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Condomínio do Município de Maputo no Zimpeto alberga inquilinos de forma clandestina

Foto: O País

Casas que o Município construiu para serem arrendadas por funcionários do concelho estão a ser alugadas clandestinamente. A edilidade tinha retirado todos os inquilinos, em 2017, para dar lugar a um novo projecto. Os que agora ocupam o local são, preferencialmente, nigerianos e burundeses.

Em Novembro de 2017, segundo uma placa instalada no condomínio, a edilidade decidiu retirar todos os ocupantes da propriedade para dar lugar a um novo condomínio, que seria construído em parceria com empresários turcos.

Entretanto, desde então, as casas ficaram abandonadas, albergando marginais e animais vadios. Os quintais são até usados como campos agrícolas.

Algumas das casas estão a ser alugadas clandestinamente a indivíduos estrangeiros.

“As pessoas é que me dizem para dar as casas, para depois, segundo elas, quando o Estado vier, darem dinheiro aos agentes do Estado. Essas pessoas dizem-me que estão interessadas nas casas. Algumas casas estão a ser recuperadas, não pelo Estado, mas pelas pessoas que estão interessadas. Por exemplo, esta casa ao lado está a ser reabilitada por uma pessoa, e a tal pessoa ainda não pagou. Ele vai pagar ao Estado quando cá vier”, revelou um suposto angariador de inquilinos que revelou que, pelo seu intermédio, cinco casas já foram ocupadas.

No recinto, com aspecto de abandonado, há casas que estão a ser reabilitadas à revelia do Município para acolher mais inquilinos.

“Fui contratado pelo mestre e pelo patrão para trabalhar aqui. O patrão é um nigeriano. Estou aqui a pintar e a montar grades”, disse um serralheiro que estava a montar e a pintar grades.

Um outro indivíduo abordado pela equipa do “O País” diz ser electricista e que foi solicitado apenas para verificar a instalação eléctrica.

“Fui chamado para ver a situação da energia, só isso”, afirmou o suposto electricista, que diz não conhecer o patrão.

Segundo Hélder Muando, responsável do condomínio, o projecto anunciado em 2017 continua e o Município de Maputo vai investigar o caso de arrendamentos clandestinos.

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