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Comerciantes no Mercado Central de Quelimane  dizem haver morosidade na reconstrução 

Desde que foi lançada a primeira pedra para dar lugar ao processo de reconstrução das bancas no Mercado Central de Quelimane, as obras propriamente ditas ainda não arrancaram. Nesta primeira fase do processo, os custos estão por conta dos comerciantes com capacidade para efeito. Neste momento, no terreno,  decorre processo de delimitação dos espaços, com todo o material, desde madeira, cordas, entre outros. Contudo, os comerciantes entendem haver morosidade no arranque da construção propriamente dita.

Passam mais de 23 dias que mais de 500 barracas pegaram fogo de grandes proporções no Mercado Central de Quelimane, prejudicando mais de cinco mil pessoas que dependiam exclusivamente da renda do mercado. No dia 16 do corrente mês, Manuel de Araújo fez o lançamento da primeira pedra para dar lugar ao processo de reconstrução, com especificações que visam travar situações do género em caso de ocorrência de um incêndio no futuro. Na ocasião, o edil deixou claro que as obras devem ser exclusivamente de blocos e cimento, sendo materiais precários como estacas e chapas não.

Desde que ocorreu o incêndio, no terreno, decorre, por conta dos próprios comerciantes, o processo de medição das parcelas, para posteriormente dar lugar à reconstrução.

Manuel Hassane, comerciante que viu a sua barraca ser consumida pelo fogo, fez saber que o processo está a demorar. “Sucede que, quando o edil lançou a primeira pedra, a visão era avançar imediatamente com o processo, mas o que se nota é que os técnicos aparecem com outras abordagens. Dizem que temos de remover os cacos resultantes do incêndio até encontrar os solos, e só daí dar-se-á o seguimento do processo de construção”, disse Manuel Hassane, comerciante, tendo acrescentado que “até agora, não temos autorização na totalidade. Desde ontem, vieram aqui, disseram que devíamos procurar pessoas para cavar de uma ponta a outra, mas hoje veio outra versão, de que não devemos cavar, sendo que devemos retirar os cacos que estão na ponta do muro. Depois disseram que o município virá para autorização da escavação das bancas”.

Abrão Móbrica presidente dos Comerciantes Informais em Quelimane, entende que o lançamento da primeira pedra pelo respectivo edil devia acontecer depois de observados todos os cenários que os técnicos aparecem a dizer, retardando o arranque das obras.

“Como é que se fala de primeira pedra sem ser feita a delimitação necessária para dar lugar às obras. Como é que se fala do lançamento da primeira pedra sem a devida colocação das respectivas estacas e cordas. Entendemos que tudo visava mostrar às pessoas que o Município estava preocupado com os comerciantes. Nós queríamos passar a festa da cidade com as nossas bancas já fixadas, a vendermos, mas estamos aqui a passar mal”, disse Abrão Móbrica, visivelmente triste com o decurso alegadamente lento dos trabalhos.

Francisco Bulaunde, vereador de Infra-estruturas no Conselho Municipal de Quelimane, diz que a edilidade está a trabalhar com diversas entidades interessadas no processo de reconstrução. Para já, indica que o Município contratou um empreiteiro que vai trabalhar no processo de reconstrução, sobretudo nas infra-estruturas de base.

“Tivemos de convidar algumas entidades como os bombeiros, para que juntos pudéssemos estudar o projecto feito. Era para contar também com a visão dos outros no projecto. Já solicitámos, igualmente, o parecer da Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação, para termos o parecer na execução das obras”, avançou o vereador.

Para já, no terreno, os comerciantes e técnicos do Conselho Municipal empenham-se no processo de delimitação dos compartimentos do mercado.

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