O indicador de confiança de emprego registou queda pelo quarto mês consecutivo. Em Agosto atingiu o nível mais baixo dos últimos dez meses da sua série temporal.
A queda de confiança dos moçambicanos em relação ao emprego, pelo quarto mês consecutivo, deveu-se à avaliação negativa do indicador nos sectores de comércio, da produção industrial e de construção, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este comportamento contrasta com as avaliações positivas registadas nos sectores de alojamento e restauração, de transportes, bem como no sector dos outros serviços não financeiros que aumentou ligeiramente.
Muito contribuiu para esta baixa confiança no emprego, o facto do índice das empresas com dificuldades no seu funcionamento, ter aumentado em Agosto face ao mês anterior, aponta o INE, no seu "Indicador de Confiança e de Clima Económico”, uma publicação mensal sobre a conjuntura económica de Moçambique.
Em média, 29% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo em Agosto, o que correspondeu a um acréscimo de 1%, comparativamente ao mês de Julho, facto que esteve em linha com o ponto de situação do indicador do clima económico.
O ténue aumento de empresas com constrangimentos deveu-se, principalmente, ao incremento da frequência relativa de firmas com limitação em todos sectores inquiridos, com excepção dos sectores de alojamento e restauração, bem como o sector de comércio.
Entretanto, os sectores de construção (35%), da produção industrial (34%) e de comércio (30%) continuaram com a maior frequência relativa de empresas com problemas de ambiente de negócios.
No geral, e de acordo ainda com INE, a confiança empresarial na economia, expressa pelo Indicador do Clima Económico (ICE) das empresas do sector real, registou uma diminuição ligeira em Agosto, tendo o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série temporal.
No período em análise, contribuíram para este facto, a deterioração do indicador de expectativa de emprego que ocorre há mais de três meses, bem como a ligeira diminuição do indicador de expectativa de procura face ao mês anterior.
Sectorialmente, a conjuntura desfavorável da economia deveu-se, à avaliação pouco abonatória da confiança nos sectores da produção industrial, de construção, dos outros serviços não financeiros e de comércio, suplantando assim as avaliações positivas das actividades de alojamento, restauração e similares, bem como no sector de transportes e armazenagem no mesmo período em análise.
Em Agosto, o indicador de expectativas de procura diminuiu ligeiramente face ao mês anterior, tendo o respectivo saldo continuado acima da média da respectiva série cronológica. Os principais contribuintes dessa redução foram as previsões de diminuição da procura no futuro nos ramos da construção, de comércio e da produção industrial.
Para os sectores de transportes e alojamento, restauração e similares, as previsões de procura foram de aumento para o sector de outros serviços não financeiros a registar uma estabilização no mês de referência.