendo sido escalado por Francisco para tentar mediar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Em 1990, Zuppi foi um dos mediadores que alcançaram o acordo de paz para encerrar mais de 16 anos de uma guerra civil em Moçambique, através da Comunidade de Santo Egídio do qual é co-fundador. E foi condecorado pelo Estado Cidadão Honorário de Moçambique.
Pierbattista Pizzaballa
Italiano de 60 anos, comanda desde 2016 o Patriarcado Latino de Jerusalém – uma das mais importantes arquidioceses católicas, com jurisdição sobre a Palestina, Israel, Jordânia e Chipre.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, ele recorrentemente fez apelos pela paz e chegou a se oferecer em troca da libertação das crianças sequestradas pelo grupo palestino.
Luis Antonio Tagle
Filipino de 67 anos: tornado cardeal por Bento 16, é o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Arcebispo emérito de Manila e proclamado cardeal em 2012. Tagle já foi apelidado de “o Francisco asiático” por conta de sua relação com os pobres.
Peter Turkson
Ganês de 77 anos – um cardeal católico ganês e prefeito-emérito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano.
Arcebispo emérito de Cape Coast, nomeado por João Paulo II, Turkson é o primeiro cardeal nativo da República Gana. Turkson reúne experiência, reconhecimento interno e um simbolismo poderoso: se eleito, será o primeiro Papa negro da história.
Jean Marc Aveline
Francês de 66 anos: o arcebispo de Marselha e supostamente o “favorito” do papa Francisco para sucedê-lo é conhecido pela dedicação às questões de migração e diálogo inter-religioso. Foi elevado ao cardinalato em 2022.
José Tolentino de Mendonça
Português de 59 anos: Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação, o cardeal é poeta, teólogo e ex-bibliotecário da Santa Sé. Nomeado por Francisco em 2019, é considerado da ala progressista da Igreja, com forte actuação intelectual e afinidade com o pontífice falecido.
O anúncio dos resultados da votação é feito através de uma fumaça de chaminé, na capela Sistina, de duas cores: Branca – que significa a eleição do novo Papa ou Preta, que indica a necessidade de mais uma ronda de votação. O toque dos sinos da Basílica de São Pedro deverão confirmar a eleição.