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Conflitos e desastres naturais desaceleram a expansão da internet no país

Foto: O País

Os desastres naturais e os recorrentes conflitos armados nas zonas centro e norte do país estão entre algumas limitações que dificultam a expansão de infra-estruturas de internet no território nacional.

No país, a demanda pela internet é cada vez mais crescente, incluindo nas comunidades mais remotas, o que impõe a necessidade de expansão dos sistemas de rede nestas regiões. No entanto, as condições locais, que não têm sido favoráveis, impõem mais trabalho, para reverter o cenário.

Para além de desastres naturais e conflitos armados, Humberto Barros, director técnico operacional da TV Cabo, aponta as queimadas descontroladas como os factores que influenciam no alargamento da rede de internet, referindo-se, particularmente, sobre o sistema da Banda Larga.

“Estas debilidades interferem, sobremaneira, na estrutura central de distribuição do sinal da internet de Maputo para outros pontos do país”, afirmou Humberto Barros.

Ainda sobre as limitações que interferem no acesso à internet, Humberto Barros aponta que a manutenção das infra-estruturas também constitui um desafio, dada a extensão do território.

Em relação a infra-estruturas, Barros refere-se também à construção de edifícios, que muitas vezes são erguidos sem acomodar condições de instalação do sistema de redes, apontando especialmente a Cidade de Maputo.

“Muitas das vezes, é difícil manter a estabilidade, especialmente a nível central, de onde se faz a distribuição do sinal ao longo país”, referiu Humberto Barros.

A instalação de infra-estruturas de rede de internet numa determinada zona tem custos e o retorno por esse investimento é necessário. Para tal, Humberto Barros sugere que a expansão da internet nas comunidades seja acompanhada por um estímulo ao desenvolvimento económico local.

“O investimento é grande, mas o retorno tem, muitas vezes, sido diminuto. Não obstante esses constrangimentos, os trabalhos devem continuar no sentido de prover os serviços digitais às comunidades.”

As limitações para o acesso à internet são as que já todos conhecemos, mas elas não devem interferir na inovação. A aldeia global é, constantemente, exigente, por isso o país deve sobrepor-se e acelerar os mecanismos de digitalização.

Esses mecanismos, segundo Humberto Barros, passam por cada empresa, instituição ou indivíduos, na sua condição pessoal, determinar o seu destino e não esperar que um factor externo imponha para esse feito.

“Cada empresa conhece as suas necessidades, então não podemos esperar que alguém nos venha dizer o que temos de fazer. E temos que ser capazes de ser críticos perante esses processos de digitalização”, expressou Barros.

Estas ideias foram defendidas nesta sexta-feira, num painel da oitava edição da feira MozTech, cujo tema foi “Banda Larga: o caminho para a conectividade”.

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