Na semana passada a presidente da Assembleia Provincial de Sofala, Antónia Charre, disse durante a reunião semanal da saúde pública, que na praia de Savane, concretamente na região denominada “casa partida” (havia naquele local uma instância turística que foi destruída pela erosão costeira e a comunidade passou a designar a área por casa partida), localizada há cerca de 40 quilómetros do centro da cidade da Beira, entravam no país cidadãos de nacionalidades estrangeiras. Charre disse que colheu tal informação durante encontros que manteve com a comunidade local.
Nesta segunda-feira este jornal deslocou-se ao posto administrativo de Nhangau para aferir estes dados. A comunidade local disse que ficou surpreendida com a informação e que acompanharam a informação através dos órgãos de informação e em encontros dirigidos pelos líderes locais, que se seguiram depois da notícia ser veiculada, mas mesmo assim estavam preocupados.
Francisca Saíde, de 60 anos de idade, que vive em Savane desde a sua infância, afirmou que tal informação não passa de um boato que “infelizmente chegou a semear medo no seio das nossas comunidades”.
“Nunca vimos indivíduos desconhecidos, nacionais ou estrangeiros a entrar para o nosso território através da costa moçambicana. Ficamos surpreendidos com a informação nos órgãos de comunicação e nos dias seguintes, houve vários encontros locais para clarificar esta informação e chegamos a conclusão que é um boato”, acrescentou.
O secretário do bairro, Basílio Augusto, disse que ninguém no local donde partiu a informação, sabe dizer “donde vieram estas pessoas, quando passaram por aqui e quem as viu. Portanto tudo indica que trata-se certamente de um boato”.
A polícia que logo depois da denúncia da presidente da Assembleia Provincial, montou um posto polícia em Savane, onde apenas decorriam patrulhas dirigidas, referiu que a investigação levada a cabo logo a seguir, concluiu que não há entrada de estrangeiros ilegais na Beira ou em toda a província de Sofala.
“O que apuramos é que os crentes de uma igreja denominada Zione Church, tem recorrido as praias de Savane para fazerem orações. Aliás, oito crentes desta igreja foram detidos na passada quarta-feira em pleno culto naquela zona, trajando vestes religiosas. Era uma situação clara de violação de decreto presidencial e foram libertados mais tarde. Portanto não há, neste momento nenhuma entrada de estrangeiros ilegais para o nosso país a partir da costa da província de Sofala”, explicou Marinho Muchanga, director da Ordem e Segurança Pública em Sofala.