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Confrontos na Zambézia: PRM baleia mortalmente dois cidadãos em Coromana

Foto: O País

Os tumultos em causa foram originados por populares que recusam acatar instruções das autoridades locais de não uso da moeda malawiana, o kwatcha. Sucede que, nas zonas que fazem fronteira com aquele país, a população do lado de Moçambique transacciona moeda daquele país nas trocas comerciais no território nacional.

Dois óbitos e um ferido grave são o balanço do confronto que houve na terça-feira entre a população enfurecida e a PRM, no posto administrativo de Coromana, distrito de Mulumbo. Sucede que o grupo de populares decidiu sair à rua para manifestar em virtude de uma orientação do Governo local de não uso da moeda malawiana nas transacções de trocas comerciais. Trata-se de uma prática antiga que ocorre nas zonas fronteiriças dos distritos de Mulombo, Milange, Morrumbala e parte do distrito de Derre, mas os Governos locais nunca conseguiram travar a situação. 

Em Molumbo, concretamente no posto administrativo de Coromana, viveu-se, na segunda e terça-feira, uma situação de vandalização que comprometeu o funcionamento dos serviços do Estado. A sede do posto administrativo, comando policial, casa do respectivo chefe do posto e uma viatura particular foram alvos de vandalização. A situação estava incontrolável, tanto que obrigou a intervenção da guarda-fronteira, PRM e da unidade da UIR, como forma de amainar os ânimos dos populares. 

“De facto, no dia sete, depois das 18 horas, no posto administrativo de Coromana, houve levantamento de cidadãos manifestando a decisão do Governo distrital de ter interditado a circulação da moeda malawiana, o kwatcha, que é frequente naquela fronteira. Face a esta decisão, os cidadãos mobilizaram-se, criaram desmandos e distúrbios naquele posto administrativo”, contou Aquilasse Kapangula, afirmando que, na ocasião, foram detidos quatro cabecilhas tidos como protagonistas da acção.

“No dia seguinte, no dia oito, por volta das oito horas, mais uma vez, os populares fizeram o levantamento exigindo, neste caso, a libertação dos quatro cidadãos que tinham sidos detidos, mas os cidadãos não foram soltos e permanecem encarcerados. Porque a pressão popular era maior, com tendência forte de destruição de posto policial e na tentativa de conter os ânimos, dois cidadãos foram alvejados mortalmente  e um ferido que, de imediato, foi socorrido para o hospital distrital de Milange, onde recebe, neste momento, cuidados médicos”, referiu o comandante provincial.

Aquilasse Kapangula deixou claro que a intenção da Polícia não era matar, sendo que a bala foi perdida, por isso lamentou a situação.

De acordo com o comandante, foi destacado um contingente policial para salvaguardar a livre circulação das pessoas. 

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